Lucignano x Cortona
04.09.2018 - 04.09.2018 22 °C
Bom dia! Dormi bem essa noite, nossa! Acordei já eram quase 7h. Cheguei na sala e encontrei mamãe e Harumi jogadas no sofá dormindo.... então resolvi ir cumprir minha missão de jogar o lixo reciclável fora. Começar o dia com uma caminhadinha e subindo escada na volta. Foco nas metas! Hoje tomamos café sem pressa nenhuma. Não tinha hora pra sair... foi super sossegado.
Nossa primeira parada foi Lucignano. Eu tinha visto essa cidade não sei onde. A única coisa que eu sabia é que é super pequenininha, um vilarejo medieval construído no alto de uma colina. A população é de pouco mais de 3000 habitantes e fica próximo à Arezzo. O traçado urbano se manteve praticamente o mesmo por séculos. Olha do de vista Lucignano é um labirinto de ruas que convergem pro centro da cidade. Sua posição estratégica a tornou disputada por muitas cidades. Sua fundação remonta ao século I a.C. quando chamava Lucinianum Castrum.
Entramos pela Porta San Giusti, que data de 1371. Existem mais duas portas de entrada, a San Giovanni e a Muratta. Esta última foi fechada, por isso esse nome, e reaberta a pouco tempo atrás.
Uma coisa fácil de perceber é a divisão da cidade nas contrattas. E historicamente o vilarejo tem uma divisão social. Entrando pela Porta San Giusto à direita ficavam os mais ricos e à esquerda os mais humildes. E as bandeirinhas estão lá... A parte mais humilde não significa ser a mais feia. Casinhas com flores na janela dão um charme a esta parte da cidade. É uma cidade pequena então caminhe com calma senão acaba rápido, haha.
No centro da cidade fica o Palazzo Comunale, construído entre os séculos XII e XIX. Ali fica o Museo Comunale di Lucignano e em uma de suas salas fica sua principal obra, a “Árvore da Vida” também conhecida como a “Árvore do Amor”. Anos para ficar pronta (1350-1471). Ela foi construída sob significado religioso mas depois de certo tempo as pessoas passaram a acreditar que está Árvore fazia o amor ser eterno. A partir daí recém casados e casais vão até essa árvore na esperança de que ela conceda o desejo de ter um relacionamento que haja amor duradouro.
Dando a volta na cidade passamos por dois dos monumentos mais importantes da cidade, o Cassero e a igreja Collegiata di San Michele Arcangelo. A fortaleza Cassero Senese, que também é conhecida como Rocca, foi integrada ao sistema de paredes para proteger a cidade. Em frente ao Cassero fica a igreja de São Miguel Arcanjo, do século XV, com belas obras e pinturas no estilo toscano. Antes da partida aquela parada para o gelato. De acordo com a placa o melhor gelato num raio de 50km. Não sei se isso significa muita coisa mas ok, vale o registro, haha.
Partiu Cortona!
Cortona é uma cidadezinha com cerca de 20.000 habitantes. A cidade já foi invadida por uma galera no passado. Hoje, depois que uma tal de Frances Mayes escreveu o livro “Sob o sol da Toscana”, a cidade virou ponto de parada no meio de tantas opções na região. Cortona pode ser base para quem quer conhecer a região de Úmbria, mas vale um bate e volta pra quem não está tão perto do rio Chiana. No caminho a gente passa por uma das várias plantações de girassol já murchinhas.... devem ficar maravilhosas na primavera.
Bom, Cortona segue o padrão das cidades medievais na Toscana pois fica no alto de uma colina. A chegada é bem bonita pois você vê na estrada a cidade lá no alto. Suas muralhas datam do século IV aC. E você vai subindo tentando chegar o mais perto possível de um portão da cidade. Tem vários parcheggios no caminho, aí depende da sorte. Paramos até que relativamente perto. Não esqueça de pagar o estacionamento com antecedência porque vimos alguns carros multados ok? O euro tá caro pra desperdiçar pagando multa, haha. Olha, falando a verdade, eu não li o livro e nem vi o filme. Falaram que era legal fazer um desses dois mas eu não fiz. Confesso também que nunca tinha ouvido falar dessa cidade. Mas quando me falaram, falaram tão bem, e as pesquisas que fiz só retornaram coisas boas. Então vamos lá!
Nós entramos na cidade pela Via Nazionale que era até bem plana, mas cortada por vários becos e ruelas com muitas escadarias com subidas e descidas. A via Nazionale é aquela ruazinha principal do turismo com restaurantes, lojas, e todas as coisas que agradam turista.
Logo de cara já procuramos um lugar para almoçar. Fomos até a Piazza della Republica. Não lembro o nome do restaurante mas estava bom, viu? Tava meio traumatizada dos três risoles que eu comi em Montalcino mas o prato era bem servido e o preço era até barato. Então pedi um pici a carbonara porque tenho certeza que pelo menos um carbonara papai teria pedido. Dá uma olhada nos pratos pra ver ser não valia a pena.
Voltando a Piazza della Republica, aqui era o coração da cidade. É onde se cruzavam o eixo Norte-Sul, Leste-Oeste da cidade e onde ficava o Foro Romano. Também ficam na praça o Palazzo Del Capitano Del Popolo, que no século XVI serviu como residência para o Cardeal Passerini, e o Palazzo Comunale, que no século XII era utilizado para reuniões políticas, econômicas e sociais. Ah, dizem ser também um ponto importante no filme mas isso eu não sei dizer muito. E o sol da Toscana também se foi e Cortona ia ser debaixo de uma chuvinha mesmo. Não se ganha todas...
Dali partimos andar sem rumo. Subimos uma rua que no final saía da cidade pela Porta Colonia! Volta! Pegamos outra subida e caímos na igreja de São Francisco, construída por Frei Elias em 1247. Frei Elias era um dos seguidores de São Francisco de Assis, com quem se juntou a mais outros sete religiosos para se recolherem em oração em um local próximo a Cortona no início do século XIII: o Ermitério de São Francisco.
Essas janelas são muito fofas, fala sério!
Descemos embaixo de chuva e fomos pra Piazza Signorelli. Adivinha? Mais um gelato. Fomos na gelateria Snoopy. Achei um nome estranho mas parecia ser bem antiga na cidade. E estava bem bom, viu? Gente, tô pedindo tudo piccolo. É o menorzinho. Quem lê acha que tomei uns dez litros de gelato por dia, haha. Ali do lado ia ter mais um casamento. Enquanto a gente esperava a noiva o povo repetiu o gelato (eu não tá?). Ali na praça também fica o Palazzo Casalli (onde fica o Museu dell’Accademia Etrusca) e o Teatro Signorelli.
Ali perto da praça fomos e, busca de um mirante e a bela vista da cidade. Era uma paisagem bem bonita. Ali fica também a igreja de Santa Maria Assunto, o Duomo da cidade. Tem três naves com colunas enormes e repleta de obras sacras. Muitas ficam no Museu Diocesano, em frente ao Duomo.
Nosso passeio acabou! Pelo menos nessa viagem encerramos a Toscana. O futuro a Deus pertence então não dá pra dizer nunca mais. Mas foi uma viagem bem proveitosa. Deu pra conhecer várias cidades e ao menos tentamos aproveitar o melhor da região. Mas não é uma despedida ainda porque a viagem só acaba quando termina. E não terminou ainda. Voltamos pra Siena, descansamos um pouco e saímos pra última caminhada até o Pam. Sim, consegui cumprir minha meta do dia! Saindo da dieta? Um pouco, mas nada grave já que continuo ativa. Agora era voltar pro apartamento, arrumar a mala e deixar tudo encaminhado pra amanhã cedo.
Publicado por Akemi Nomura 21:05 Arquivado em Itália