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Cape Town x Johannesburg

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Visualizar 2018 Africa do Sul no mapa de viagens de Akemi Nomura.

Saímos do apartamento às 6h30. Por precaução resolvemos chegar mais cedo no aeroporto para devolver o carro. Pegamos o contrafluxo então foi contrário. Depois de cerca de 2400 km rodados desde Port Elizabeth encerramos a etapa Garden Route da viagem. Decolamos às 9h10 e por volta das 11h10 pousamos em Joanesburgo. Para os íntimos Joburg ou Jozi. As malas demoraram um pouquinho e depois partiu pegar o carro. Decidimos ontem a noite alugar o carro pra usar aqui em Joanesburgo. Mais simples porque só ia carregar mala no trajeto aeroporto x hotel x aeroporto e só o aluguel ia sair mais barato que o Uber nesse trajeto. Fora o que a gente gastaria nas andanças aqui então o aluguel por dois dias valeu muito.

Ficamos hospedamos no WEOM Apartments, alugado pelo Booking. Chegamos por volta de 13h e como o check in era a partir das 14h o apartamento ainda não estava pronto. Mas em 20 minutos iam nos entregar o apartamento então ficamos esperando pra não andar com malas no carro na cidade. Melhor assim. A gerente do condomínio veio nos receber e fizemos o check in. Esse apartamento é mais refinado, bem estruturado, linda decoração e super confortável. Acho que o esquema aqui na África do Sul é ficar em apartamento e guesthouse. A gente se sente em casa.

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Hoje nosso objetivo era fazer algumas compras. Lembranças, vinhos, chocolates, sem pressa. Fomos na Nelson Mandela Square almoçar e depois andamos nas lojinhas dali e de Sandton City. Passamos no Checkers mas não rolou comprar nada ali. Na Woolworths compramos coisinhas e depois fomos numa loja de bebidas de que a Teresa (motorista do Uber) nos indicou. Chama Norman Goodfellow mas tem um probleminha: é mais caro que os supermercados. Ah, e também não tinha os vinhos procurados. Partimos para um Superspar e, meu amigo, nem entramos. Era numa favela! Tipo, mega estranho o lugar. Me lembrou aquelas reportagens de turista entrando na Rocinha por engano. Junior fez uma curva de 180 graus e saímos fora rapidinho, haha. Essa cena a gente ainda não tinha encontrado em Joanesburgo. Fomos em outro Spar mais de dois quilômetros dali e deu ruim de novo. Fraquinho! Ainda fizemos uma terceira tentativa e sem querer paramos no Spar que fomos no primeiro dia e eta a fechado, mas dessa vez deu certo! Pelo menos em parte conseguimos resolver de compras e, se faltar, voltamos aqui amanhã pra terminar.

Compramos a janta e voltamos pra casa. Joanesburgo não é uma cidade pra ficar na rua até tarde, mesmo de carro. Apê gostosinho esse nosso e internet voando! Partiu ver novela!

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Bom dia! O principal objetivo aqui em Joanesburgo era conhecer o Soweto. O nome Soweto vem de South Western Townships, ou "Bairros do Sudoeste". Desde 1983 o Soweto tem status de cidade, mas, quando foi criado em 1963 a ideia era juntar son a mesma administração os bairros para negros. As leia do Apartheid não permitiam que negros vivessem na área em que viviam os brancos. Inclusive bairros de negros classe média foram incorporados ao Soweto. O Soweto ficou conhecida na época do apartheid por ser foco de resistência anti-racista e de protestos dos negros contra a política oficial de discriminação racial. Uma destas manifestações ficou conhecida como o Massacre de Soweto devido à violenta repressão. Bem vindos ao Soweto!

No Soweto fica o Museu Hector Pieterson. Hector Pieterson foi um menino de 13 anos que morreu nos braços de uma colega durante a repressão violenta de uma das manifestações que ocorriam no Soweto na época do Apartheid. Hector ficou marcado como a cara do massacre devido a uma fotografia que percorreu o mundo no dia seguinte à tragédia. Foi um dos mais de 100 menores vítimas desses conflitos. Tornou-se um símbolo na luta contra o Apartheid.

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Mas nossa primeira parada no Soweto foi na Casa de Nelson Mandela. Falar o quê de Nelson Mandela? Sua luta contra o apartheid lhe custou a liberdade, a vida privada, o casamento e até a boa relação com os filhos. Mandela se mudou para lá com a primeira esposa e filho em 1946. Em 1957 se divorcia e se casa com Winnie que veio morar nessa casa. A partir daí sua luta contra o Apartheid se intensificou em 1962 ele foi preso. Depois de libertado, em 1990, Nelson Mandela voltou a morar, por um curto tempo, na casa que aqui. Ficou apenas onze dias antes de se mudar pra um apartamento no Soweto mesmo. Dali só sairia para ocupar a residência presidencial em 1994 quando foi eleito primeiro presidente negro da África do Sul.

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Saindo dali passamos em Soccer City. Em 2010 esse estádio foi cenário da abertura e encerramento da Copa do Mundo de Futebol. O Brasil jogou aqui contra a Costa do Marfim na primeira fase.

Ai fomos no museu do Apartheid. O nome já remete à sensação de visitar o lugar. Logo na entrada tem um trechinho em que separam brancos e não brancos. Os ingressos são emitidos aleatoriamente e identificam quem é quem. Claro que não é obrigatório entrar separado, mas é interessante fazer isso para ter a sensação de quão triste era esse período. E o pior, amparados por lei... O museu é grande e dá pra ter uma ótima ideia da realidade do Apartheid. Mandela foi um grande líder de um exército de sonhadores.

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Saindo dali passamos pelo Constituion Hill no centro mas nossa vibe não estava pra centro de cidade. Partimos pro Melrose Arch, um complexo de shopping, lojas, restaurantes, empresas, hotéis, enfim, um monte de coisa. Na realidade de Joanesburgo onde somos alertados pra tomar cuidado na rua, Melrose Arch é uma espécie de ilha da fantasia. E logo quando entramos encontramos uma Norman Goodfellows. Ali encontramos uns vinhos que procuramos em vários lugares. No final sairam dali mais de dez garrafas entre vinhos e amarulas, haha. Já valeu a parada. Depois almoçamos ali e seguimos pelo shopping. Junior achou em um bairro ao lado de Sandton um lugar que tinham algumas lojas e outlets. Fomos lá ver qual é e entrei como nem não quer nada na Nike. Gente, achei duas blusinhas de academia por R$30 cada. Gostei disso. Ainda rolou umas comprinhas até no Makro. Voltamos pra casa pra arrumar as coisas porque amanhã é hora de ir embora!

Eu amo viajar mas também gosto de voltar pra casa. E da Africa do Sul só levo ótimas lembranças! No começo dessa viagem eu disse que não tinha grandes expectativas. Talvez isso tenha ajudado, e muito, pra África do Sul ter sido o destino mais surpreendente que já fui. E positivamente! Foi uma viagem difícil de sair por obstáculos que a vida me impôs. Mas tenho certeza que meu anjo da guarda lá em cima está feliz por estar nos vendo feliz. Rosana tornou as coisas muito mais fáceis pra essa viagem acontecer. Devo muito a ela por isso e por ter trazido o Junior que faz o melhor risoto de Oudtshoorn, se dispôs a ficar entre a gente no mergulho com o tubarão branco pra levar uns tapas se a gente ficasse nervosa, hahaha, e ainda exerceu as funções de motorista e google translator. Ah, e como eu ia esquecer, se não fosse o Junior eu estaria até hoje tentando descer o morro do Cabo da Boa Esperança, hahaha. Como eu disse, só tenho ótimas lembranças daqui da África do Sul, das pessoas com quem encontramos, dos lugares por onde passamos e das experiências que vivemos. Só tenho a agradecer por essa oportunidade que a vida me deu.

Publicado por Akemi Nomura 23:02 Arquivado em África do Sul

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