Roma, 20 de março de 2013
20.03.2013 - 20.03.2013
8 °C
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2013 Itália
no mapa de viagens de Akemi Nomura.
Hoje meus planos eram simples. Ir de metrô até a estação San Giovanni. De lá, pegar o ônibus 218 até as Catacumbas de São Calisto e/ou São Benedito. Na volta parar na Basílica de San Giovanni in Laterano, pegar o metrô até o Termini, comer o autêntico Fetuccini Alfredo na Via Principe Amadeo, pegar o metrô até o Coliseu, depois do Coliseu ir ao Palatino. Simples, certo? Errado!
Comecei errando no início. Saí de casa usando uma sapatilha. Pra ontem estava ótimo, mas pra hoje estava marcando chuva. Fui na estação San Giovanni, achei o ônibus 218 (na frente da Basílica), foi quando cometi meu segundo erro, não perguntei pra ninguém aonde descer. Entrou um grupo de turistas gringos e pouco depois entraram duas brasileiras. Terceiro erro, fui na onda das brasileiras e erramos o ponto. Como a Via Appia é muito antiga, ela é muito estreita, sem calçada, com carros correndo horrores. Descartamos descer depois pra pegar um ônibus voltando e fomos até o ponto final pra voltar. Isso nos custou mais de 1h. Foi o suficiente para retornar e encontrar as Catacumbas de São Calisto fechadas. Isso mesmo, lá funciona das 9h às 12h e das 14h às 17h. Pra ajudar, começou a chover... Com chuva, o plano Coliseu e Palatino foram literalmente por água abaixo.
Depois de um parágrafo de reclamação, vamos aos fatos. Na saída do metrô San Giovanni, já dei de cara com parte da Muralha Aureliana. O legal de Roma que as coisas são realmente antigas. A Muralha Aureliana é do século II. Passando a Porta Latina, à esquerda fica a Basílica de San Giovanni in Laterano. Eu pretendia passar na volta das Catacumbas, mas meu mau humor me impediu. Ao pegar o ônibus 218, a dica é ficar esperto com o Portão de São Sebastião e a Via Appia Antica. É ali que tem que descer. Ali estava "fora dos muros" de Roma. Descendo ali, basta seguir o sentido do ônibus e pegar à esquerda no entroncamento.
Pra não dizer que foi de um todo perdido, sempre quis saber o porquê da Via Appia ser, entre todos os caminhos que levam à Roma, o mais famoso. A Cida e a Rita, as duas senhoras brasileiras, estavam me contando que durante a perseguição de Nero aos cristãos, São Pedro fugiu de Roma por aquele caminho. E durante a fuga, ainda no início da Via Appia, teria tido uma visão de Cristo indo na direção de Roma. São Pedro então perguntou: "Senhor, o que vai fazer lá?". E Cristo respondeu: "Ser crucificado novamente". Mais tarde foi construída ali uma pequena Igreja, a Domine Quo Vadis, e no centro do corredor estão as marcas de pés simbolizando Cristo. Não tinha idéia de quanto São Pedro ia marcar meu dia.
Pensei em ir andando até as Catacumbas de São Benedito, mas era impossível caminhar na Via Appia. Alcançar a parte para pedestres então... Desisti! Voltei e encontrei com a Cida e a Rita de novo. Como fiquei sem planos, aceitei ir até a Basílica, de quem? São Pedro... Pelo menos um lugar coberto, já que chovia, né São Pedro? O ônibus demorou muito, mas passou um táxi e resolvi dividir com elas. Pegamos o metro e fomos para a Basílica. Estava frio e chovendo. Lembra do sapato que eu estava usando? Pois é, encharcou! Meu pé estava molhado e meu humor....
Entrei na fila da Basílica de São Pedro, na praça São Pedro, rsrs, debaixo de chuva, com frio, pé molhado... Passamos pelo detector de metais e entramos na Basílica, finalmente. Logo à direita estava a Pietà de Michelângelo, divina como em 2009. Seguindo pelo lado direito, qual não foi minha surpresa ao ver uma pequena capela pra onde foi transladado o corpo de João Paulo II. Em 2009 ele estava na Cripta, com segurança em todos os cantos. Agora ele tem um cantinho na Basílica, onde o único pedido é que a capela seja usada para oração e as fotos sejam tiradas de fora da cerca. Continuei minha volta sempre me espantando com a obra de arte que é aquele lugar, traços do gênio Michelângelo. Passei a mão nos pés da estátua de São Pedro (olha ele aí), parei em frente ao altar e observei as escadas que levam ao túmulo de São Pedro (de novo). Foi ali que o Papa Francisco I foi rezar antes da missa de terça. Mas a passagem era proibida. Outra novidade foi entrar pela cripta por dentro da Basílica. Entrei na cripta e passei pelo túmulo de São Pedro (parece piada, mas não é), do lado oposto que o Papa rezou, e saí por onde entrei em 2009. Subir na cúpula? Não, fica pra próxima!
Pés congelados, 15h, estava sem almoçar, imagina meu humor? A Cida e a Rita eu perdi na Basílica. Ainda bem, elas eram boazinhas mas falavam demais, hehe. Fui almoçar no mesmo restaurante de 2009, na saída da Piazza, no sentido o Museu do Vaticano. Capela Sistina? Não, obrigada! Quero ir pra casa, tirar essa roupa molhada e tomar um bom banho quente! Quem sabe mais sorte amanhã. Ajuda aí, né São Pedro.
P.S.: Tem gente que cansa só de ler, né? Imagina se soubesse o tanto de coisa que eu vejo e eu não escrevo... Hehehe.... #piadainterna
P.S.2: Sabe meu mau humor? Passou... Como disse minha amiga Andrea, é melhor pegar chuva em Roma do que em São Paulo... Hehehe... É aquela história, dinheiro não traz felicidade mas te leva pra sofrer em Paris (ou Roma, no caso), ahahaha...
Publicado por Akemi Nomura 11:50 Arquivado em Itália
Hoje tivemos algo em comum. Em Bauru choveu e fez frio o dia inteiro. Faltou só a paisagem e a história. Quase igual.ririririri
por Marcos Fracalossi