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Florença x Chianti

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Bom dia! Hoje não teve caminhada... vai ficar pra mais tarde. Acordei e fui pra sala terminar meu post de ontem. Publiquei e pronto, já estava pronta pro domingo. Desci e levei o lixo descartável até a lixeira correta na esquina. Tomamos café com aquele ovo mexido de todo dia e depois peguei mamãe e fomos no supermercado comprar mais.... ovo! Ovo nunca pode faltar na vida de quem tentar ser fit. Tenta porque ser fit na Itália só tentando muito... Na volta subi mais uma vez as escadas do prédio.

Dez anos depois cá estou eu voltando pra Florença. Na primeira vez era eu, Nanci e a Roberta. Nossa, nem tenho contato mais com elas. Foi uma ótima viagem. A ideia nem era conhecer Florença, só dar uma volta. No caminho paramos pra abastecer. Aqui o esquema é self service. Colocamos 50 euros e não enchemos o tanque. Olha que não estava vazio vazio. Mas lembro que dez anos atrás a Tati me falou como era caro combustível aqui. Com nosso real desvalorizado então.... bota seguir viagem porque faz parte.

Florença tem mais de dois mil anos de história. Muita coisa aconteceu por aqui desde a fundação da pequena vila etrusca. Florença teve muitos altos e baixos. O período mais difícil foi mais no seu começo. Pela sua localização geográfica Florença foi muito disputada no período das invasões bárbaras. A cidade era a ligação entre Roma e a Padânia - Vale de Aosta, Piemonte, Ligúria, Lombardia, Trentino-Alto Adige, Vêneto, Friuli-Venezia Giulia e Emília-Romanha. No final do século VI os lombardos dominaram o norte da Itália e Florença caiu sob seu domínio, época em que viveu seu período mais negro.

Uma mostra do seu poder foi a criação do “florim de ouro” em 1252, moeda que foi por mais de três séculos como um dos padrões monetários do mundo. Foi no século XIII que a cidade chegou ao auge econômico e demográfico. As atividades comerciais e financeiras trouxeram dinheiro pra cidade que cresceu cerca de cinco vezes. Mas o século XIV já foi marcado por crises e a peste negra de 1348.

No século XV vieram os Médicis. Não era uma família nobre. Construíram sua fortuna lentamente e trabalhavam como uma espécie de banqueiros do Papa. Cosme, o Velho, seus representante principal tomou o poder em Florença em 1434 e sua família governou a cidade por cerca de 350 anos em vários períodos. Cosme foi um mecenas ilustrado que favoreceu a arte em sua época: o Renascimento.

Florença tem quase metade das obras de arte da Itália em seus museus e ruas. Florença tem duas das galerias mais concorridas do mundo: a Uffizzi e a Accademia. A Vênus de Milo está na Uffizzi e o Davi de Michelangelo está na Accademia. Florença é terra e Galileu, Maquiavel, Dante Alighieri e o mestre Michelangelo. Michelangelo sempre me emociona. A primeira vez que vim na Itália só pensava nas obras de Leonardo da Vinci. Mas quando conheci a capela Sistina comecei a conhecer Michelangelo. O famoso Davi que está na Galeria della Accademia é simplesmente fantástico. Os detalhes esculpidos naquela estátua gigante em proporções perfeitas era simplesmente impressionante.

Chegando na cidade percebi em cima da hora que estávamos chegando por cima da cidade, ou seja, pela Piazzale Michelangelo. Lembro que viemos no final do dia e passamos um frio, rs. Mas o por do sol foi lindo. Dessa vez como já estávamos passando resolvi parar. Conheço meu gado, se deixar pra depois não ia querer parar. Aqui é o viewpoint da cidade. No centro há uma réplica do Davi.

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Deixamos o carro na rua e fomos pra região do Duomo. Estava lotada como era de se esperar. A catedral de Santa Marial del Fiori começou a ser construída em 1296 mas apenas depois de 140 anos foi consagrada. Sua fachada é muito similar à de Siena. Dentro da catedral tem o Museo dell’Opera del Duomo com diversas obras de Donatello.

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Seguindo o padrão, ao lado da igreja tem o campanário e em frente o Batistério. O Batistério de São João é a construção mais antiga, data do século VI. Ali foi batizado Dante Alighieri. Ali está a famosa porta do Paraíso.

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Fomos e direção à Eataly. Conheci em 2013 quando vim na Itália pela segunda vez. A de Florença é pequena. Resolvemos almoçar ali. Ok, confesso que não foi nada sensacional. Mas pelo menos veio mais de três raviolis, hahaha. Rolou um trauma daqueles três raviolis, hahaha. Na saída irmã resolveu pedir um canoli. Mas também nada de sensacional que valesse as calorias. Não sei se o canoli que não era nada e sensacional ou o específico daqui porque nunca tinha comido. Também não pretendo mais comer.

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Fomos andando pela rua principal até cair na Piazza della Signoria. Essa praça era o principal ponto de encontro político e social da cidade no século XIV. Atualmente a arte domina a praça. Entre os trabalhos originais está a estátua do Duque de Médici em um cavalo e entre as réplicas está o Davi de Michelangelo. Sempre Michelangelo....

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Continuando, seguimos o caminho passando pela fila da Uffizzi que estava gigante. Lembro bem desse dia dez anos atrás. Nanci passou mal por causa da pizza de batata frita. Também... por isso que eu não arrisco com comida em viagem, pode custar a viagem toda. Voltando, ela teve tempo de procurar uma farmácia, ir pro hotel descansar, voltar e eu e Roberta ainda estávamos na fila. Foi o único museu que não tínhamos conseguido comprar com antecedência. Isso em 2008! Hoje deve dar pra comprar por aplicativo, o que esse povo tá fazendo na fila? Enfim, deixa eles. Chegamos a beira do rio Arno pra ver a Ponte Vecchio. Essa ponte une as duas margens do rio a cerca de 650 anos. É um dos cartões postais mais conhecidos de Florença. Algumas das lojas ali são geridas pela mesma família há séculos, tradição que começou no século XVI.

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Seguindo pelas lotadas ruas passamos pelo mercadinho onde fica a Fontana del Porcelino. Vira à direita e segue rumo à Santa Maria della Croce que fica para os lados que o carro estava. Antes, uma parada na Vivoli para o gelato do dia. A Vivoli não foi recomendação de lugar nenhum. Dez anos atrás era uma das melhores gelaterias de Florença. Hoje talvez não seja. Mas comparando os pistaches posso afirmar que foi um dos melhores. Dali passamos pela Santa Maria della Croce. Essa é uma basílica franciscana terminada em 1294. Ali estão os restos mortais de Galileu, Maquiavel e ele, Michelangelo!

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Pronto! Hora de ir. No caminho paramos numa lojinha pra comprar uma bolsinha de aniversário para Mariana. Saímos mais cedo porque tínhamos marcado uma visita em uma “azeitaria”. Não sei como chama mas é uma pequena propriedade onde produzem azeite extra virgem orgânico. Nessa propriedade eles tem hospedagem para agriturismo, chama Podere Felceto. Podere significa fazenda e Felceto é o sobrenome da família. É uma produção familiar onde o casal e as filhas cuida, de uma plantação de quatro hectares. Eles deram uma explicação sobre o azeite, sua produção e as características que o tornam especial. Eles tem certificado emitido pelas autoridades que atestam a qualidade do produto. A visita custa dez euros e inclui a degustação do azeite, além de oferecer uma bruschetta e uma fetutta para degustar com o azeite produzido por eles. Não tem como você sair dali sem comprar nada. O lugar também é super agradável. Uma boa opção pra quem quer fazer um turismo diferente, mais sossegado.

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Ah, mas eles deram uma outra dica também. Depois de fazerem cara torta quando falei do gelato de San Gimignano (tipo, devem ter pensado: “esses turistas”), nos disseram para experimentar o de Castellina in Chianti. Disseram que esse sim que era bom. Então fomos lá ver qual é já que era caminho de casa mesmo. Primeira coisa que observei, tirando a gente só tinha italiano lá. Um bom sinal já que é menos turístico. Normalmente as coisas boas estão aí. E sim, o gelato era superior ao de San Gimignano. Não que o de lá não seja bom, mas o daqui era melhor, menos doce. Recomendo! O difícil foi tirar mamãe dali, a nega tomou três gelatos! Gezuis!

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Pronto, hora e ir embora. Castellina fica a 19km de Siena. Mas era daquelas estradinhas cheias de curva pra enrolar o estômago. Mas chegamos! Como eu ainda tinha meta pra bater de caloria eu fui andar. Desci e fui na direção da padaria. Quase oito da noite mas dia claro ainda. Voltei e subi as escadarias da rua e do prédio de novo. Melhor sensação é conseguir bater suas metas mesmo nas férias. Inclusive pra poder saborear um bom gelato, uma boa comida, com prazer e sem culpa nenhuma!

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Publicado por Akemi Nomura 21:46 Arquivado em Itália

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Comentários

Faltou algo.cade o javali na Ponte Vecchio?

por Marcos Fracalossi

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