Roma, 18 de março de 2013
18.03.2013 - 19.03.2013
11 °C
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2013 Itália
no mapa de viagens de Akemi Nomura.
Dormi que nem uma pedra. Quando acordei, Tati tinha ido levar o Alessandro na estação de trem. Eu até que continuava cansada, mas resolvi levantar. Ficar deitada pra quê? Já tinha até meus planos. Tati me deixou na estação de trem de Labaro. Pensa num trem feio? Pois é pior ainda, rs. De lá, pela bagatela de 1,5 euro, fui até a Piazzalle Flamingo. Fica ao lado da Piazza del Popolo. Como o bilhete me dava direito a 100 minutos, dei uma volta por ali antes de seguir em frente.
A Piazza del Popolo, ou praça do povo, é uma grande praça que atrai turistas e italianos. Mas essa época não está muito favorável ao turista. Está frio, ora ventando, ora chovendo. A piazza, por ser grande e aberta, ventava bastante. E estava repleta de mbulante vendendo flores, haja paciência! Como toda piazza italiana, não é verde, é repleta de esculturas próximas à perfeição. Entrei na Igreja Santa Maria del Popolo, que é um dos pontos do filme "Anjos e Demônios". Como toda igreja italiana, belíssima!!!
Voltei pro metrô pra aproveitar o bilhete. Desci na estação da Piazza Barberini. Essa piazza é simples e pequena, mais uma das obras de Bernini. Fui para saída da famosa Via Veneto, outrora fonte de elegância. Não que tenha perdido seu charme, mas sem o mesmo glamour de antigamente. Logo na saída já encontrei a Chiesa Immacolata Concezione. A igreja estava fechada para reforma, mas meu objetivo ali era a cripta dos freis capuchinhos (é assim que escreve em português?).
A entrada para o Museo dei Cappuccini custa 6 euros. A primeira parte é light, eu diria que 70% é light. É bem interessante logo de cara um vídeo de um frei explicando sobre esta ordem da linha franciscana da Igreja Católica. Também pede respeito pelo que veria logo adiante, como também para refletir. Bom, eu fui indo, lia um pouco do que estava no caminho, vi um quadro pintado por Caravaggio de um frei capuchinho com um crânio na mão. Aquilo já foi me embrulhando o estômago. Na entrada da cripta eu parei por alguns segundos, quase voltei. Já dava pra ver uma parte da parede com os ossos. Eu diria que foi uma experiência bizarra. O campo de concentração de Sachsenhausen não me causou essa náusea. Lá eu vi somente história, com todo respeito aos 100 mil mortos, é claro! Ali na cripta eu vi a morte. Senti o cheiro da morte. Parte de ossos fazendo parte da decoração, no teto, nos lustres.... Montanhas de ossos servindo de túmulo para mais ossos... Acho que não vou esquecer daquele cheiro nunca mais. No final das contas, tudo acaba assim, né? Era essa reflexão que o frei queria dizer lá no início. Tive que roubar uma foto pra mostrar um pouquinho, só falar é pouco.
Bom, saí dali e lá fora estava me esperando uma chuva chatinha. Pensa na minha alegria? Capuz na cabeça e desci a Via del Tritone a pé, e escolhi ao acaso uma ruela pra me infiltrar. Sabia que a Fontana ficava pra esse lado, só não sabia que ia acertar em cheio a rua, hehe. Bom, depois de uma caminhada nas ruelas charmosíssimas do centro, cheguei na Fontana di Trevi. Muito diferente dela no fim do verão. Em setembro, com dias quentes, ficava lotada. com turistas o dia inteiro. Com chuva, é tirar a foto e ir embora. A Fontana é o final de um dos aquedutos mais importantes de Roma. É impossível ver a Fontana e não lembrar do filme La Dolce Vita. Nunca vi o filme, mas acho que passou da hora de ver. Os detalhes das esculturas são impressionantes. Os dois cavalos domados por Zeus representam o mar bravo e o mar calmo. Debaixo de chuva mesmo joguei minha moedinha. Como disse um guia da última vez, se jogar a moedinha uma vez, volta à Roma, se jogar duas vezes, se casa, se jogar três vezes, se separa.... Ahahahaha.... A chuva chata continuava, fui em busca o lugar mais democrático e sem frescura do mundo, o Mc Donald's. Ali ia poder sentar sem ser cobrada e podia esperar a chuva passar...
E a chuva não passou... Resultado, segui caminhando pelas ruelas até a Piazza della Rotonda. No caminho, passei pelo que foi o Templo de Adriano e hoje nada mais é o que a fachada da Câmara de Comércio. Perdeu o charme... Na Piazzalle della Rotunda está um dos monumentos mais magníficos da cidade, o Pantheon. Também parte importante do filme "Anjos e Demônios". É aqui que está enterrado um dos mestres do Renascimento, Rafael Sanzio. Antes de usufruir o monumento, eu me dei um dia de Julia Roberts no filme "Comer, Rezar, Amar". Sentei num daqueles restaurantes charmosíssimos na frente o Pantheon. E fui muito bem atendida. Fiquei numa mesa externa, pedi uma pasta e uma taça de vinho tinto, pra apreciar a cena.
Agora sim, a chuva amenizou um pouco e pude seguir em frente, literalmente. Saí do restaurante e já estava dentro do Pantheon. O Pantheon tem uma parte aberta no teto, em dias de chuva, deixa tudo molhado, mas a área fica isolada. É a igreja de dois mil anos, de todos os deuses. A arquitetura externa fica entre o belo e o sombrio. Nos dias de sol de setembro fica belíssimo, hoje, beira o sinistro. Mas é um lugar esplendoroso. Difícil descrever. Além do túmulo de Rafael, uma das 4 tartarugas ninja, ops, um pintor renascentista, estão enterrados aqui o Rei Umberto I e o General Vittorio Emanuele II, o Pai da Pátria. Assinei o livro de homenagem pra não passar batido.
Ok, depois de mais de 1 hora aguardando a chuva passar, e não passou, pelo contrário, ficou mais forte, resolvi encarar e ir em busca da Igreja de St. Ignazio di Loyola, construída entre 1626 e 1685. Nova né? Da última vez passei batido, mas dessa vez resolvi voltar. Fiz quase o mesmo caminho de quem vinha da Fontana di Trevi. O marcante aqui é a pintura do teto principal. Como na Capela Sistina, a técnica em 3D é, como diria meu irmão, sensacional. Fácil ficar mais de hora aqui olhando pro teto. Não sei quem pintou (estou sem guia), mas é super bonita. Outra coisa boa daqui é que, como não tem buraco no teto, não chove dentro e não faz o frio que estava fazendo no Pantheon.
Dali, voltei pra passar pelo Pantheon e segui meus sentidos até chegar à minha querida Piazza Navona. A Piazza Navona é uma das mais importantes de Roma (parece que toda piazza é uma das mais importantes de Roma, mas não é não...). Além disso, também é um dos pontos do filme "Anjos e Demônios". A cena em que o Tom Hanks consegue salvar o padre, bispo, cardeal, sei lá... No centro da Praça está a Fontana 4 Fiume (4 rios). No outro canto, outra fontana que eu não sei o nome. O tempo não ajudou muito e a Piazza parecia meio sombria. Poucas fotos se salvaram... Mas eu gosto muito dessa Piazza, é onde está a embaixada brasileira. É bem bacana ver um lugar com turistas do mundo inteiro e a bandeira brasileira com seu lugar de honra.
Pra terminar, mais uma caminhada até o Campo de Fiori. Outra Piazza mega importante, e super sem graça. De dia tem feira livre, de noite, os vários restaurantes ficam lotados. Na hora que eu passei era literalmente o fim de feira. Tava tudo meio bagunçado. Foi ali que o filósofo Giordano Brunno foi queimado vivo. O crime? Heresia! Essa é a marca do Campo di Fiori, além de seu inesquecível gelatto de Nutella. Hmmmmm.... Delícia...
Terminei o dia 7h depois de ter começado. Fiquei com a sensação de não ter feito nada. Acho que porque parei muito por causa da chuva. Última caminhada até o Largo Argentina, perto de onde me hospedei a 1a vez. Ali peguei um ônibus lotado até o Termini (estação de trem central), peguei o metrô até Piazzalle Flaminio onde peguei o trem até Labaro. Depois de encarar frio, chuva e vento, quem me aparece? O sol!!! Agora é tarde, tô indo embora, só amanhã. E acho bom estar um tempo bom porque meus planos são ousados...
P.S.: Só pra constar, não consegui descer do trem na estação certa... Fui parar duas pra frente... Rsrs... Só pra dar trabalho...
Publicado por Akemi Nomura 00:40 Arquivado em Itália
Roma é só arte. Muito linda e rica em história. Aproveita, filha.bjs
por Neuza nomura