Machu Picchu
O climax da viagem
14.11.2017 - 14.11.2017
16 °C
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2017 Peru
no mapa de viagens de Akemi Nomura.
É hoje!!!!! Auge da viagem!!!!! O maior e mais famoso templo inca no Peru: Machu Picchu!!!!! Acordei às 2h40 e escrevi o post do dia anterior no celular já que tinha deixado o ipad no hotel em Cusco. Um pouco antes de levantar comecei ouvir barulho de chuva. Bom, vim até aqui não é chuva que vai me impedir. Mas antes de começar o dia deixa eu falar sobre o acesso a Machu Picchu.
Pra começar a compra do ingresso para Machu Picchu. O mais recomendado é comprar com antecedência pela internet no site http://www.machupicchu.gob.pe/. Não é nada complicado. Imprima seu ingresso e por via das dúvidas salve o arquivo pdf e leve com você. Não se entra mais um Machu Picchu qualquer hora. Se eu não me engano foi a partir de junho de 2017 que o esquema mudou. Hoje existem dois períodos pra entrada: das 6h às 12h e das 12h às 18h. Recomendo escolher sempre o período da manhã. Um dos motivos pra ir de manhã é que se você tiver em alta temporada dizem que é bonito ver o sol nascer lá. Outro motivo é que o período escolhido é pra entrada mas não determina que você tem que sair meio dia, entendeu? Você pode entrar 11h30 e ficara tarde inteira. Assim você tem liberdade de programar sua chegada pro melhor horário do dia.
Outra coisa, no ingresso está escrito que é válido uma vez. Em 2017 o ingresso dá direito a duas entradas e você pode escolher qual circuito fazer. Antes além de entrar qualquer horário, podia entrar três vezes e não tinha um circuito, cada um ia onde quisesse. Hoje quando você passa determinados pontos não pode voltar mais. Mas essa informação serve pra 2017 porque pode ser que em 2018 só se tenha direito a fazer o circuito uma vez. Essas mudanças foram feitas com intenção de preservar o lugar. A primeira ideia era diminuir o número de pessoas que acessariam Machu Picchu. Porém isso aumentaria o valor de ingresso e diminuiria o acesso pois menos pessoas poderiam pagar. Então resolveram restringir o horário de entrada pra diminuir o tempo que as pessoas acessam o templo. Se a intenção é preservar então a mudança é válida. Dessa forma faça o primeiro circuito bem feito caso não tenha oportunidade de voltar.
Ok, ingresso impresso agora vamos à subida da montanha. Se você for aventureiro é fácil, é só ir andando e subir a montanha. Acho que em umas 3h - 4h de subida você chega lá. Os que não desistirem, claro! Eu ouvi gente na rua às 3h30 da manhã. Se for alta temporada o pessoal na rua às 3h30 estaria indo pro micro-ônibus. O Yersiño, nosso guia, disse que pra pegar o primeiro ônibus na alta temporada tem que chegar pelo menos 2h30 antes e as filas durante o dia demoram horas. Mas em baixa temporada não precisa se preocupar com filas. Não recomendo ir muito tarde pois vai ficando muito cheio em qualquer temporada. Mas agora em novembro acho que pegar o ônibus das 8h está de boa. Esse mês começa o período das chuvas e muito cedo tem muita neblina o que pode atrapalhar. E muito tarde fica mais cheio como disse antes. Em novembro não tem fila pra pegar ônibus pode ficar sossegado. Tem muito vídeos e blogs que bombardeiam informações dessas filas. Eu mesma cheguei muito pilhada com isso. Mas foi de boa. O ingresso do ônibus você pode comprar na hora ou com antecedência pela internet (https://www.consettur.com). Ah, traga um documento de identificação de preferência passaporte. Na saída você pode carimbar seu passaporte. É legal deixar registrada sua passagem por Machu Picchu.
Ingresso comprado de ônibus e acesso ao sítio arqueológico vamos subir. O ônibus sobe em zigue zague em uma estrada estreitinha. Chovia fraquinho, nada que incomodasse. Chegando lá em cima aguardamos o Yersiño. Sem problemas na entrada estávamos lá dentro às 8h30.
Existem zilhões de informação sobre Machu Picchu na internet e fica difícil reproduzir três horas de explicação do Yersiño aqui. Então vou citar alguns pontos durante o percurso e tentar não ser repetitiva com o que eu já falei sobre a cultura inca. Bom, o antropólogo americano Hiram Bingham, da Universidade de Yale, é considerado o “descobridor” de Machu Picchu. Porém quando ele chegou aqui em 1911 existiam duas famílias morando aqui. Foi inclusive uma criança, filho dos camponeses, que o levou até parte das ruínas da cidade tomada pela floresta. Como disse nosso guia, Hiram foi o primeiro “turista” a chegar em Machu Picchu, hehe. Bom, ele chegou, tirou milhares de fotos do local e levou de volta aos Estados Unidos. Apresentando essas fotos na universidade, para a National Geographic Society e pra Kodak ele conseguiu patrocínio para retornar e fazer os trabalhos de exploração do lugar que ficou conhecido como “cidade perdida dos incas”. Abaixo as fotos que o Yersiño nos mostrou sendo na última dos camponeses que moravam ali.
Yersiño disse uma coisa que eu não sabia (ou pelo menos não lembrava): os espanhóis não chegaram a Machu Picchu. Depois de passar por tantos lugares destruídos e saqueados pelos espanhóis me surpreendeu esse fato. Avisados da aproximação dos colonizadores os habitantes de Machu Picchu destruíram o acesso à cidade e fugiram. Com o tempo a floresta tratou de proteger o lugar até o antropólogo americano chegar. Nas fotos abaixo dá pra ver uns lugares meio cobertos ainda.
Logo na chegada o caminho natural é o circuito 1. Fomos subindo umas escadas construídas pra acessar uns terraços agrícolas. Essas escadarias foram construídas pelo Ministério da Cultura. A subida é um pouco difícil mas vai devagar que você chega lá. O prêmio é o acesso à famosa imagem de cartão postal:
O visual lá de cima é apaixonante. Uma energia única estar ali. Logo acima de onde a gente estava tinha um posto de controle. Na cidade era fácil ver as partes agrícolas, militares e religiosas. A parte central era um anfiteatro onde o povo podia ficar. No fundo fica a montanha de Huana Picchu onde uns doidos pagam (caro) pra subir até o topo. A diferença de Machu Picchu dos outros sítios é a grandiosidade e a originalidade. Yersiño disse que 80% da cidade é original. Mano do céu, dá vontade de sentar ali e não sair mais. Que visual, que energia, que espetáculo da história com a natureza.
Descendo ali passamos pela porta de entrada. A primeira coisa que o visitante que chegava na cidade via era Huana Picchu. Quem chegava levava algum produto para fazer o escambo. Passando dessa porta você não volta mais tá? Tem que continuar o circuito. Gente, vai cedo pra poder ter uma vista mais limpa de gente e poder tirar foto legal. Enfim, passando a porta entramos na parte religiosa e mausoléus reais.
Dali passamos pela praça sagrada, templo do sol, jardim botânico. Tudo com seus símbolos que ligavam à crença dos incas. Perguntei pro Yersiño se os incas construíram pirâmides que nem os maias. Ele disse que os incas utilizavam as formas da montanha pra formar sua pirâmide. Aí ele disse que Machu Picchu começou lá no pé da montanha e foi subindo base a base. Lá de cima conseguimos ver uma área que foi coberta pela floresta mas que claramente eram mais terraços. Eles ainda trabalham na limpeza do lugar.
Uma parte interessante era a acústica das moradias. Entramos em uma delas e nas “janelas” fechadas quando você coloca a cabeça nas janelas e uma pessoa fala em outra parece que ela está do seu lado. Muito legal isso.
O metal escuro na mão do guia era o material que os incas utilizaram pra esculpir as pedras das paredes. Aqui em Machu Picchu os incas utilizaram pedras da própria montanha.
Na foto abaixo dá pra ver a trila inca na montanha.
Claro que tinha uma parte alta que mamãe quis subir. E claro que eu não. Mas como eu não estrago a felicidade alheia eu segui por baixo e ela por cima. No alto, rodeada de construções da elite, encontra-se a pedra Intihuatana ("onde se amarra o Sol"), um dos objetos mais estudados de Machu Picchu, que foi relacionado com uma série de lugares considerados sagrados a partir do qual se estabelecem claros alinhamentos entre acontecimentos astronômicos e as montanhas circundantes. E olha ela lá em cima toda orgulhosa.
Atravessando o anfiteatro por outro lado chegamos na entrada de Huana Picchu. Ali do lado o Yersiño mostrou uns vídeos da subida dessa montanha. Caracas mano, é tenso! É alto, é estreito, é tudo que eu tenho pavor. Só entram 400 pessoas por dia, sendo 200 de manhã e 200 de tarde. E a parte final é tão tensa que você precisa da ajudas das mãos pra subir. E eu que cheguei a cogitar fazer essa subida, haha. Mas nem que eu quisesse pois tem que reservar com pelo menos 4 meses de antecedência.
Ali pertinho tem uma pedra que a galera estava tocando. Perguntei o que era e ele disse que era pra absorver energias positivas. Tô precisando, bora lá. Continuando chegamos na parte final. É uma caminhada mais raiz, literalmente, hehe. Além das trilhas de pedras muito caminho na terra e por meio de árvores e entramos nas moradias do lado militar. Passando pra parte com vista pro anfiteatro mais uma vez uma amostra da acústica do local. Uma batida de palma de um lado e ouvia o som do outro. Esses incas eram phodas.
Uma parada pra uma foto definida por Yersiño como: Machu Picchu eu comigo.
Mais um desafio: uma escada enormeeeee. Fui me agarrando nas pedras mas fui. Passamos pelos aquedutos que ainda funcionam porque algum inca doido foi lá no topo da Montanha canalizar a água das geleiras. Ah, falando nisso, Machu Picchu é o nome da montanha tá? E o topo dela era bem acima da cidade.
Antes de sair um outro ângulo da cidade. Uma vista sensacional das montanhas de um lado e dessa jóia histórica do outro. A câmera funcionou histericamente. Impossível não bater muitas fotos desse lugar. Nos despedimos do Yersiño já eram quase 11h30. Então bora entrar de novo pra fazer o circuito 2. É um circuito mais curto que não tem a subida pra foto da cidade lá do alto. Mas tem um monte de escada pra subir pra chegar na praça sagrada. Sentamos lá um pouquinho e quem chega lá? O grupo de brasileiros da CVC. Simpáticos já chegaram abraçando a gente. Depois continuamos nosso caminho pro outro lado da cidade pra passear até a saída.
Passaporte carimbado!
Cansei! Mas valeu muito a pena. É um cansaço de satisfação sabe? Tem coisas que você tem que fazer uma vez na vida. Uma delas é visitar Machu Picchu. Aliás, todo Vale Sagrado. E deixar Machu Picchu pro final. E assim fechamos nosso circuito inca que foi sensacional. Decidimos descer pra Aguas Calientes e almoçar lá. Tinha lugar melhor e com bom preço pra comer. Conseguimos embarcar no ônibus de volta sem problemas. Usei o tripadvisor pra escolher o restaurante e acertamos. Chama Mapacho e fica na beira da linha do trem. Sentamos na parte de trás com vista pro rio. Mamãe estava empolgada e feliz com o passeio mas aí bateram as lembranças. Foram inevitáveis as lágrimas. É muito difícil lidar com a ausência e vai ser pra sempre. Disse pra ela que era isso que papai gostaria que ela fizesse, que nós fizéssemos. E vamos apreciar a vida e dar importância ao que realmente tem importância! A comida estava deliciosa. Como eu disse Aguas Calientes me surpreendeu. Tinham outros restaurantes bonitinhos mas o Tripadvisor normalmente acerta. O atendimento foi muito bom, comida boa, lugar agradável.
Voltamos pro hotel pra pegar as mochilas e o céu desabou. O universo conspirou a nosso favor. Ficamos ali no hotel porque tinha muito tempo pro trem. E no hotel tinha wifi, haha. Quando chegou a hora de ir a chuva tinha parado. O hotel Andino tem essa política de deixar a mala pro pessoal que vai pra Machu Picchu. Acredito que a maioria faça isso. O café da manhã começa às 5h e quem sai antes das 5h é só avisar na noite anterior que eles fazem um lanche pra levar. Eu achei esse hotel o suficiente. Confortável, arrumadinho, bom preço, no café da manhã tem ovo (o que pra mim basta) e são super atenciosos.
Bom, pegamos as mochilas e fomos pra estação. São duas empresas que fazem esse trajeto: Peru Rail e Inca Rail. Peguei da Inca Rail porque os horários se encaixaram melhor na minha programação. A ida foi de Ollantaytambo até Águas Calientes e a volta foi até Poroy. Na ida 1h30 e na volta 3h. Prepare-se pra sacolejar. O trem oferece um snack e uma bebida na ida e na volta oferece duas vezes.
Por volta de 19h15 chegamos em Poroy. Muitos táxis disponíveis a saída. Negocie com o motorista. Pra se ter por base um valor em novembro de 2017 não pague mais que 35 soles. O nosso taxista era muito simpático e conhecia bastante de história também. Nos falou sobre sítios arqueológicos que normalmente não fazem parte do turismo. Um dos motivos pra isso é que são lugares perigosos pra levar turista. Tem muito tesouro nessas montanhas ainda. Pra quem tem espírito de aventura venha com calma. Chegamos no hotel e já posso avalia-lo muito bem. A ficha já estava preenchida e as malas que deixamos aqui já estavam no quarto. Gosto dessa eficiência. Pedimos um lanche no quarto, tomei um bom banho e bora descansar. Dia intenso e muito proveitoso!
Publicado por Akemi Nomura 13:56 Arquivado em Peru