Creta
You broke my heart
25.05.2015 - 25.05.2015
26 °C
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2015 Grécia e Dubai
no mapa de viagens de Akemi Nomura.
Bom dia Creta! Acordamos cedo e fomos tomar café. O café da manhã é bem gostoso nesse hotel, viu? Anota aí, Hotel Atrion. Depois fomos na Avis pegar nosso carrinho. A primeira parada, Palácio de Knossos. Mas antes, uma introdução de Creta.
Creta é imensa. É a maior ilha da Grécia. Fica bem ao sul, pra se ter uma ideia, as montanhas ao sul da ilha ficam cobertas de neve no inverno. Deve ser algo como Cancún, uma mistura de belas praias com uma longa história. Há vestígios de hominídeos em Creta desde pelo menos há 130 000 anos. Nos primeiros séculos dos anos 3000 AC começou a se desenvolver a civilização minóica. Ou seja, estamos falando em cerca de 5000 anos de história. Coisa pra dedéu... A costa norte tem 4 pontos principais: Chania, Rethymo, Heraklion e Agios Nikolaos. A capital de Creta é Heraklion, ou Iraklio, ou qualquer outra variação que venha a aparecer.
É em Knossos que o dia começa.
O principal ponto turístico de Heraklion, quiçá de Creta, é o sitio arqueológico de Knossos. Muitos sites o definem como um dos sítios arqueológicos mais importantes da Grécia. Sentiu a importância da parada, né? Do nosso hotel são 6,5km de carro. A entrada custa 6 euros e, de acordo com o guia da Folha, fica aberto nesse período das 8h30 às 19h. Tem sites que falam que é das 8h às 18h. No site oficial da cidade não fala o horário. A sugestão é ir logo cedo, pois parece que o lugar lota e o esquema é chegar cedo pra estacionar fácil e não perder tempo.
O Palácio data do período minoico, cerca de 3000 anos AC. Muito, né? Segundo a mitologia, o palácio foi construído por Dédalo, a pedido do rei Minos, para manter preso dentro de um labirinto gigante (que seria no subsolo), o Minotauro, criatura metade homem, metade touro. Já que chegamos nesse ponto, é bom falar mais da lenda do Minotauro. Parecem que rolam várias versões, porém, bem semelhantes. Vou tentar contar de forma sintética e do meu jeito a versão de Ovídio, um escritor romano, ok?
Começou quando Minos ainda não era o rei de Creta. Ele queria muito o trono e pediu ajuda ao “parça” Poseidon, deus dos mares. Poseidon topou a parada, mas, em troca, pediu que Minos sacrificasse em sua homenagem um lindo touro branco que sairia do mar. Mas Minos, já rei, ficou tão ligado na beleza do touro (estranho isso) que sacrificou outro touro no lugar esperando que Poseidon não percebesse. Tolinho! Poseidon é deus não é à toa, mano. O cara ficou p da vida com Minos e se vingou. Fez com que sua esposa Pasífae (é isso mesmo produção?) se apaixonasse pelo touro, aí Minos ganhou um belo par de chifres do touro (ironia, não?). Aí nasceu o Minotauro. Só que o bicho foi crescendo, virou adolescente e começou a dar problema. Era meio temperamental. Aí o rei corno pediu pra Dédalo e seu filho Ícaro construírem um labirinto gigante pra prender a criatura. Só que o bicho tinha fome de gente. E como Creta tinha vencido e dominado Atenas numa guerra em que o filho de Minos, Androgeu (ou Androceu) faleceu, o rei obrigou Atenas a mandar, a cada nove anos, 7 rapazes e 7 moças para serem colocadas no labirinto e devoradas pelo Minotauro. Depois da terceira oferenda, pintou Teseu na parada. Jovem, bonitão, aventureiro, corajoso, o filho do rei Egeu de Atenas se ofereceu para matar o Minotauro. Disse pro pai que, se voltasse vivo, suas embarcações teriam velas brancas acesas. Aí ele chegou lá, rolou um sentimento com a filha de Minos, Ariadne. Ela entregou pra ele dois itens: um novelo de lã e uma espada mágica. Com o novelo, ele marcou o caminho desde a entrada do labirinto para não se perder pra sair. E com a espada, matou o Minotauro. De quebra, ainda salvou alguns atenienses que ainda estavam vivos dentro do labirinto. Só que o mano era avoado. Sabe como são esses jovens de 3000 AC. O cara voltava pra casa, e esqueceu de acender as velas brancas no navio. Aí seu pai, Egeu, deu uma pirada legal, e se matou se jogando no mar que leva hoje seu nome. Essa última parte não foi Ovídio que contou, foi de outra variação da lenda. Mas, quem se importa, é lenda mesmo!!!!!
Esse lance do Minotauro é interessante, porque muita gente sabe da lenda, mas não com essa riqueza de detalhes, né não? Sabendo isso, fica muito mais interessante conhecer o lugar. Parece que um terremoto destruiu o lugar em 1700 AC. Então, as ruínas que vemos hoje são praticamente do segundo palácio. Querendo entender sobre a questão do labirinto, perguntei pra uma pessoa que trabalhava lá qual era da parada. Ela explicou que O Palácio de Knossos é conhecido também como a The House of the Double Axes, ou, a Casa do Machado Duplo. O machado duplo é um instrumento do período da Grécia Minóica. A expressão grega pra esse instrumento é labrys. E assim era conhecido também Knossos. Os dois pavimentos, pelo que eu entendi, são idênticos, daí o "double axe". A palavra labirinto teria origem daí, afinal, Knossos era um palácio difícil de sair. Curti o ligar.
Saímos de Knossos depois das 10h30 com a intenção de chegar à Chania (pronuncia-se "Rania"). Intenção porque, como a gente não sabe o que vai encontrar no meio do caminho, vai que a gente resolve mudar de planos? E fomos indo. A estrada é boa, ora com duas pistas, ora com uma só. Paramos duas vezes. O mar aqui é muito bonito. Um tom azulado um pouco mais escuro, porém, transparente. A costa é muito bonita.
Chegamos em Chania. Chania parece que é uma das cidades mais atraentes da costa oeste. Tem as montanhas no fundo, o mar verde azulado e sua história do período minoico. Uma galera disputou essa região, bizantinos, romanos, genoveses, venezianos, turcos e egípcios. Por fim, depois de Creta se tornar território grego em 1913, os alemães ainda passaram por aqui na 2ª Guerra.
Foi pelo centrinho mesmo que a gente almoçou, no restaurante Apovrado. Dessa vez eu fui de Souflaki. Rosana também. Perola e Gabi ficaram no Moussaka. Estava ok. Só ficou pra trás um coração partido, né meninas? Hahahahaha... Aí, foi sair andando, andando, andando. O segredo aqui é se perder em suas ruelas que muito lembram Veneza (afinal, foram eles que construíram aqui). Estava super agradável.
Passando pela Old City, chegamos no Porto Veneziano. Marcas do passado era possível ver ainda. Eu, medrosa, não ia na parte de cima nem a pau. Mas a visão geral da cidade foi bem bacana. O mar ali é um tom esmeralda. Rolava uma ventania, mas chegamos no farol. Depois de ir até o farol, voltamos para andar, andar, andar, e sentar pra um café e um docinho.
Pena não ter dado pra conhecer mais ali por perto. Sei que tem praia muito bonita. Aí é a junção de dois mundos: história e natureza. Foi um dia bem agradável. Gostei da cidade, é fofa sim, não vou dizer que morri de amores, mas, talvez com mais tempo e melhor explorada fosse melhor. Depois, voltando pelas ruelinhas, realmente tem uma região que lembra muito Veneza na beira do Grande Canal. Claro, respeitando as devidas proporções.
A foto abaixo tem os créditos da Gabi pq a ideia foi dela, apesar de eu ter batido, hehe.
Pegamos o carro e saímos guiadas pelo google maps no iPhone da Rosana. No meio do caminho ela cansou, aí trocamos pra ela descansar um pouco. Pra isso que temos duas PIDs. A estrada aqui é boa. O taxista falou que a gente ia levar umas 2h pq não conhecíamos a estrada. Se fosse eu, talvez. Mas como era a Rosana, foi 1h30, hahaha. Não é que eu dirija mal, é que ela domina muito mais do que eu a arte de pegar estrada. Eu só dirijo mal carrinho de golf, eu admito! Hahaha... Só mais uma observação sobre a estrada. Não tem postes de iluminação. Quando anoitece deve ficar um breu. Só com as luzes do farol. Outra coisa que a gente aprendeu na estrada, identificar as placas de radar eletrônico de velocidade. Só não descobrimos qual é a velocidade, hehe.
Chegamos em Heraklion a tempo de devolver o carro. Fica mais tranquilo pra amanhã não ter essa responsabilidade. Depois de entregar o carro, descemos a rua 25 de agosto e chegamos a tempo de não ver o pôr do sol, haha. Não deu por pouco. Mas ainda estava um céu bonito. Bem ali, estava a Fortaleza Veneziana, resquícios de dominação passada.
À noite, jantamos num restaurante próximo à marina. A fortaleza estava iluminada...
Abaixo, um resumo do dia:
Publicado por Akemi Nomura 22:16 Arquivado em Grécia
Belo mar....A água está fria nessa época? Vai ter banho de mar? Molhar, pelo menos os pés, precisa..... Bom passeio.
por Marcos