Um blog do Travellerspoint

São Francisco 3

Eu dou a volta, pulo o muro, mergulho no escuro...

sunny 22 °C
Visualizar 2015 Califórnia no mapa de viagens de Akemi Nomura.

Bom dia!!!!!! A música do dia vai ficar pro fim. Hoje eu acordei no horário de sempre, ou seja, 5h. Mas estava com uma dorzinha de cabeça chata. Tomei um remedinho e deitei de novo. Depois revi meu post de ontem antes de publicar. Rever dá trabalho gente. Depois fiquei curtindo preguiça. Tá 14 °C lá fora. Quem tá com pressa?

Saí já eram mais de 8h. Nem sei onde ia, só sei que ia. Tomei aquele café com leite no hotel e fui. Sério, ridícula essa parte de tomar café com leite em pé no lobby do hotel. Paciência. É o menos caro da região. Fui pra Market Street e peguei o street car. Desci em Embarcadero, próximo ao pier 9. Fui andando até o pier 7. Sabe o que tem lá? Nada! Sério, não tem nada. Mentira, tem algo sim. Tem um charme incalculável. Sério, é fofo mesmo. Gracinha, como diria a Hebe, hehe. Tem uma vista bonita da cidade e a ponte "gêmea" da Golden Gate que leva até Oakland. Essa ponte é que nem ser a irmã gêmea da Gisele Bundchen, só uma é famosa, hahaha. A vista da cidade é bonita, saca só....

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Fui andando dali até o Ferry Building. A parte de dentro é o que chamam de Promenade. Tipo, virou um mercado lá dentro. Tem de tudo, os cafés, restaurantes, livraria, etc. lá fora fica cheio de gente tomando café e o solzinho da manhã. Em volta, os terríveis seagulls na espera de uma bobeira dos comensais. O ferry building é um prédio clássico, de 1915. E como toda cidade, fofo! O dia vai ser lindo, de novo....

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Dali fui andando até o início (ou fim) da Califórnia. Isso, Califórnia Street. Ali tem a terceira linha do cable car e uma bela ladeira pra subir. Uma das tantas dessa cidade. Um dos grandes baratos e com certeza um problema pra nós turistas, porque você imagina um caminho pra fazer a pé e não sabe se vai encontrar o Everest no caminho, hahaha.... Mas é um barato andar nesses negocinhos. Chegando lá no topo, o que eu fiz? Eu desci... No próximo parágrafo explico melhor.

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Tinha passado batido pela Old Saint Mary Church. Nem vi... Então voltei pra ver. A Old Saint Mary foi consagrada no Natal de 1984. Foi a primeira catedral católica de SanFran. Os tijolos e o ferro vieram da costa leste e o granito e a fundação vieram da China. Foi um dos poucos prédios a passar batido pelo terremoto de 1906.

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Dali mesmo desci umas quadras na Chinatown. É a maior Chinatown fora da China. Só me decepcionei porque eram quase dez horas e estava quase tudo fechado. A essa hora a Liberdade estava fervendo. Mas uma coisa é certa, sabe aquela subida ali na Liberdade? Aquela na rua dos Estudantes até chegar na Galvão Bueno? Pois é, eu nunca mais reclamo dela, hahaha.

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Daí eu desci e peguei o cable car de novo até o topo da Califórnia. Bilhete ilimitado mesmo, vamos aproveitar. No topo da Califórnia, esperei o cable car. Dezesseis minutos e dois cable cars lotados, desisti e resolvi ir andando. Ladeira abaixo, todo santo ajuda, menos o santo protetor dos joelhos. Então vamos devagar. Posso falar? A Chinatown realmente é grande. Achei que não ia chegar no fim. No meio do caminho dei uma escapada para a Igreja de São Pedro e São Paulo. Fica já em North Beach e ainda é conhecida como a igreja dos italianos. A região ao redor é conhecida como little Italy.

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Bonita, né? Agora deixa eu contar meu furo. Nem sei se foi um furo, mas.... Fui entrar na igreja, normal. Tinha bastante gente lá dentro e quando eu olhei lá no fundo... tinha um caixão! Estava tendo um velório! Algumas pessoas olharam pra trás. Gente, que mico! Larguei a porta e fui embora. Talvez eles tenham pensado: "esses turistas...". Ai, que vergonha....

Tá vendo aquela torre ali no meio? É a Coit Tower. Devem ter visto ela nas fotos do pier 7. Dizem que de lá tem uma vista linda da cidade. Querem que eu vá lá? Vão ficar querendo... Ahahahahahaha.... Mania de turista de subir em tudo quanto é torre, tá doido.... Hehehehehe. Ali onde está a Coit Tower é o Telepgraph Hill. Tem esse nome porque existia ali um semáforo (?) que indicava para os comerciantes quando os navios chegavam com mercadorias pela Golden Gate. Isso em 1850. A Coit Tower chegou só depois, em 1933. Uma tal de Lillie Hitchcock Coit, filantropa, rica e excêntrica, pra não dizer maluca, deu dinheiro pra construir. Isso na época da grande depressão. Se bem que o dinheiro é dela, ela faz o que quiser.

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Segui meu interminável caminho até o Fisherman's Wharf. Tava bem mais movimentado que ontem. Dia lindo, muita gente na rua, turistada acorda tarde. Acho que vou almoçar por aqui mesmo. Que tal um sirloin com camarão e uma vista pra região? Servidos? Ah, esqueci de falar. Encontrei o Robin Willians.... Ops, o cara não morreu? Xiiiiiii....

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Hmmm, vou falar. Valeu não. Tava médio... E deixei uma bolada no restaurante. Melhor não insistir no duvidoso e ir de Cheesecake Factory da próxima vez. E aí, cansaram? Eu cansei. Peguei o street car e voltei pro hotel. Daqui a pouco eu saio de novo. Vou contar um lado estranho meu, posso? Quando o Carandiru desativou eu morria de vontade ir lá conhecer. Meio maluco fazer isso? Acho que até foi permitido uma época visitar. Não sei porque não fui. Mas Alcatraz deve ser mais top ainda... E é pra lá que eu vou daqui a pouco. Li em alguns blogs que os ingressos devem ser comprados com antecedência. Parece que tem dois sites pra comprar os ingressos: Alcatraz Island Tickets e o Alcatraz Cruises. Eu acabei comprando com uma semana de antecedência nesse segundo site. Confesso que não entendi ainda o motivo de comprar com antecedência, uma vez que tinham muitos horários disponíveis. Porém, uma busca incessante é sempre pelo horário que seja possível ver o por do sol. Como o sol está se pondo por volta de 18h35, o ingresso mais tarde que eu consegui comprar era pras 15h50.

Saí do hotel e fui direto pro píer 33. Peguei o street car. Chegando lá, tive que dar uma parada porque tinha um cara fazendo uns quadros sensacionais com sprays. Um show! Deu vontade de comprar um quadro, mas como ia pra visita, não ia rolar... Mas o cara é um artista. Já tinha visto um vídeo no facebook com esse tipo de pintura e fiquei impressionada. Mas ver ao vivo um cara fazendo foi fantástico. Amigo, você está de parabéns!

Ok, vamos pro pier. Tem bastante gente por ali, eles colocam uma plaquinha pra informar o barco que está partindo. Como tinha tempo, fui comer alguma coisa porque já eram 15h20 e lá na ilha não tem comida. E nem pode levar. Deu o horário, fui embarcar. O embarque é bem rápido. O barco é pontual, portanto, não se atrase. A silhueta da cidade estava linda de novo. E também é interessante notar as ladeiras da cidade vendo da baía. Ah! Lembra que eu falei que não entendi porque comprar com antecedência já que tinha muito vaga uma semana antes? Pois é, hoje eu entendi. Só tinha ingresso pra domingo! Ufa!

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A chegada em Alcatraz já é meio envolvente. Principalmente pelo estado deteriorado do prédio que dá um tom meio sombrio. Aí tem uma parada para instruções obrigatórias. O cara é super simpático, já avisa o que pode e o que não pode fazer. E como você está nos Estados Unidos, obedeça, ok? É que tem turista que adora aparecer e não prevê que seus atos podem ter consequências. Em alguns países não tem mesmo... Não é nada demais, apenas instruções que garantem a própria segurança do visitante. Daí, é só subir. Só? Tem que subir um bom pedaço, viu? Se tiver sem fôlego, sem condições, enfim, com qualquer outra limitação, tem um tram que leva até em cima. Inclusive cadeirante consegue ir. Ah, a acessibilidade, coisa de país de primeiro mundo. Chegando no último nível, é só entrar na fila e pegar o audio guia. Aí começa a brincadeira.

A prisão foi fechada em 1963. Parece que em 1969 um grupo de nativos norte americanos (acho que índios) ocuparam a ilha baseando-se num tratado federal de 1868, que permitia que os nativos utilizassem todo o território que o governo não usava ativamente . Após quase dois anos de ocupação, o governo os retirou da ilha. Deve ser por isso que estava escrito em tinta vermelha: "Indians welcome".

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A sacada inicial é a fila pra pegar o audio guide bem onde os prisioneiros eram recepcionados. Tinha o lugar das roupas e os chuveiros. Você já vai entrando na vibe do lugar. Aí sobe as escadas e pronto, liga o guia e começa a visita. A visita fica praticamente toda na área das celas. É como se várias pessoas contassem histórias, desde presos, até guardas e diretores do presídio. E foi super envolvente a forma que foi contado, porque ele vai te guiando pelas áreas onde a história aconteceu. Você meio que revive aquilo tudo, entende? Cheguei a começar a escrever lá, mas desisti. Muita informação, eu não ia dar conta. Mas vou tentar contar algumas histórias.

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Logo na chegada, um ex-preso diz que logo que se chega a Alcatraz se aprende a calar a boca e andar de costas pra parede. Outro fala que deixava de ter um nome e passava a ser um número. Outro já dizia que a vista da cidade da "Rocha" (era como se referiam a Alcatraz), era uma forma de mostrar tudo aquilo que eles estavam perdendo. Teve preso que dizia que, principalmente nas festividades de fim de ano, ouviam as pessoas na cidade, mulheres rindo (devia ser eu e Sheila, hahaha), música e afins. A vista da cidade era realmente apaixonante. O céu parecia uma pintura e o iphone 6 dava um show nas fotos, hehe. Apaixonante, quer ver?

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As celas eram minúsculas. O cara falou a medida, mas eu não lembro. Eram celas individuais, com uma cama, uma pia, uma mesinha e um sanitário. Tinha um cobertor e uma toalha. Em cima da cama tinha um livrinho com as regras da prisão. Presos com bom comportamento podiam levar seu hobby. Tinha preso que pintava na cela. Tinha até duas estações de rádio que podiam ouvir. As celas eram divididas em pavilhões, cada um com 3 andares. É bem cena de filme, sabe? Foi bem legal conhecer Alcatraz.

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Os presos que se comportassem tinham direito a privilégios, como a área de recreação. Mesmo num frio desgraçado os que tinham direito à recreação aproveitavam. Já para os que não se comportavam, sobrava o D-Block... O D-Block era um bloco separado, frio, que tinham dois tipos de celas. Uma era o isolamento. Eram celas até maiores que o pavilhão comum, porém com regras mais rígidas. Só podiam sair da cela, por exemplo, uma vez por semana. Já pensou?

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Mas podia ser pior, porque o outro tipo de cela era a solitária. Aí a casa cai. Porque a solitário nego não saía de lá nem uma vez por semana. Além do mais a cela tinha, além das grades, uma enorme porta de ferro que simplesmente tirava toda luminosidade do lugar. Um dos presos dizia que quando ia pra solitária, ele arrancava um botão do uniforme e deixava cair no chão. Aí ele tinha que se abaixar no escuro pra procurar. Quando ele achava, fazia isso de novo pra passar o tempo. Deve ser de pirar mesmo. Mas....

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Adivinha quem passou por aqui? Sabe quem é o gordinho da foto? Não? Olha bem...

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Não descobriu? Ok, vou ajudar. Ele tá no hall da fama de Alcatraz: Al Capone.

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As histórias que mais chamam a atenção são as tentativas de fuga, claro. Alcatraz fica a apenas dois quilômetros da cidade. Só que a combinação de marés e água gelada praticamente impediam qualquer fuga. Ah, só mais um detalhe. Tem tubarão na baía também, tá? Fugir a nado não é uma boa ideia. Achei que era coisa de desenho animado, mas não é não. Outro dia mesmo filmaram do ferry pra Alcatraz o momento em que um tubarão branco atacou uma foca...

A tentativa mais clássica de fuga parece que até hoje não se sabe se os caras fugiram mesmo. Olha que louco. Vou explicar. Tinham 3 caras, um chamava Frank Morris, os outros dois eram os irmãos John e Clarence Anglin. Parece que o Frank era o cabeça, os irmãos eram meio bobões. Bom, os caras fizeram três cabeças, com cabelo e tudo e colocaram de uma forma que pareciam que estavam dormindo. Como eles fizeram? Não sei. Quando foram fazer a contagem pela manhã, o carcereiro foi até as celas e numa delas bateu no travesseiro de forma que a "cabeça" caiu. O cara quase infartou. Foi quando deu o alerta pro desaparecimento de três prisioneiros. Aí foi aquele corre corre, grita daqui, grita dali. O pobre do diretor era um substituto, o titular estava de férias. Acharam em cada um das 3 celas um buraco que levava pro corredor de serviço que ficava na parte de trás. Dizem que os caras usaram colher pra isso. No fundo ninguém sabe como conseguiram sair e nem sabem se conseguiram mesmo fugir. Foram dados como mortos, teriam se afogado na baía. Nunca mais ouviram falar dos caras. Nas fotos abaixo são das celas que eles ocuparam com cabeças imitando o que eles fizeram. Acho que dá ora ver o buraco no fundo da cela.

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Agora, o episódio mais marcante e mais sangrento foi o que ficou conhecido como a batalha de Alcatraz. Vamos ver se eu consigo contar. Seguinte, não vou lembrar o nome da galera toda. Só lembro do Coy, que é quem importa. Esse cara causou. O resultado foram dois guardas e três prisioneiros mortos, além de outros onze guardas e um prisioneiro não envolvido na tentativa de fuga feridos. A batalha durou 3 dias. Vou tentar simplificar pq tinha muito detalhe. Tinha um preso que trabalhava na cozinha. Quando ele terminou o serviço, chamou o guarda pra revistá-lo. Aí veio o Coy e atacou ele por trás. Aí os dois foram libertar mais dois prisioneiros. Eles estavam de olho no depósito de armas, um corredor na parte superior. Quando eles atacaram o guarda, o guarda do depósito estava em outra posição, que ele seguia rigidamente. Aí o Coy, com uma ferramenta que eu não sei o nome, conseguiu abrir as barras pra acessar o depósito. Ele mesmo passou fome pra perder peso e conseguir passar. Aí o cara se armou, ferrou! Ele usou um rifle pra forçar o carcereiro do D-Block a abrir algumas celas. Alguns presos se juntaram a eles, outros não. Acho que eram uns seis presos no total. Os dois guardas foram presos numa cela no bloco C. Eles precisavam da chave para o jardim, pra sair e ir pras docas. Usando os guardas como escudos, conseguiriam embarcar para cidade. Só que a chave estava com o primeiro guarda atacado. Porém os presos não sabiam. Era contra as regras ele estar com a chave. Aliás, vamos dar nome ao guarda: William A. Miller. O cara morreu sem entregar a chave. Aí os caras tinham que bolar um plano B. Já tinham nove guardas presos em celas e não lembro porque atiraram em guarda na parte de fora. Daí pra tocar o alarme foi um pulo. Tinham civis na ilha, famílias de funcionários. Existia um risco enorme. Entrou até exército na parada, porque os caras estavam armados na parte de dentro. Enfim, cercaram a ilha, tiro, porrada e bombas lá dentro, foi aquela baixaria. E no final ninguém fugiu. Ou melhor, três deles saíram dali... Mortos! As duas fotos do final são os três mortos (o Coy é o do meio) e os outros três conspiradores sendo levados para julgamento. Olha a classe!

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No fim, ainda houve uma demonstração de como era o mecanismo de abrir as celas. Não tinha eletricidade, não tinha cadeado, as grades eram pesadas. Podiam ser feitas "n" combinações nesse processo. Teve uma hora que um cara inconveniente começou a perturbar a demonstração. Lembra do que eu falei lá no começo? Obedeça as regras. O moço pediu apoio e disse pro sem noção que era melhor ele sumir dali, senão ele iria ter problemas. Viu.... Eu avisei! Rsrsrs. Enfim, o cara sumiu e o moço conseguiu terminar a sua apresentação.

Dali, deu tempo de sair e pegar o comecinho do terceiro pôr do sol dessa viagem. Não deu pra ver por completo por causa do horário do barco. Eu tinha que descer. Mas deu pra ver o começo e posso dizer. O melhor lugar pra ver o pôr do sol em São Francisco é em Alcatraz.

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Se eu gostei de Alcatraz? Eu amei! Foram 2h30 de visita que eu nem senti passar. Achei que fosse cansar muito, mas nada. Foi muito bem feita a forma que fizeram essa visita. Não se prenderam a dados chatos e sim a histórias reais vividas ali. E estando ali você participa um pouco disso, sente um pouco, vive um pouco. Sente um pouco da angústia do preso na solitária (sem julgamentos, ok?) e o terror dos guardas reféns. Cara, voltei empolgadíssima com essa visita. Você ouvir essas histórias já é legal, mas agora você ouvir essas histórias em Alcatraz... Show!!!! Mais umas fotos pra vocês.

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Eu voltei tão feliz e me sentia tão bem que resolvi fazer uma espécie de night tour. Já do barco dava pra ver a cidade começando a "acender". Cheguei, pegueii o street car, tava quase voltando pro hotel, mas criei coragem e desci no Ferry Building. E comecei a buscar uma visão diferente da cidade. Quando a noite cai e as luzes se acendem, parece que nasce uma nova cidade. São Francisco é linda demais!

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Como hoje é meu último dia de passe livre na cidade, resolvi voltar de cable car. Fui atrás da linha Powell-Mason. Só faltava essa pra conhecer. Andei três quadras pra fora do Wharf e vi um pouco do outro lado da cidade. Tinha bastante homeless. Tipo, bastante no sentido de estar nos Estados Unidos. Queria entender os motivos que os levaram àquele ponto. Não me senti ameaçada em nenhum momento. Mas também não senti pena. Não sei, posso estar sendo má, talvez eu não seja tão boazinha assim. Mas vi tanta gente vindo pra esse país e vivendo bem, trabalhando muito. Não tô falando que se você ralar muito você fica rico, mas vai viver com dignidade. As coisas aqui não são fáceis, mas pra quem quer lutar tem oportunidade, eu acho. Passa uma impressão de... ah, deixa pra lá. Foi só um desabafo. Não quero terminar meu dia de modo amargo.

E mais uma vez voltei no cable car onde o maquinista deu um show de simpatia. No meio do caminho ele fala sério pra uma mulher: "moça, não pode usar o facebook no cable car". Eu olho achando que ele disse isso pra pessoa não ficar desatenta e esquecer de se segurar. Aí ele completa: "só pode usar twitter". Ahahahahahaha... Numa parada mais a frente ele fala sério de novo, principalmente pras pessoas que estavam de pé, que era pra todo mundo se segurar porque já tinham perdido algumas pessoas ali. Zoeiraaaaa.... Aí ele faz uma curva mega rápida e a galera não sabe se ri ou grita. Enfim, foi um dia feliz. Sem planejamento nenhum, as coisas fluem assim... Não tá bom?

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Ah São Francisco, você é realmente a cidade mais charmosa que eu já conheci nos Estados Unidos. Por ser na costa oeste, já tem uma identidade mais americana. Você custou caro (o dólar tá R$4, hahaha), mas valeu a pena! Tenho mais um pouquinho de São Francisco amanhã antes de pegar a PCH. Mas já deixo essa música de lembrança dessa cidade. Saca só a parceria na música: Tony Bennett e Judy Garland. Um clássico, um charme, a cara dessa cidade linda!

Publicado por Akemi Nomura 08:44 Arquivado em Estados Unidos

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