Carmel x Big Sur x San Simeon
O sol abraça o meu corpo...
26.10.2015 - 26.10.2015
22 °C
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2015 Califórnia
no mapa de viagens de Akemi Nomura.
Bom dia!!!!! Acordei tarde, droga. Quem mandou ficar lutando contra o sono ontem. Já são 7h40. Droga de novo. Deixa eu arrumar as coisas rapidinho aqui. Mas não sem antes comemorar a vitória do Coringão antes, hahahha... #vaicorinthians #maisliderdoquenunca
Hoje é dia de mudar de sede. Cheguei a sair ontem à noite pra abastecer, mas o estacionamento estava bombando, e chegava mais carro. Eu com certeza perderia minha vaga na porta do quarto. Desencanei, vou agora. O trecho conhecido como Big Sur é a maior concentração de "uaus" no caminho. Será mesmo? Veremos! Bom, fui abastecer e pra variar foi aquela novela. Parei numa bomba, mas o tanque ficava do lado oposto e a mangueira não chegava lá. Mas antes, tentei lassar o cartão, como não deu, fui no caixa e dei US$100. Ele liberou a bomba, mas, como expliquei antes da hora, tive que trocar. Depois que troquei de bomba, deu certo. Completei o tanque e fui buscar meu troco. US$40 por 3/4 de tanque, tá bom?
Aos trabalhos...
Peguei a estrada, de Point Lobos State Reserve tudo era novidade. No final do século XVIII, os espanhóis que viveram neste trecho chamavam o litoral de "El Pais Grande del Sur". Desde então, esses 160km de litoral em meio às rochas ficou conhecido com Big Sur. E como todo o litoral da Califórnia, sua maior parte é intocada, vida selvagem, natureza bruta. Muita coisa você só chega a pé. Aí você vai indo, indo, para aqui, para ali. Para onde der vontade. É engraçado nas paradas pouco mais a frente eu já conhecia as pessoas, haha. Não tem como parar a cada KM, senão chego em LA em 2016. No começo parava mais, depois fui diminuindo.... E fui indo.... Essa região é mais natureza do que história. Não tem muito o que falar. Vez ou outra aparece algo como a Bixby Bridge. Esse viaduto foi construído em 1932 e por muitos anos conservou o título de maior vão de arco único do mundo. É meio "parada obrigatória". E vamos indo, vamos parando, vamos....
Depois de muitos uaus de encostas, mar, sol, etc, entrei numa parte mais fechada, dentro da Floresta Los Padres. Aí já não é mais uau, é "ohhhhh". Entendeu? Dependendo da curva ou descida vira "uhuuuuu". E quando você sobrevive à curva ou a descida já vira "yeahhhh". Bem que a Rosana me avisou que não seria fácil pra mim. Cara, eu sei que eu estou dirigindo e tenho que ter atenção, mas sabe aquela olhadela básica de canto de olho pra ver a paisagem? Tinha hora que eu nem tinha coragem. Parar em alguns pontos então, nem deu. Eu tinha impressão que o carro ia derrapar naquelas pedrinhas e ir parar lá embaixo. Sou muito medrosa mesmo, hahahaha. Mas dentro do possível, até que eu fui bem...
Não dá pra parar em tudo nem narrar tão detalhadamente cada ponto. Só ir jogando as fotos mesmo. Gente, cada barranco... Medo!!!!!! Passei por um restaurante chamado Nepenthe. Fica num lugar show. Dizem que algumas celebridades hollywoodianas aparecem por aqui de vez em quando. Não é à toa que eu parei por aqui pra tomar um café... Meu destino é ser star... Ahahahahaha...
Eu acho que nenhuma foto vai expressar o que eu estou vendo aqui. Numa das paradas, vi vários golfinhos, muitos mesmo. Não teve câmera que registrasse esse momento. E quando eu menos esperava eu vi um mar azul clarinho....coisa linda. Essa é praticamente uma viagem espiritual. Essa paz de espírito de estar no meio de uma natureza tão intocada não tem dólar a quatro reais que não compense. Bora pra estrada...
Depois de muita emoção num sobe e desce, curva pra lá, curva pra cá, saí da parte da floresta e veio uma parte mais plana, reta e baixa. Quando eu comecei a achar meio boring veio a surpresa. Passei por uma praia cheia de montes brancos... que se mexiam... Eram eles, os elefantes marinhos!!!!! Fiquei tensa porque não podia parar ali, nem acostamento tinha. Pensei em dar uma encostadinha, não vinha ninguém. Mas aí eu vi a placa de point view. Desestressei. Cheguei no point view, saquei minha câmera e fui lá, ficar de bobeira. Essa região chama Piedras Blancas. E eles de longe parecem pedras brancas, será que é isso? Não sei, mas é engraçado eles dormirem com o barrigão branco pra cima. Aqui não é "uau", nem "uhuuu", nem "yeah", nem outro som senão "ownnnn".
Tem muito, mas muito mesmo elefante marinho. É no desenho do Pica Pau que tem um elefante marinho? Eles parecem um cartoon. Eles não são tão bonitinhos quanto os leões marinhos, o som deles é mais discreto, parece estômago roncando (fiquei na dúvida se não era o meu, haha). Tem uns enormes... Tinha uma galera brincando na água, mas a maioria estava no sol, na areia. Eles se amarram num bife a milanesa, ficavam jogando areia neles. Pra sair do mar e se juntar aos seus, eles vão aos poucos, andam e param. São mais educados que os leões marinhos, não passam muito por cima do outro. No início do século XVIII, os caçadores de baleias caçavam elefantes marinhos por causa do óleo. Décadas depois, chegaram a achar que eles teriam sido extintos até descobrirem um grupo pequeno na ilha de Guadalupe. Todos os que existem hoje descendem daquele grupo. Essa praia só começou a ser habitada recentemente. Em 1990 tinham doze, em 1996 já tinham nascido 1000 e hoje já ultrapassam 15 mil.
Uma paradinha pra registrar que eu estou aqui...
Saindo dali, fui em um monumento histórico, o Hearst Castle. Apesar do guia da folha falar que é um dos pontos mais famosos da Califórnia, eu nunca tinha ouvido falar. Minto, tinha lido uma vez no instagram da Sheila, que fez essa viagem recentemente com o Ronaldo. Antes disso nunca tinha ouvido falar. Foi construído por um cara cheio da grana, um tal da William Hearst. Parece que era um magnata da mídia. Um cara que não sabia o que fazer com tanto dinheiro, com certeza. Tipo, o lugar tem 115 cômodos. É enorme. Maior que a Casa Loma lá em Toronto. Só que, o que aconteceu. Cheguei lá e dei prioridade aos meus instintos mais primitivos: banheiro, comida e wifi. Quando estava comendo ouvi a chamada para o último tour. Não deu tempo, tinha fila de espera e já lotou. Desencanei... Amanhã não vou ter tempo de voltar, então, paciência. Não ia dar pra ver tudo mesmo. Eu fico imaginando quem faz essa rota em um ou dois dias. Imagino a correria...
Fui pra San Simeon. Até pensei em desistir de parar aqui, mas voltei atrás. Parar em San Luis Obispo talvez fosse melhor, mas esse hotel já está pago, fiquei por aqui mesmo. E San Luis Obispo é coisa de 30 milhas daqui. Eu não vi outra coisa na cidade senão três ou quatro restaurantes e hotéis. Dei uma enrolada básica no hotel e fui tentar ver mais um pôr do sol. No começo, tinha uma camada de nuvem que deu pra perceber que não ia rolar imagens fantásticas hoje. Desencanei. Dei um rolé pelas três ruas da cidade e achei um mercadinho. Quando saí, gente, uma neblina tomou conta da cidade. Nem o mar eu via mais... Foi um convite pra voltar pro hotel. Estacionei na parte de trás pra ficar mais perto do quarto. Hoje eu não luto contra o sono porque amanhã tem mais HW-1.... O hotel é bem bonitinho, né não? Fiquei no térreo. Se fosse na Carolina do sul eu ficaria preocupada, hahaha. Quem assiste ID vai em entender o comentário....
Oh, Califórnia! Nem acabou e eu já estou com saudades....
Publicado por Akemi Nomura 21:56 Arquivado em Estados Unidos