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Roma, 23 de março de 2013

sunny 16 °C
Visualizar 2013 Itália no mapa de viagens de Akemi Nomura.

O dia começou tarde. Fui dormir mais de 3h da manhã. Não tenho mais idade pra isso. Levantei quase 11h. Como eu estou de férias "sem compromisso", eu me dei esse direito. Tomei café, fiquei batendo papo com a Mira até me dar conta que o dia estava bom e podia sair. A Adriana me levou até o ponto do 90, e assim fui até o Termini.

Dessa vez não ia dar margem a erro. Achei o Archeobus, isso mesmo, um ônibus de turismo. Só que esse não era um ônibus comum, ele saía dos muros de Roma para os sítios arqueológicos da Via Appia Antica. Custa 12 euros e vale por 48h. Se comprar antes pela internet sai por 7,5 euros. Olha a vantagem de planejar... Olha só, dá pra ir com o ônibus 218, depois do entroncamento da Via Appia, já na Via Ardeatina, tem que descer no primeiro ponto. Ou pega o 118 não sei aonde que pára na frente das Catacumbas de São Calisto ou de São Benedito.

Fazia parte desse trajeto dos sítios arqueológicos as Termas de Caracala. Esse é mais um ponto do roteiro favorito em Roma da Akemi, ou RFRA, rs. É uma obra de arte da engenharia. As Termas foram construídas no século II, na época do imperador Caracala. Era possível receber até 1500 pessoas de uma vez, divididas em suas salas de relaxamento, massagem, piscina, banho, etc. Ainda existem partes dos mosaicos que faziam parte da decoração. Hoje as termas são grandes ruínas, com algumas partes da estrutura ainda em pé. A entrada custa 8 euros. Com o Roma Pass, tudo sai mais barato. Mas como eu não planejei nada, pago o preço.

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Meu destino? Catacumbas! De hoje não passaria. Essa é a vantagem de se ter dias a perder, tive tempo para uma segunda tentativa. Antes de falar das Catacumbas, é bom falar que pra visitá-las tem que ter fôlego pra descer e subir e não pode ter claustrofobia. Em Roma tem várias, fui em duas, uma do lado da outra. A primeira, a maior de todas, São Calisto. A segunda, a mais antiga de todas, São Benedito. Catacumba foi um termo retirado de uma das tumbas mais conhecidas e visitadas de Roma, a de São Sebastião ad Catacumbas, a partir desse momento a palavra passou a ser usada para designar todos os cemitérios cristãos subterrâneos.

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São Calisto funciona de quinta à terça, das 9h às 12h e das 14h às 17h. O ingresso custa 8 euros e as visitas são guiadas. Como cheguei às 14h certinho, não precisei esperar. Eu optei pela visita em espanhol e me arrependi. O cara falava muito rápido. Essa catacumba é a maior de Roma, tem cerca de 20km de corredores. Por cima, uma vasta paisagem verde. Descemos cerca de 13 metros e andamos cerca de 130m lá embaixo. Os corredores são estreitos, temos que andar em fila indiana. É um verdadeiro labirinto lá embaixo. Como as visitas são guiadas, não tem risco. Se eu tivesse que ir sozinha, acho que desistia nos primeiros metros. Apesar dos corredores serem estreitos, não era nada que incomodava muito porque o pé direito era alto. Essa catacumba é conhecida pela cripta dos papas, onde foram enterrados alguns entre os séculos II e V. Não, ainda não havia Vaticano. Mas muitos papas não estão nem no Vaticano, nem aqui, estão em outros cemitérios na cidade. Lá embaixo a temperatura se mantém em dezessete graus e é bem úmido. Fica aquele cheiro de terra molhada. Numa parte da visita o guia nos avisou do único lugar das catacumbas que dava pra tirar uma foto roubada, rsrs.

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Saindo de lá vi uma placa das Catacumbas de São Sebastião. Já estava por ali mesmo, fui andando pelo acostamento de 50cm da Via Appia Antica. Claro que quando eu cheguei lá eu descobri que dava pra ir por dentro de São Calisto. Que ódio! Rsrsrs. Bom, mas cheguei! São Sebastião funciona todos os dias, das 10h às 17h. As visitas são guiadas em vários idiomas e não saem juntas como em São Calisto. Essas catacumbas também são do século II, e, no século IV, o imperador Constantino mandou construir a Basílica de São Sebastião, onde estão os restos do mártir. A igreja foi construída sobre o lugar onde, segundo a história, tinham sido transferidas em 258 os restos mortais dos apóstolos São Pedro e São Paulo para salvá-las da profanação durante o período de perseguições. Os corredores são bem estreitos e o teto é baixo, bem baixo. Eu tinha que andar meio encurvada pra não bater a cabeça. É meio claustrofóbico, mas é mais legal que São Calisto. Tudo bem que não pode, mas, se pudesse, eu jamais desceria sozinha ali. Dá um certo pânico por ser bem apertado. Essa eu tinha medo de ser a última da fila e ficar pra trás, pois não tinham vários grupos espalhados pelo labirinto, hehe. De acordo com a guia, são 110 mil túmulos ali distribuídos em cerca de 12km de corredores. Muito louco! Aqui não deu pra tirar foto lá embaixo, a foto abaixo é do túmulo de São Sebastião dentro da Basílica.

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As duas catacumbas foram experiências legais, mas se tivesse que escolher, sem dúvidas seria São Benedito. Essa visita já fez valer meu dia. Já faz parte do RFRA. Dali, peguei o ônibus para ir ao Palatino. Desci na parte baixa do Campidoglio, uma das sete colinas de Roma. Lá no alto, uma pequena piazza projetada por Michelângelo, meu favorito. Dali de trás uma das vistas mais bonitas do Palatino. No vale entre o Campidoglio e o Palatino, mais uma das colinas de Roma, está o Fórum Romano. Mais dois dos pontos do RFRA, o Palatino e o Fórum. Não estava muito a fim de entrar lá hoje, só olhar lá de cima.

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No Palatino está um imponente complexo de edifícios que exprimem de modo visível o poder e riqueza dos imperadores, de Augusto e Nero a Septímio Severo e outros. Foram aí construídos pela proximidade com a casa original de Rómulo, primeiro rei de Roma. A zona foi sendo progressivamente ocupada pela nobreza e classe alta dos Romanos até que Augusto, nascido no Palatino, aí decidiu edificar a sua residência, a Domus Augustana, fixando a partir daí a residência oficial dos imperadores. O centro do mundo antigo girava nesse lugar, não tem como não andar ali e imaginar a vida naquela época.

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Seguindo um pouco em frente na avenida quem ocupa o lugar de honra? O Coliseu!!! Meu, falar o quê do Coliseu? Se fosse falar de cada detalhe dessa que é uma das obras de engenharia mais fantásticas do mundo, iam ser folhas e folhas. Vale a pena falar do que representa o Coliseu na história: "Enquanto o Coliseu se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando o Coliseu ruir, Roma ruirá e quando Roma cair, o mundo cairá". Precisa falar que faz parte do RFRA?

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Terminado meu dia arqueológico, peguei o metrô até o Termini, onde peguei o 90. Mimo e Mira foram me buscar no ponto de ônibus e fomos no supermercado. Foi tenso! Aqueles corredores apertados, aquelas pessoas dirigindo carrinho de supermercado como se fossem carrinho de bate bate. Não, essa é uma experiência de local muito tensa, gostei não, hehe.

À noite, fomos eu, Mimo, Mira e Adriana dar uma volta no centro pra tomar um café na Piazza de St. Eustachio, o melhor da Itália. Essa é uma piazza pequenininha e não faz parte das milhares de piazzas mais importantes de Roma que eu já citei. Começamos a caminhada pela minha querida Piazza Navona. Estava mais cheia do que na terça que tinha sol. Isso já eram quase 23h. Já fomos tomar o café na piazza de St. Eustachio. O Mimo serviu de guia. O problema é que ele falava duas frases em português, depois ele mudava pro modo em italiano e continuava como se nada tivesse acontecido, hehe. Eu fazia cara de conteúdo, mas a cara da Adriana era a melhor... Ahahaha... Fomos andando pelas quebradas até alcançarmos o Pantheon que estava belíssimo. Do Pantheon, fomos para o Campo de Fiori. Lembra que eu falei que era uma praça sem graça? Não pra juventude romana, que estava bombando lá essa noite. Demos uns perdidos pelas ruelas, entramos nuns poucos becos desertos, chegamos a outros lotados, e o Mimo me contando histórias parte em português, parte em italiano... Rsrsrs... Eu me esforcei a entender... Já eram quase 1h da manhã quando voltamos. Já são quase 3h de domingo e eu estou tentando fechar esse post...

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P.S.: O meu roteiro "Anjos e Demônios" também faz parte do RFRA.

Publicado por Akemi Nomura 11:57 Arquivado em Itália

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Comentários

Depois de ver estas fotos, o quê dizer mais? Roma é história da humanidade. Quem não foi, vá a Roma.

por Neuza Nomura

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