Berlim - dia 04
26 04 2011
23.04.2011 - 28.04.2011
16 °C
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2011 Europa
no mapa de viagens de Akemi Nomura.
Hoje o dia começou bem fraquinho, mas valeu muito pelo final. Mesmo com chuva, a parte mais interessante começou na hora do almoço e foi até a noite chegar. O começo foi mais pra cumprir tabela. Até antes do almoço tudo levava a crer que o dia seria improdutivo, juntou o cansaço e a chuva para tornar o dia mais desanimador. Mas a mesma chuva que desanimou fez com que a gente procurasse um dos restaurantes mais interessantes de Berlim por puro acaso. Vamos ao que interessa:
FERNSEHTURM
O Fernsehturn, ou torre da televisão (fica mais fácil assim), pode ser vista de vários pontos de Berlim. Aliás, você tem a sensação que em qualquer lugar da cidade está perto dela. A enorme esfera de metal com revestimento de aço possui um café giratório a mais de 200m de altura que proporcionam uma vista de 360 graus da cidade. É bem bacana, mas vá cedo, senão a fila de espera pode chegar a ser de 40min a 1h, além da meia hora de fila pra comprar o ingresso. Outra idéia é ir um dia para reservar e ir outro dia, perde-se menos tempo.
NEUES MUSEUM
De volta à ilha dos museus, para quem gosta pode dedicar um dia inteiro para todos. Ou ao menos vale uma visita a um dos vários museus da ilha. É só escolher o tema favorito e comprar o ingresso. Escolhemos o Neues Museum pelo simples fato de lá estar o busto de da rainha egípcia Nefertiti, aparentemente o único existente no mundo, pois os demais teriam sido destruídos. Este museu foi totalmente destruído na Segunda Guerra Mundial e voltou a abrir as portas 70 anos depois.
MUTTER HOPPE
O Restauratiom Mutter Hoppe (ou algo parecido),fica na Rathaustrasse, 21, Nikolaiviertel, 10178, Berlin Mitte. Foi uma grata surpresa. Por acaso escolhemos esse restaurante, um pouco afastado da ilha dos museus, porém no agradável bairro de Nicolau. Lá, não podiam faltar cerveja, Eisbeinn e chucrute. E como toda cozinha alemã é bem servida. Depois de comer, começou a chuva que previa um fim de dia melancólico. Acabamos descendo pro subsolo para aguardar a chuva e encontramos um simpático casal brasileiro de Santo André e ficamos trocando figurinha. Por ele ficamos sabendo que estávamos em um dos melhores restaurantes de Berlim, indicação de várias revistas de viagem. Fica a dica: Mutter Hoppe – Deftige Deutsche Küche.
DESCANSO VÁLIDO
Com a chuva, o almoço farto, a cerveja e o cansaço, a solução foi voltar pra casa e descansar um pouco. Já eram 16h, e como aqui é horário de verão o dia se estende até tarde. Depois de um descanso e confiando no tempo, resolvemos ir pro próximo ponto.
CHECKPOINT CHARLIE
Aqui vale um breve relato sobre o lugar. Existiam oito pontos de passagem no muro de Berlim. Neste locais era permitido a alguns moradores da Berlim Ocidental, em ocasiões festivas, atravessar o muro e visitar a Berlim oriental. Já os moradores da Berlim Oriental eram terminantemente proibidos de irem ao lado ocidental. Esses pontos de passagem eram chamados pelos americanos de Check Points, e era um ponto sensível onde dois sistemas políticos opostos e inimigos eram obrigados a se encontrar.
O mais famoso ponto de passagem de todos ficou conhecido por Check Point Charlie. Ainda hoje na avenida está uma amostra de como era a barreira do lado americano e a placa alertando em vários idiomas: “You are leaving the american sector”. De um lado da avenida com vista para Berlim Ocidental, uma foto de um soldado americano. A mesma placa, do lado ocidental, com vista para Berlim Oriental, uma foto de um soldado russo.
Ali do lado está o Museum Haus Am Checkipoint Charlie, uma dolorosa lembrança de um passado recente. As tentativas desesperadas de fuga dos moradores da Berlim Oriental são tocantes. É como deixar uma ferida aberta, deixando para as próximas gerações uma lição de vida.
TOPOGRAPHIE DES TERROR
Na rua Niederkirchnerstrasse, logo ao lado do Check Point Charlie, está a exposição ao céu aberto chamada Topografia do Terror. A história ali é marcante, como um tapa na cara de um passado recente mostrando até onde pode ir a estupidez humana. A exposição fica em um terreno rebaixado que foi um abrigo de ataques aéreos.
MURO DE BERLIM
Logo ao lado do Topographie des Terrors está um pedaço enorme do muro original. Foi ali que, em 9 de novembro de 1989, os alemães se juntaram para ver a história da queda do muro de Berlim. Ali também começa a marca no chão da cidade de onde se encontrava o muro. Saindo em silêncio da exposição do Topographie des Terrors, me deparei com uma parte do muro que, no mínimo, leva a refletir. Uma palavra em inglês pichada em vermelho, três letras apenas: “WHY”.
Publicado por Akemi Nomura 14:47 Arquivado em Alemanha Tagged berlim