Cape Town
07.05.2018 - 07.05.2018
20 °C
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2018 Africa do Sul
no mapa de viagens de Akemi Nomura.
O dia amanheceu meio nublado. Eram 6h30 quando cheguei na sala e o centro de Cape Town já estava bem movimentado. Já aproveitei e fui arranjando a mesa do café da manhã. O dia prometia chuva mas vamos ver o que sai. Reparei hoje de manhã que nossa varanda tinha vista pra Table Mountain. Não fosse um prédio cortando ela no meio seria perfeita.
Pegamos o carro com objetivo de ir na Boulders Beach primeiro. Pegamos o contrafluxo e no caminho passamos por Muizenberg Beach. Percebe-se que ali é um ponto de surfe muito movimentado. Até a estrutura ao redor, os tipos de lojas, são voltados para o público do surfe. A praia é bem bonita e tem as tais casinhas coloridas que a gente viu na Garden Route adentro. Logo em frente tinha uma sequência até maior delas. São espécies de vestiários. Como essa região tem muitos tubarões, Muizenberg conta com o serviço de vigias. Eles ficam no alto da montanha próxima da praia e sinalizam a presença de tubarões para evitar que banhistas e surfistas sofram qualquer acidente.
Chegamos em Boulders Beach, em False Bay, e do estacionamento já víamos alguns pinguins. Essa colônia de pinguins migrou por volta de 1982 vindos de Dyer Island. Essa área faz parte do Table Moutain National Park e a entrada custa hoje (maio de 2018), R76. Lembrando que esse dinheiro é para preservação do local. Por uma entrada a gente acessa uma prainha em que dá pra nadar e ter contato mais próximo com os pinguins. Pela outra entrada são passarelas que você fica mais próximo da principal parte da colônia. Foi possível ver vários filhotes de vários tamanhos. O pinguim africano é um dos Big Five marinhos e sua população vem diminuindo ano a ano. Um aviso no saída é pra olhar embaixo do carro antes de sair pois pode ter um pinguim. Ah, e a cena mais fofa foi ver ele descendo escada dando uns pulinhos em cada degrau.
Próxima parada: Cabo da Boa Esperança. Primeiro, uma aulinha de história. O Cabo da Boa Esperança foi descoberto pela primeira vez em 1488 pelo navegador português Bartolomeu Dias. Dizem que, por conta das tempestades pelas quais passavam naquela região, Bartolomeu Dias colocou o nome de Cabo das Tormentas. Porém quando retornou de viagem e levou a notícia a Dom João II que aquele ponto era ligação entre o Atlântico e o Indico e prometia a tão desejada ligação com a India, o rei mudou o nome para Cabo da Boa Esperança. Vou te dizer, deve ser muito difícil navegar ali porque andar já estava difícil de tanto vento. Mas chegamos ali, no ponto que eu jurava ser o extremo sul do continente africano, rs.
Logo ao lado tinha uma trilha pra subir na pedra. Adivinha? Fomos! Olhei pra cima e pensei na hora: “não vai rolar”. Mas parece que ouvi minha irmã dizendo pra mim quando estávamos em Portugal: “antes de desistir, tenta”. Fui indo buscando meu deslocado ponto de equilíbrio, hehe. O vento não colaborava muito, fiquei pra trás mas preferi assim. Chegamos na metade e tinha uma escada de madeira. A ideia era facilitar mas aqueles vãos... Bom, subi metade pra ver qual era. Aí como já tinha subido metade decidi terminar. Mas era aquele tipo de escada que eu ia ter que descer sentada, haha. Continuei a subida e cheguei no topo. Nem acredito! Só pensava como ia descer pois eu acho subir muito mais fácil. Mas, como disse o Junior, era um problema pra depois. E ficamos lá no topo um tempinho só curtindo a paisagem.
Aí chegou a hora de descer. Fui indo me agarrando em tudo quanto eu tinha disponível. Até que chegou a tal escada... sério, meu centro de massa é deslocado porque pra mim aquilo não era nada fácil. Não fosse o Junior me ajudar eu estaria lá até agora tentando descer, hahaha!
Dali fomos na direção do restaurante Two Oceans e onde tem o acesso à Light House de cable car. Dali também dá pra ir pra Cape Point. Mas nós só fizemos uma parada pra um café e ver uns babuínos. A moça logo alertou o Junior pra tomar cuidado com o café. Eu fui perguntar pra ela se eles gostavam de café e ela disse que antes eles iam atrás de comida, agora eles querem tudo. E podem ficar agressivos também por isso tem que tomar um certo cuidado. Na saída tinha um em cima de um carro, folgado. Depois eles desceu e foi na direção de outro carro onde duas pessoas (possivelmente pai e filho) pegavam algo no porta malas do carro. Quando viram o babuíno fecharam rapidinho, hahaha.
Fizemos uns pit stops em alguns pontos apenas lamentando o dia não estar como ontem. Mas o lugar não deixava de estar bonito.
Continuando a ideia era ir na rota cênica. Aquela que a gente chegou no começo ontem. Mas ela estava fechada!!! Mancada isso! Até final de maio... pra quê isso gente? A gente queria voltar na rota cênica até o centro de Cape Town mas deu ruim. Então voltamos pelo mesmo caminho e paramos para almoçar em Muizenberg. Achei no tripadvisor o Tiger’s Milk. E fomos lá mesmo. Comida boa, atendimento rápido e vista linda.
Bom, missão do dia cumprida. Ainda eram 16h então decidimos partir para o Waterfront. Mas antes tínhamos que resolver uma coisa: dinheiro. Rosana ficou sabendo de uma pessoa que trocava dólar por rand no centro de Cape Town. Ele pagava R12,7 por dólar em notas de cem. Notas pequenas ele pagava R12. Essa cotação de R12,7 foi a melhor de todas e ainda era sem fee. Como era no centro eu e Rosana descemos e o Junior deu umas voltas. O lugar era um pouco, digamos, estranho. Você entra em uma loja, depois tem dois portões de ferro pra passar e um cara estranho controlando. Aí tem outra sala com outro portão de ferro. O cara chama Omar. É simpático e arranha um português. Já deve lidar com muito brasileiro. Saindo dali encontramos o Junior na rua de trás. Ainda sobre dinheiro eu, particularmente, achei que a pior opção foi comprar rand no Brasil. Digo isso pois paguei R$0,34 por rand no Brasil. Aqui eu saquei direto da minha conta e mesmo com iof e taxa de saque o rand saiu por R$0,31. Enfim, essa foi minha experiência. Eu traria pouco dólar e focaria em saques mais altos aqui.
Dali fomos direto na região conhecida como Waterfront. Antes passamos em frente do Cape Town Stadium. Em 2010 o Brasil jogou em Joanesburgo e Port Elizabeth apenas. Aqui apenas passamos de carro.
Chegamos na região de Waterfront. É uma região revitalizada da cidade. Já vi algumas desse tipo mundo afora: Rio de Janeiro, Sydney, Auckland, Buenos Aires, Oslo... é um dos pontos mais visitados da cidade do Cabo e ficou realmente muito agradável. Lojinhas, restaurantes, ambiente legal, deve ser sempre movimentado. Um sorvetinho no Food Market porque ninguém é de ferro. Só pecou nas duas lojinhas de souvenirs pela demora no atendimento que eu até desisti da compra. Mas gostei do lugar bastante. A chuva prevista não chegou então conseguimos aproveitar bem essa parte externa.
Em uma parte do Waterfront fizeram uma praça chamada Nobel Square. É uma homenagem a quatro vencedores do prêmio nobel: Nelson Mandela, Nkosi Albert Luthuli, Desmond Tutu e F. W. de Klerk.
Tínhamos deixado o carro no Victoria Wharf então voltamos pra lá porque o vento frio estava hard. O Victoria Wharf é um shopping comum. Tem uma área de lojas de alto padrão, tem lojas mais acessíveis, mas é um shopping. Deu pra dar uma voltinha mas nada que nos atraísse para as compras.
Missão de hoje cumprida sem a chuva atrapalhar. Resolvemos voltar pra casa. Tinha coisinhas pra comer e como “almoçamos” quase 16h ninguém ia querer comer muito. Nossa missão de hoje foi cumprida! Agora partiu sofá!
Ah, antes de terminar queria fazer uma observação. A África do Sul vem passando por um problema de falta de água muito sério. Acredito que mais nessa região perto da Cidade do Cabo. Em Franschoek tem muita campanha por banho de 90 segundos. O Junior chegou a ver uma de “domingo sem banho”. Aqui na cidade do Cabo em alguns lugares os banheiros não tem água na torneira, só álcool em gel. No shopping só tinha uma torneira com água, as outras fechadas.
Publicado por Akemi Nomura 03:27 Arquivado em África do Sul