Viena
A mais elegante capital européia
11.09.2010 - 13.09.2010
21 °C
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2010 Europa
no mapa de viagens de Akemi Nomura.
Nenhuma outra frase sintetiza melhor Viena do que a frase título deste post. É a mais interessante das cidades austríacas e um dos destinos mais sofisticados da Europa. A cidade é super organizada, limpa, com arquitetura belíssima e muitos parques. Viena é a cidade da música, das igrejas e dos cafés. Basta um curto passeio pela cidade para sermos abordados por pessoas oferecendo óperas.
Em raras capitais do mundo, a sensação de segurança é tão grande. O transporte é eficiente, a cidade é pequena, mas os percalços do idioma dificultam um pouco a movimentação de turistas monoglotas. Os vienenses não são especialmente gentis (com os turistas). Melhor seria definí-los como solícitos, o que não é pouco. Em comparação com Budapeste e Praga, Viena é uma cidade relativamente cara.
Gastronomia
Os “würstel stands” podem ser encontrados a cada esquina de Viena e vendem as típicas salsichas austríacas (dica: pedia a Käsekrainer mit Semmel – salsicha recheada com queijo acompanhada do pão redondinho tipo francês). A salsicha tipo Viena que conhecemos aqui é na verdade a “Frankfurter” (uma polêmica engraçada: os austríacos a conhecem por Frankfurter = a de Frankfurt e os alemães a conhecem por Wiener = a de Viena). Os Gasthaus são boas opções para comer em Viena - são pequenas tabernas familiares que servem comida a preços bastante honestos.
No que diz respeito aos doces, a nota é 10, com louvor. O resto da cozinha vienense (salvo, é claro, as boas exceções) é um pouco pesada, com muita carne de porco e batatas, mas ainda assim bem gostosa. Jamais saia de Viena sem experimentar o delicioso wiener schnitzel e a sachertorte.
Transporte
Uma cidade que conserva seus bondes tem sempre um charme especial. Viena tem várias linhas de bonde, que passam perto das atrações turísticas. Os ingressos são vendidos em máquinas dentro do próprio bonde e o itinerário, bem como o horário de chegada de cada bonde/ônibus, está indicado nas paradas. Metrô e ônibus também são boa alternativa numa cidade com trânsito leve. Os táxis ficam parados em pontos específicos. As tarifas equivalem às do Brasil e os motoristas não costumam aplicar golpes. Não vale a pena alugar um carro, a não ser que você pretenda passear pelo interior da Áustria.
Uma opção é um cartão chamado Vienna Card ou Wien-Carte. Por um preço razoável, se pode usar toda a rede de transportes públicos sem comprar bilhetes e terá descontos em quase todas as atrações, inclusive alguns restaurantes, concertos e peças de teatro. O cartão vale por 72 horas a partir de sua validação (você deve autenticá-lo em máquinas especiais nos ônibus, nos bondes ou na primeira atração em que você for utilizá-lo). O cartão está à venda no aeroporto e nas estações de metrô/ônibus. Em alguns hotéis também há indicação de como adquiri-los. O símbolo das estações de metrô é o U de U-bahn (Unterbahn ou trem do subsolo).
VIENA POR PARTES
Graben
A dica é passear a pé por Viena. Suas ruas em qualquer horário transbordam segurança. Nosso primeiro passeio pelo Graben no início da noite pra ter um primeiro gostinho de Viena foi a melhor escolha. Se for sábado à noite então, melhor ainda. A belíssima loja da Swarovski e a Catedral de Stephansdom iluminadas são uma atração. Terminamos a noite saboreando o delicioso Wiener Schnitzel do Zwoelf-Apostelkeller (um restaurante construído em 1339).
Schloss Schönbrunn
O Palácio de Schönbrunn, em Viena, é um dos maiores e mais bonitos do mundo, e tem sua história associada à dinastia dos Habsburg, que dominou a parte da Europa por mais de 600 anos. A Áustria era seu país e Schönbrunn era seu palácio. Hoje, seus 1440 aposentos guardam lembranças de um tempo em que brilhava nos salões do palácio amarelo a estrela de Sissi, Imperatriz da Áustria e Rainha da Hungria.
Schönbrunn foi testemunha de um dos mais belos contos de fada da vida real. Em setembro é possível visitar os jardins floridos, uma paisagem única. Um dos pontos mais divertidos dos jardins do palácio sem dúvida é o labirinto. Parece brincadeira de criança. Mas realmente não é nada fácil achar o fim da linha. Mas com um pouquinho de sorte dá pra chegar no centro...
Catedral de Stephansdom
A Catedral de Stephansdom é a construção gótica mais importante do país e símbolo da cidade. Um passeio pelas catacumbas é recomendado, mas atente para os horários das visitas. Mas, jamais saia da catedral sem visitar ao menos uma das torres da catedral. Veja Viena do alto e, principalmente, veja de perto o colorido telhado da catedral. Vai no mês de setembro? Leve um casaco, lá em cima venta pra caramba. Para subir tem que pagar 3,5 euros. Paga direto pro cara do elevador.
Palácio de Hofburgo e Biblioteca Nacional
A Biblioteca Nacional integra o complexo arquitetônico do Palácio de Hofburg. Junto a outros três museus, ela ocupa um dos edifícios mais belos da capital. O Palácio de Hofburg está no coração de Viena e é um dos símbolos mais destacados do patrimônio cultural austríaco. Os Kaiserappartements (antigos aposentos dos imperadores) e o Museu da Sissi são as áreas internas mais visitadas do Palácio. O edifício conhecido como Michaelertor é um dos portões de entrada do Palácio e o pátio In der Burg é o maior de todos do complexo, e exibe um monumento em homenagem ao imperador Franz Joseph II. A porta suíça renascentista do Pátio Schweizerhof data de 1553 e está na parte mais antiga do Palácio de Hofburg. Seus imensos jardins floridos e arborizados são tentadores para uma parada de descanso da caminhada.
Ópera de Viena
A ópera de Viena foi inaugurada em 1869 com a apresentação da ópera de Mozart “Don Juan”. É considerada como uma das melhores e mais famosas do mundo.
Museus
Ao redor da MariaTeresienPlatz fica um importante complexo de museus. De um lado fica o Museu de História natural e do outro fica o Museu de História da Arte. É impressionante a arquitetura espelhada dos dois edifícios. Ali perto está o Museum Quartier Wien (quarteirão dos museus), que reúne o Leopold Museum, o Ludwig Foundation Vienna, o Zoom Kindermuseum e o Architekturzentrum.
Mariahilfestrasse
Esta é conhecida pelos vienenses como a rua mais comprida do mundo. Bom, se é eu não sei. Mas que é uma delícia bater perna por ali, entrar em umas lojinhas e comprar umas coisinhas, ah isso é. Com um mapa na mão é bem fácil chegar lá. Quer uma dica, procure pela estátua de Goethe. Dali fica bem perto. Depois é só pegar uma rua paralela e ir almoçar no Siebensterbräu. Se for pra parte externa, no fundo do restaurante, e estiver ventando, eu aconselho tomar muito cuidado com as castanhas.
Parlamento e Prefeitura
O próximo passo na Ringstrasse é o belo prédio do Parlamento. Este edifício de estilo neo-clássico foi projetado para atuar como edifício do Reichsrat (o Parlamento da parte Austríaca do império de Habsburgo). O prédio seguinte é um dos mais bonitos da cidade, o Rathaus, prefeitura de Viena. Ali mais um convidativo parque espera para a próxima parada de descanso.
Dica de Hotel
Bem localizado, boa infraestrutura e bom preço. Recomendo fortemente o hotel All You Need 2 em Viena.
http://www.allyouneedhotels.at/en/hotels-vienna-salzburg-klagenfurt/hotel-vienna-1020/services.html
OUTRAS DICAS DE QUEM JÁ MOROU EM VIENA:
- Uma visita diária a um dos cafés de Viena, sem stress quanto às calorias – são tantos cafés em Viena que são dignos de visita que é até difícil selecionar alguns, mas aí vai uma pequena lista: Café Central (fica no 1º. Distrito a poucos passos da Ópera), Café Landtmann (em frente à Rathaus ou Prefeitura, um dos cafés preferidos de Freud), Café & Konditorei Heiner (fica na Kärtnerstrasse, a rua de pedestres que sai da Ópera e vai até a catedral), o famoso Café do Hotel Sacher (onde se pode comer a tradicionalíssima torta Sacher, criação do hotel), o antigo café Hawelka (onde tudo parece ter mil anos) dentre outros. Em qualquer café, sinta-se em casa – é lá que os vienenses se sentem mais à vontade;
- Uma noitada de muito vinho novo nas canecas de um heurige bem típico, no bairro de Grinzing, nos arredores da cidade (basta pegar o bonde 38 no centro da cidade e descer na última parada – dica: um dos melhores heuriges se chama “Zum Martin Sepp”);
- Outro castelo que vale a pena conhecer é o Schloss Belvedere que fica perto da estação de trem Südbahnhof. Ele é dividido em duas partes (alta e baixa). A melhor entrada é a da parte alta, na Prinz Eugen-Str. 27, onde os jardins estão sempre floridos. Contornando o palácio, mais jardins e a vista para a cidade e para a parte baixa do castelo. Nas duas partes, existem exibições de arte. Na parte alta (Oberes Belvedere) se encontra uma enorme coleção das peças de Gustav Klimt, o austríaco famoso pelo quadro “O beijo”. Basta pegar o bonde linha D (direção Südbahnhof), parada Schloss Belvedere.
- Visitar a coleção de obras do Kunsthistorisches Museum (o museu de arte), as lembranças do museu judaico (Jüdisches Museum) ou do museu técnico (Technisches Museum – perto do Schönbrunn);
- Pegar um táxi até a Donauturm, a torre que fica na beira do Danúbio, que tem um restaurante e café giratório e de onde se tem uma vista espetacular de toda a cidade;
- Um concerto cuja programação inclua se possível, peças de Mozart ou Strauss;
- Uma apresentação do coral “Os Meninos Cantores de Viena” (Wiener Sängerknaben) aos domingos na Burgkapelle;
- Jantar no restaurante Figlmüller do centro – fica numa ruela atrás da catedral (ver figura abaixo). Aqui é o lugar de comer o famoso “Schnitzel mit Kartoffelsalat” (schnitzel é o bife a milanesa fininho que vem com salada de batata). O restaurante é pequeno e antigo, mas um clássico e o preço é bem justo. O schnitzel é maior que o prato;
- Jantar: no Heurige no 19º distrito – o local típico para apreciar comidas simples e rápidas e tomar o vinho da casa, no distrito das vinícolas. O suco de maçã ou pêra também vale ser provado. Delícia. O bonde 38 sai da Schottentor (perto do hotel) e a última parada é em Grinzing (o bairro boêmio). Basta sair andando pela rua principal e escolher o heurige mais animado. Um dos que eu mais gostava é o "Zum Martin Sepp" que fica na Cobenzlgasse 34. Dá pra ir de dia e ficar nas mesas ao ar livre, dependendo do tempo;
- Museu Judaico de Viena – fica numa praça do 1º distrito e a escultura no meio da praça simboliza uma biblioteca. A entrada é bem escondidinha na Dorotheergasse 11. Bem pertinho dessa praça, fica um cinema que passa os filmes originais em inglês (uma das poucas opções na cidade);
- Um passeio bem tradicional é a visita a Hundertwasserhaus – aquela casa toda torta e mega colorida que é um marco da arquitetura de Viena. Fica no 3º Distrito, na esquina das ruas Kegelgasse e Löwengasse;
- Demel Konditorei – Uma das mais tradicionais e antigas da cidade. Briga com o Hotel Sacher pra dizer quem tem a melhor torta Sacher do país. É bem antiga, por dentro lembra muito a Confeitaria Colombo e tem mais de 60 opções diferentes de tortas. Acho que se pode ver a cozinha e ver como eles confeitam as tortas. É famosa pelas vitrines confeitadas, sempre com alguns temas atuais;
- Café Landtmann – em frente à Rathaus (prefeitura), onde Freud sempre ia (a torta Williams Birne, de pêra com chocolate, era uma das minhas preferidas);
- Café Central – Café super antigo também. Uma tradição da cidade;
- Sorveteria italiana Zanoni & Zanoni – fica bem pertinho da catedral. Serve café da manhã e sorvetes deliciosos. Fica de frente pro prédio onde fica a embaixada brasileira;
- Outra sorveteria super-fofa e uma delícia também é o Eissalon Tuchlauben, quase na rua de pedestres do Graben;
- Uma boa pedida para um lanche ou café rápido é o Rosenberger que fica numa ruela atrás do Hotel Sacher. É um misto de restaurante-lanchonete que funciona quase que 24hs. No térreo tem uma lojinha com vários artigos típicos austríacos e um café rápido e no subsolo o restaurante onde você escolhe o que quer comer/beber de vários stands. Quando eu morava em Viena, vinha de vez em quando tomar um chocolate ou café e comer uma torta e sempre tinha uma promoção de levar a caneca pra casa (lá em casa têm várias, hehehe).
Publicado por Akemi Nomura 18:46 Arquivado em Áustria Tagged austria viena