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Ílhavo / Aveiro / Coimbra

Beiras de Portugal

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Agora a torcida é pro Bardarbunga explodir.... Hahaha.... Ótima terça feira!!! Tenho dormido bem aqui em Lisboa, tá difícil levantar... Mas ontem já deu pra descansar um bocado, então, bora pra rua. Pegamos a estrada umas 8h e pouco. Fomos com destino à Ílhavo.

Essa região central de Portugal que vai do mar até a fronteira com a Espanha é conhecida como Beiras. Abrange desde a Serra da Estrela até os pântanos salgados de Ria do Aveiro. Apesar de ter uma penca de castelo no caminho, é a região menos turística de Portugal. Se você não leu o post de ontem, não vai entender o que viemos fazer aqui. Então eu repito, viemos atrás de informações do meu tataravô, que saiu de Ílhavo para o Brasil por volta de 1860/1870. A gente não tinha ideia do que tinha por lá.

Chegamos em Ílhavo 2h depois e fomos direto na Câmara Municipal. Lá, a pessoa foi muito prestativa e já deu as direções do Arquivo Distrital de Aveiro. Não antes de mamãe e Carlinhos tentarem tirar algumas informações de uns velhinhos, bem velhinhos... Eles ainda foram na Garagem Cruz, mas o dono atual comprou de um cara que era da família Cruz. Só que o cara já tinha morrido, e a mulher dele morreu ontem, acredita? Então pegamos o carro e fomos para Aveiro. Seguindo as placas, fomos primeiro na Loja do Cidadão, na freguesia de Aradas, numa ruelinha cheia de casinhas fofas, térreas, azulejadas e no meio do nada (e velhas). Ali estava o Arquivo Distrital de Aveiro.

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No começo eu estava meio por fora do assunto, mas aí mamãe foi chamar papai que tinha ficado dormindo no carro, porque a mulher ia buscar o livro. Aí eu fiquei mega curiosa. E fomos lá. Papai estava bem por dentro da história. Sentei com mamãe vendo o livro de batismo de 1823 a 1828, e o Carlinhos viu o de casamento de 1838/1850. Caracas, uma relíquia isso. Confesso que não sei como deixam a gente manipular esses livros. E sem perceber, a gente passou cerca de 3h lá dentro. Super prestativas as pessoas que trabalham lá. Foi um barato ver aquele monte de João, José, Maria, Manoel, Josefa... Por incrível que pareça não tinha muito Joaquim. Ainda bem, porque era difícil ler aquelas letrinhas. Do que eu vi, eu achei apenas um Joaquim da Cruz em 1823, mas não tínhamos certeza de que era ele. O cara que trabalha lá falou que existem cerca de 25 milhões de descendentes diretos de portugueses no Brasil, e, juntando com os indiretos (eu me incluo neles), são cerca de 80 milhões. Quase a metade da população brasileira. Eu sabia que era muito, mas não imaginava tanto. Não conseguimos sair com o documento, mas já saímos mais esclarecidos de como prosseguir. Carlinhos comprou a ideia e vai ajudar nessa reta final. Parece que já rola até planos de voltarem em Portugal, hahaha...

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Aí, já eram quase 16h, tava explicado porque eu estava com fome. Chegamos no centro de Aveiro a tempo de pegar uma cozinha de restaurante aberta. Paramos no Restaurante Legado da Ria. Pra não errar, pedimos um bacalhau para duas pessoas, tínhamos certeza de que era suficiente para nós. E foi mais que suficiente. Que bacalhau delicioso!

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Aí uma voltinha na "Veneza de Portugal" antes de pegar estrada. O nome Aveiro vem das Salinas de Aveiro, que constava no testamento da Condessa Mumadoma em 959. Por volta do século XV, Aveiro era um grande porto marítimo que enriqueceu pelas salinas e bacalhoeiros. Mas as tempestades de 1575 assorearam o porto e a riqueza desapareceu. No século XIX Aveiro recuperou sua prosperidade e hoje além de uma bela cidade, abriga uma importante universidade e várias indústrias.

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Saímos de Aveiro com destino a Coimbra. Cerca de 70km de uma estrada excelente e cá estamos. Foi aqui em Coimbra que nasceram seis reis de Portugal, e onde está a universidade mais antiga do país. Pra se ter uma ideia, Coimbra é da época dos romanos e chamava Aeminium. Aí passou um período dominada pelos mouros, aí tomaram Coimbra dos mouros em 878. Aí os mouros tomaram Coimbra de novo um século depois. Aí veio um tal de Fernando, o Grande, de Castela e tomou Coimbra dos mouros. Aí o primeiro rei de Portugal, Afonso Henriques trouxe a capital de Guimarães pra cá em 1139, e por aqui ficou até 1256. Resumindo é isso.

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Paramos primeiro na universidade. Foi o clero que pediu ao rei Dom Dinis uma universidade. Aí o rei fundou em 1290. Em 1537 ela foi transferida pro local onde era o palácio do rei Afonso, aquele lá que trouxe a capital pra cá. Por isso o prédio é super mega top. No começo só tinha medicina, direito e teologia. Depois o Marquês de Pombal aumentou o número de cursos. A universidade é uma das mais antigas e ilustres do mundo.

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Demos a volta e paramos na Sé nova. Coimbra tem a Sé antiga também, mas não fomos lá, papai estava muito cansado. Uma pena porque a Sé velha é considerada o mais belo edifício românico de Portugal. Mas a gente não ganha todas, né? A Sé Nova, apesar do nome, foi fundada pelos jesuítas em 1598. Aí o Marques de Pombal mandou os jesuítas circularem, mas sua igreja virou sede episcopal em 1772. Fica bem atrás da universidade.

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Tentei chegar até a igreja de Santa Cruz, onde estão enterrados os dois primeiros reis de Portugal. Os monges do mosteiro de Santa Cruz foram os primeiros professores da Universidade de Coimbra, mas tava ruinzinho de chegar lá viu? Difícil de parar. Aí rolou um desânimo. Eram 19h, e ainda levavam duas horas até Lisboa. Não ia submeter meu pai a esse esforço, não sei até que ponto a diálise o deixa debilitado. Voltamos pra Lisboa.

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Antes de terminar o dia, uma pegadinha. O que significa "este verão, até os telemóveis vão a banhos"? Sério, vi numa loja de conveniência de um posto na estrada hoje. A resposta estará no post de amanhã. Hahaha....

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Parece que estou aprendendo uma língua nova aqui. Até dia 13 eu aprendo que cêntimos são centavos, por exemplo. E outras coisas mais:

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Publicado por Akemi Nomura 15:54 Arquivado em Portugal

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