Segovia
Me encanta!
30.05.2014 - 30.05.2014
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2014 Espanha
no mapa de viagens de Akemi Nomura.
Ok! Hoje me dei uma chance de estar de férias. Acordei sem alarme. Tudo bem que foi às 7h30. Mas enrolei até às 8h30. Levantei, me arrumei com bastante calma, e fui tomar café. Tinha decidido meu destino do dia: Segóvia. Parei pra tomar café pela bagatela de €2,90. Depois, peguei o metrô em Puerta del Sol com destino a Chamartín. Ah, só uma coisa, existe uma estação chamada Pinar de Chamartín. Eu peguei o metrô crente que era pra lá que eu ia. Não é essa, são duas estações antes. Eu percebi já dentro do metrô. Sorte que era mesma linha. Repetindo, Chamartín, e não Atocha, ok?
Duas coisas sobre o metrô de Madri. Primeiro, comprei o bilhete na maquininha. Aqui, você seleciona a estação que você vai. Quanto mais longe, mais caro. Aí você pergunta se dá pra "dar um migué" e colocar uma estação perto indo pra longe, afinal, poderia ter fiscalização ou ter que colocar o bilhete na catraca pra sair (em Paris e Londres tem). Não vi uma coisa nem outra, mas, não é legal fazer essas coisas, né? Paguei direitinho, até Chamartín €1,90. Segundo, gostei do trocadilho que está escrito no metrô: "O que acontece em Lisboa, fica em Madri". Só os fortes entenderão, rsrsrs.
Cheguei em Chamartín e subi, subi, subi. A estação de trem fica bem no alto. Vá direto para a maquininha da Renfe. Comprei Madrid-Segovia-Madri por €10,30 cada trecho. Comprei ida e volta, sai mais barato, hehehe. Só me frustrei com o horário, eram 10h e o trem só saía 11h30. Paciência! Não ser overplanning dá nosso. Segovia é bem menor que Toledo, não vai dar problema. Só me restou ficar sentadinha, acompanhando o painel esperando sair a plataforma do meu trem.
A viagem durou 30 minutos. O trem comum leva 2h. Não tem nem dúvida quanto a que trem pegar, né? São 3h de percurso perdidas no trem comum, que, se for igual da Itália, é péssimo. Esse trem é o mesmo de Toledo, é o Avant. É um trem de alta velocidade, mas não é como o AVE. O Avant chega a 250 km/h, o AVE chega a 300 km/h. Descendo na estação, segui o fluxo. Primeiro desafio, como chegar no centro. É longe, já sabia que não dava pra tentar ir na raça. Eu já tinha lido nuns blogs sobre isso. Peraí, deixa eu procurar...
Achei! Ônibus 11 ou 12, vai mó galera pra lá, não tem erro. Eu ia no 11, mas todo mundo vai pra ele, estava cheio já. Aí saí da fila e fui no 12. Os horários coincidem com os trens. A passagem custa €1,03, e o último ponto dos 4 pontos da linha é o Aqueduto, rsrs. Como eu fui no 12, andei uns 100m até o Aqueduto. O Aqueduto é mesmo imponente. Mas não se empolgue, procure o centro de informação ao turista primeiro, pegue um mapa e umas dicas. Vai facilitar muito a vida. A menos que você seja um overplanning, aí não precisa. Eu bobeei, a galera pegou mapa na estação. Eu estava tão obcecada com o ônibus e nem vi.
Diz o guia que Segóvia fica numa região fantástica. Claro que a cidade antiga fica num pico, ou seja, já viu como vai ser o dia né. Aqui, como Toledo, existe uma mistura de judaísmo, cristianismo e islamismo. Dizem que a cidade, que é banhada por dois rios, é como um navio onde o Alcazar é a proa, as torres da Catedral os mastros e o Aqueduto o timão. Que viagem, hahahaha...
Mapa na mão, aí sim, dei a atenção que o Aqueduto merecia. O Aqueduto foi construído no final do século 1º, depois de Cristo, e usado até o final do século XIX. É o grande marco de Segovia e da força que outrora teve o Império Romano. Para a visão dessa humilde engenheira que vos escreve é um espetáculo! Todas essas obras de engenharia romana são uns espetáculos. Isso tudo foi feito que nem lego, encaixando pedras. Sem cimento, sem cola, sem nada. Parece fácil, né? Só que não... Física pura! Newton nem era nascido e os romanos já sabiam que toda ação corresponde a uma reação de mesma intensidade e sentidos opostos, rs. Cara, é isso, tudo um esquema de contrapesos. E essas águas vinham de uma distância de 15km. Lá em São Paulo ia ser uma boa com a Cantareira secando. Imagino como eram as "faculdades de engenharia" daquela época, e sem HP... Como pode?
Ok, do lado do aqueduto tinha uma escada, tinha uma escada do lado do aqueduto. E o que eu faço quando vejo uma escada? Subo, oras! De um lado, a oponente vista do aqueduto, do outro, ele passa a ser aterrado. E até onde vai essa água? O antigo Palácio, claro! Antes de seguir, umas fotinhas de lá.
Passei pela mega power top igreja, chamada San Martín. Mas, estava fechada. #xatiei. Do lado estava o Cárcere Real. #meda. Segui pela Calle de Juan Bravo. É "A" rua da Segovia turística. Lojas, restaurantes, quinquilharias pra turistas. Olho essas lojas hoje e acho engraçado. Tem gente que compra cada coisa. Eu já comprei bagulho nessas lojas de souvenir, admito. Mas hoje, nem consigo entrar, rs. Mas é gostoso caminhar por aqui. Tem o clima das ruas da Toscana. E não é tão cheio quanto Toledo, mas tem aqueles carros que insistem em passar naquelas ruas estreitas.
Enfim, segui em frente e saí na Plaza Mayor. É a praça principal de Segovia. E como toda praça principal nessas cidadezinhas européias, um lugar mega agradável pra descansar. Ali tem vários prédios mega bonitinhos. Aliás, uma coisa que eu super gostei aqui foram as paredes, as fachadas das casas. Não é uma coisa mega fofa?
Da praça, achei a igreja de São Miguel. De fechada simples, mas com uma grande história. Originalmente, esse igreja ficava no centro da Playa Mayor. Ali, Isabel foi proclamada rainha de Castela e Leão em 1474, e se tornou conhecida como a rainha católica. Em 1523 a igreja caiu, resultado das revoltas das cidades de Castela, e em 1525 começou a construção da Catedral. Nesse meio tempo, decidiram transladar os restos da antiga igreja para uma lateral da Plaza Mayor, e reproduziram fielmente com as pedras que sobraram, a fachada original da igreja. A igreja hoje é um misto de barroco, gótico e renascentista e alguns itens fizeram parte da igreja original. Créditos da explicação para senhora que ficava lá recolhendo donativos e explicou isso pra mim. Se tiver um erro histórico, é porque eu não entendo espanhol, rsrsrs.
Um dos pontos altos de Segovia, sem dúvida, é a Catedral. A entrada custa €3. As abóbadas no teto são góticas, isso eu aprendi. O pé direito é gigante. No centro, onde fica o coral, tem uns livros que pareciam com as partituras antigas que eu não entendi (eu sei ler partitura, pra quem não sabe, rs). A Catedral original ficava de frente ao Alcazár, e foi incendiada em 1521, na Guerra das Comunidades. Sob ordens do rei Carlos V, foi dado inicio a construção do novo templo, que hoje mantém elementos da antiga Catedral como o coro, o claustro, a pia batismal, entre outros.
Embrenhada nas ruelas, começou a descida. A caminho do Alcazar, passei pela Igreja de San Andres. Também herança do Império romano, também estava fechada! Aí lembrei que cheguei na cidade meio dia, tinha tomado café às 9h, sei lá que horas eram e eu precisava comer. Mas quem disse que eu achava um lugar "legal" pra isso? Fui indo, enquanto a pressão não caísse, estava bom.
Só que aí eu cheguei no mega super power Alcazar. Fui correndo comprar o ingresso na salinha que eu tinha desprezado. O ticket, custou €5 euros o Alcazar e €2 a torre. É, isso mesmo, a torre. Do lado tinha um café. E no café tinha wifi. Tentei não ser psicopata com a internet, comprei uma bobeira pra comer (definitivamente não tô ligando muito pra gastronomia local) e fui para o Alcazar.
Mais um dos pontos altos de Segovia, o Alcazar desperta meus sonhos de menina. Tem todos os elementos que formam a imagem perfeita de um castelo de conto de fadas. Sem dúvida é o castelo que mais se aproximou do que eu imaginava de um castelo de conto de fadas. Ele passou por uma reconstrução depois de um incêndio em 1862. Como todo castelo, tem uma casa de armas e salões lindíssimamente decorados. Mas, se o conjunto é um sonho, os detalhes devem ser observados com calma.
Com paredes todas trabalhadas, as janelas tem um "que" arabesco. Nas pontas das muralhas, torres de defesa com telhados pontiagudos. E a entrada, com aquele fosso enorme? O interior é mega medieval. Lembra o ambiente dos filmes do rei Arthur. A decoração até do teto é coisa de doido. A torre central no meio é, sei lá, como descreve isso?
Super mega power amei esse lugar. São três os locais imprescindíveis de visitar: Aqueduto, Catedral e Alcazar. Por €20,30 de passagem no trem de alta velocidade, vale muito, mas muito a pena. Saí do Alcazar e voltei pela muralha sul. Dali, dá pra perceber como a cidade fica num ponto alto. O Vale dos Clamores (meio assustador esse nome, né?) cerca a cidade. Dava pra ter subido na muralha, mas dois medos me impediram, altura e horário. Logo na saída do Alcazar, dá pra ter uma geral da cidade também, se destacando as torres da Catedral e da igreja de San Andres.
Segovia é menos movimentada que Toledo. Mas não quer dizer que uma visita seja dispensada. Ao contrário, Segovia é autêntica, merece uma visita. Mesmo chegando um pouco tarde, a cidade estava tranquila. Na volta do Alcazar, quando cheguei na Plaza Mayor, estava bombando. Acho que as excursões chegam mais tarde. Devem estar vindo de outra cidade. Mas, eu já tô de saída.
Voltei pela Calle de Juan Bravo. Estava super vazia, era a siesta. Muita coisa fechada. Engraçado isso, uma cidade minúscula, que precisa tanto do turismo... Enfim! Passei por mais um mirante e a Casa de los Picos. Fiquei pensando o porque uma cada teria esse nome, e, ao passar por lá, entendi.
Cheguei na Plaza de Azoguejo, onde tudo começou. Era um bom momento pra comprar um sorvetinho, afinal, está fazendo 18 °C, sentar pra praça, no sol, de preferência, e ficar babando no Aqueduto. O ônibus 11 saía bem dali perto, segui para lá num horário mais próximo pra esperar menos na estação. Hoje foi um dia bom, gastei pouquinho e ganhei muuuuuuuito! Valeu Segovia!
Voltei pra Madri e terminei meu dia sentada num lugarzinho bem bacana no centro, perto da Plaza Mayor, vendo o movimento. É engraçado, tem um certo período que a cidade está morta, agora, já são quase 22h, o centro está bombando. Também, olha esse céu azul, dá pra acreditar que está tão tarde?
Publicado por Akemi Nomura 12:32 Arquivado em Espanha