Bonaire
Diver’s Paradise
12.09.2019 - 12.09.2019
32 °C
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2019 Caribe Holandês
no mapa de viagens de Akemi Nomura.
Terceira parada: Bonaire
Acordei 6h com irmã chamando pra ir treinar. A nega acordou empolgada. Bora lá então. Troquei de roupa e vamos fazer o treininho de braço. Missão cumprida às 7h da manhã. Trocamos de roupa e fomos tomar café da manhã. O navio ancorou em Bonaire às 8h. Chegamos na terceira parada do Caribe Holandês.
Essa noite eu não dormi bem por conta da ansiedade. Bonaire é uma das poucas ilhas do caribe holandês que ainda pertence ao reino da Holanda. A ilha tem apenas 20 mil habitantes. Bonaire é conhecida por ser o paraíso do mergulho. E já que vinha pra cá, não ia sair sem o log book carimbado. Pesquisei bastante na internet e concluí que mergulhar em Bonaire é caro. Bem caro! Pesquisem bem antes de ir. Tem algumas operadoras perto do porto e o preço acompanha a facilidade, claro. Acabei escolhendo a Beyond the Corals. A comunidade do mergulho costuma ser muito amigável. Mas achei que o pessoal do Beyond the Corals se superou na simpatia. Eita povo solícito. Fechei um pacote privado. Era só pra gente. Buscava no porto e deixava no porto. Praticidade e ao mesmo tempo mais barato.
Nós tivemos uns desencontros e quase que esse passeio não saiu. Irmã estava bem tensa com o discover e Okis estava meio ruim. Quase que fui só eu mergulhar. Descendo no porto fomos caminhando e encontramos o David com uma plaquinha com meu nome. O cara é uma simpatia. Americano, acho que aposentado, trabalhou como diretor de escola mais de 30 anos, separado, filhos adultos, resolveu mudar pra Bonaire. No carro até a loja de mergulho ele foi conversando e acho que deixou Harumi mais segura. O Okis animou e resolveu mergulhar. Harumi estava tensa mas aceitou o desafio. Eu compreendo bem a ansiedade, vi o pânico de perto no meu primeiro checkout. Enfim, chegamos na loja de mergulho e tudo voltou ao primeiro plano: três mergulhadores e mamãe com snorkel.
Preenchemos os formulários enquanto trocávamos ideia com David. O cara é muito divertido. Como Harumi ia fazer o Discover ela fez um mini curso e uma provinha. Enquanto isso eu e Okis fomos ver o equipamento com o Michael. Equipamentos prontos, Harumi terminou o curso, as coisas foram pro carro, tudo certo. Minha ansiedade estava relativamente controlada. Relativamente... haha.
Chegamos no primeiro ponto. Tinha que caminhar um pequeno trecho até a “praia”. Praia em Bonaire é algo meio subjetivo. Não existe uma praia daquelas que a gente imagina. Ali tem muita pedra. Era uma praia de pedra. Mas como estávamos com a bota de mergulho e mamãe com o sapato de mar, estava tudo certo. Foi meio hard ir andando com o equipamento pesado nas costas. Mas entrei na água logo pra aliviar o peso.
A água era meio fria pra entrar mas pra aliviar aquele peso eu nem senti muito. E ficou fresca em dois palitos. Ufa, que alívio. Seguinte, como eu e Okis somos certificados nós podíamos ir sozinhos. Achei tenso mas como o Okis estava de boa então fomos. Double check feito fomos nadando até a parte funda. Agora era só descer. A água é fantástica pro mergulho. O Okis estava empolgado e foi descendo, descendo, eu olhei pro meu medidor e estava 20m, 25m, 30m, 35m, mano, ele pirou.... nós somos open water. Devíamos chegar a 18m no máximo. Chegamos a 37m. Senhooorrrrr!!!! A minha câmera Sony foi pro espaço. Morreu! O mar ali é mais ou menos assim: vc entra e vai afundando levemente. Águas claríssimas. Aí dá uma escurecida e vem um barranco de corais. Ali tem muita vida! Muita mesmo! E esse “barranco” vai beirando a costa. É uma coisa de doido. E é super fácil pra iniciante como nós. Vai seguindo os corais beirando a costa e volta. Controla o nível de oxigênio e está tudo certo. Gente, é lindo demais! Cardumes de peixinhos nadando e a gente passando em volta. Eles não estavam nem aí pra gente. Peixes de todas as cores, corais de todos os formatos. A câmera Sony que eu estava morreu. Não aguentou a profundidade. Não vou ter registro da vida marinha, infelizmente, mas pode acreditar, é fantástico.
Voltamos pro carro, tiramos o equipamento e bora pro segundo ponto. Bonaire é uma ilha pequena e os pontos são pertinho. Escolheram pra gente pontos bons para iniciantes. O segundo ponto não era tipo uma praia de pedras como o primeiro. Não sei explicar direito. Era tipo uma encosta de pedras. Eram pedras maiores, sabe? Enfim, isso é Bonaire. Aquele padrão de praia não existe, quer dizer, acho que não. Mas o mar... coisa linda! David explicou pra gente como a gente ia entrar na praia. Mas antes de entrar fizemos a pausa pro almoço. A Kim mandou dois galões, um com água e outro com suco de maçã. O almoço foi sushi vegano e de sobremesa era tipo uma barrinha de cereal. Olha só, não é minha praia mas comi tudo. Estava bom mas não é o tipo de coisa que eu escolheria num buffet. Mas tá tudo bem! Rs.
Uma pausa de assunto mergulho pra falar do David. Enquanto a gente almoçava trocamos umas ideias com o David. Ele trocou Chicago por Bonaire. Imagina sair de uma metrópole americana pra uma ilha no Caribe com 20 mil habitantes? Deixar pra trás toda facilidade de se morar numa grande cidade americana? Morar em uma ilha com de uma certa forma isolada? Cultura européia? Cara, na minha cabeça é muita mudança. Ele falou sobre o estilo de vida que ele leva. Falou sobre o que tinha nos Estados Unidos mas pensava se realmente precisava de tudo aquilo. Ir morar em Bonaire fez ele perceber que ele podia viver com muito menos. Que ele não precisava de muito. Disse que não mora naquelas casas grandes que tem na ilha até porque só pra ele não tinha necessidade. Interessante esse ponto de vista. Tudo bem que eu ainda acho uma mudança drástica. Eu mudaria para Florida, haha. Mas tem coisas que a gente realmente deveria refletir. Do que a gente realmente precisa pra viver. Viajar é um eterno aprendizado.
Partiu nos equipar. Roupinha de neoprene, calça a bota, veste o colete e bora andar com aquele peso nas costas morrendo de medo de escorregar nas pedras. Mas deu tudo certo. Passando a tensão inicial e chegando na areia ficou fácil. Dessa vez levei a gopro. Mas a anta aqui quando comprou, comprou a silver. Bad idea! A silver não aceita a caixa estanque! Que ódio! Resumindo, só podia ir até dez metros. E a gopro eu não ia arriscar. Então controlei a profundidade de forma espartana. Tudo bem, podia ter ido mais fundo sem a câmera. Mas vou falar uma coisa, descendo cinco metros você já vê uma vida absurda. Eu ficava em torno dos 9 metros e foi lindo demais. E passei por Bonaire tendo registrado pelo menos um dos mergulhos! Tinha um cardume de peixe com listras amarelas que ficava paradinho. Quando eu vi eu estiquei o braço, fiquei quietinha e deixei a correnteza me levar até perto deles. Muito legal. Eles nem ligaram pra minha presença, hehe. Fiz isso com outros peixes também. Fiquei apaixonada por toda aquela vida marinha. É lindo demais gente! O mergulho me mostrou um outro mundo. Um mundo maravilhoso! Não foi nada fácil pra mim começar a mergulhar. Mas valeu muito a pena! Esse mergulho de Bonaire me deu muita segurança. Certeza que nos próximos vou estar bem mais segura. E esse segundo mergulho foi fantástico! Saindo daquele mar maravilhoso e aquele céu azul o David me vira pra trás e fala: “Outro dia difícil no escritório”. Hahahaha... Senta que vem chuva de fotos:
Ah, lembra que eu falei que provavelmente não voltaria para Bonaire? Depois do primeiro mergulho eu já tinha certeza que ia voltar. Depois do segundo mergulho já estou contando os dias. Acho ótimo quando eu não crio grandes expectativas e de uma certa forma subestimo o lugar antes de conhecer. Normalmente eu acabo surpreendida positivamente. Que eu continue quebrando a cara! Hahahaha...
Voltamos pra loja pra pegar nossas coisas. Deixamos as coisas de valor lá e o peso que eu não estava a fim de carregar. A ilha aparenta ser segura mas eles ficaram preocupados em deixar coisas de valor no carro. É muito comum o pessoal alugar carro e equipamentos e ir parando nos pontos. Então é bom atentar pra segurança. Meu bem mais valioso é meu passaporte. Eu sempre desço de cruzeiro com passaporte. A Kim disse que “eles” não procuram passaporte. Mas acharam melhor não deixar no carro. Então tá, né? Como terminamos o segundo mergulho 13h30 tínhamos tempo de sobra. Fomos lá, pegamos as coisas, despedimos da Kim e do Michael e tiramos uma fotinha com o David, nosso “dive-guide”.
Super recomendo o Beyond the Corals. Entre em contato com eles por email e expliquem o que vocês querem. Eles respondem rápido, são super cordiais, eles também providenciam tudo que você precisa. Foi um passeio no estilo private. E sim, sai mais barato que perto do porto que, além disso, ainda é exclusivo e não em galera. Pra iniciantes é muito bom ter uma atenção exclusiva.
David deixou a gente no centro, explicou um pouquinho da região e nos despedimos. Fomos no “centrinho” mas vou te falar, umas coisas caras viu? Senhooorrrr! É pequenininho, mais roots que as outras ilhas, claro, mas é arranjadinho. O David indicou uma gelateria e fomos lá. Cheia de holandeses, claro. Depois andamos mais nas lojinhas e voltamos pro navio eram umas 15h. Que dia! Todo mundo voltou feliz! Irmã tendo vencido o medo e mergulhado duas vezes deixou todo mundo feliz. Ela então, nem se fala! A pequena Bonaire encantou a todos.
Entramos no navio e fomos no quarto deixar as coisas. Partiu Windjammer! Almoço vegano pede um complemento, hehe. Depois rolou uma preguiça. Muita preguiça mesmo. Mas eu resisti pois já estávamos saindo de Bonaire e eu não tinha terminado o post de Curaçao. Aconteceu tanta coisa hoje que já estava esquecendo de o tem. A internet do navio não ajuda muito mas consegui terminar. Amanhã é dia de navegação mesmo, aí eu escrevo sobre Bonaire descansada pra dar a atenção que a pequena ilha merece.
Deu umas 20h e tinha que fazer alguma coisa. Gosto de curtir a cabine mas tava começando a rolar uma fominha. Perguntei se mamãe não ia querer ir na jacuzzi ela quase pulou da cama. Mandei mensagem avisando que iríamos na jacuzzi e depois comer no Sorrentos. Uns 15 minutos depois Harumi chegou. Okis foi treinar. Saímos da jacuzzi e fomos na cabine tomar uma ducha. Depois jantamos no Sorrentos. Eu estava caindo de sono. Eram mais de 22h. Eu dormi mal a noite anterior além de dormir cedo normalmente. Então não dei conta do passeio no Promenade. Apaguei! Mergulho é um troço que cansa. Parece bobagem mas pro corpo acostumar e se adaptar embaixo da água demanda esforço. Ótimo pra emagrecer, haha! Última foto pra deixar registrado o que foi Bonaire:
Publicado por Akemi Nomura 13:59 Arquivado em Países Baixos Caribenhos