De volta pra casa
23.10.2019 - 24.10.2019
16 °C
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2019 Atacama e Uyuni
no mapa de viagens de Akemi Nomura.
Acordei cedo, pra variar, e quando deu 5h30 fui direto ver o salar da janela do hotel. Sério, eu super curti a experiência de dormir em um hotel de sal dentro do salar, praticamente. O hotel Luna Salada é considerado um dos melhores hotéis da região, se não for o melhor. O atendimento é impecável, os quartos confortáveis, a calefação funciona, rs, tipo, gostei de tudo. A comida talvez seja o calcanhar de Aquiles mas, na boa? Tá tudo bem! Foi uma ótima noite numa altitude mais confortável. Aqui estamos em torno de 3600m, ou seja, 1000m a menos que a noite anterior.
Hoje a saída era às 8h. Pra não ter correria combinei com as meninas de tomar café às 7h. Hoje Rosana não acordou bem de novo. Esse negócio de altitude é muito individual mesmo. Ela não estava tão mal quanto anteontem, mas dava pra perceber pela fisionomia dela que ela não estava legal. Descemos pra tomar café e curtir aquele restaurante muito doido. Já falei sobre isso ontem mas vale repetir: tudo de sal... A vista? O Salar! Fui enganada por algo que achei que era uma empanada e era algo massudo e doce. Mas tinha ovo no café da manhã então eu não precisava de mais nada. O Sorochji acabou então hoje o remédio contra a altitude era café e chá de coca. Além de folha de coca pra quem quisesse mascar e balinha pra quem não tiver coragem de mascar a folha.
Deu 8h e pouquinho o Wladimir e a Karen chegaram pra pegar a gente. Enchemos as garrafas de água e partimos pra última jornada no deserto. Fomos pra última parada turística pouco depois da cidade de Uyuni: o cemitério de trens. Eu não sei como explicar em palavras esse lugar. Parece estranho dizer que um monte de trens abandonados possam se tornar uma obra de arte no deserto? É mais ou menos isso o que eu vejo aqui. A ferrovia foi construída no auge da exploração de minérios da região. Assim toda riqueza era levada para Antofagasta que, na época, era a saída da Bolívia para o Pacífico. O fim das atividades da ferrovia se deu por uma junção de vários fatores entre os anos de 1920 e 1930. Criou-se assim um lugar sui generis no meio do deserto que significa uma história do apogeu ao esquecimento. Mas que rendem boas fotos.... rs.
Agora nosso rumo seriam 3h de viagem deserto abaixo até a parada para o almoço. Mas antes fizemos um pit stop em San Cristóban. A ideia era dar uma paradinha numa farmácia mas pelo horário as coisas não funcionavam ainda. Mas já que estávamos lá fomos no banheiro. Assim, não vou mentir, o banheiro era bem "disgusting". Ainda pagava 1 boliviano. Mas a necessidade faz a gente esquecer certos nojinhos, hehe. A regra do deserto é nunca perder uma oportunidade de ir ao banheiro e nunca encostar em nada. Depois nada como um banho de alcool no carro! Nessa parada compramos umas batatinhas pra dar aquele up até a hora do almoço.
Seguimos meio que dormindo, meio que acordadas. Teve uma hora que olhei para trás e estava só a Karen acordada. Fizemos um pedaço de estrada e depois voltamos para o bom e velho deserto. Esse dia era só de retorno mesmo. Até que chegamos numa comunidade que paramos para almoçar. Tinha uma vista bonita dali. A paisagem da janela parecia um quadro. As lhamas que estavam longe até chegaram mais perto pra compor a paisagem. Enquanto o almoço não ficava pronto rolou umas fotinhas. Depois saiu o rango e nos juntamos pra última refeição com nossa dupla Wladimir e Karen. Ah, a aproveitamos a chance de ir ao banheiro sem pagar também, hehe.
Aí meu amigo, era chão, chão, chão, chão.... Teve hora que dei uma pagada. Saímos 13h30 e a previsão era chegarmos 16h30. Foi tranquila a viagem, saculejava bem menos do que eu imaginava. De Uyuni até a fronteira eram 400km. Logo que avistei o Licancabur sabia que estávamos chegando. Dessa vez a imigração foi rápida porque na saída cada um volta em um horário. Só tinha a gente pra carimbar o passaporte. Depois ficamos no carro porque o transfer não havia chegado. Acho que levou uns 20 minutos até eles aparecerem. Trocamos de carro e fomos pra entrada no Chile. Primeiro chegando lá nos deixaram um bom tempo esperando no carro. Detalhe, só tinha a gente. Aí chamaram a gente pra dar entrada na imigração e quando eu entro na salinha dou de cara com 3 funcionários jogando videogame. Sério! Nem sei que cara eu fiz, só virei e fui pro balcão. Passadinha no banheiro e fomos pra parte de bagagem. O cara olhou bem por cima e pronto. Na mala só perguntou se só tinha roupa e nem abriu. Dessa parte eu nem reclamo porque só tinha isso mesmo. Tudo turista voltando de passeio na Bolívia, nada grave!
Curti muito essa paisagem!
Bom, voltando pra van era ladeira abaixo literalmente. A fronteira ali eram 4600m de altitude e San Pedro em torno de 2500m. Voltar pra San Pedro já vai ajudar Rosana, em que pese a umidade caia também. São 45km da fronteira até o hotel. Pronto, lar doce lar. Foram 3 dias bem puxados na Bolívia mas acho que foram na medida. Tem tour de 4 dias também mas acho que ia ser demais. Esse de 3 dias foram o suficiente. O por do sol em Uyuni foi de cair o queixo. Agora era começar a fazer a rota pra casa.
Pegamos outra cabana dessa vez. Eles guardaram nossas malas direitinho aqui. Gente, se você for fazer Uyuni o ideal é ir com menos mala possível porque o espaço no carro é limitado. Como a gente ia voltar e pro mesmo hotel foi só conversar lá com eles que guardaram pra gente. Eu super curti o Cabanas Kirckir. O casal é muito simpático e está disponível para ajudar em qualquer coisa. Eles tem transfer também viu? Fechou a estadia já conversa com eles sobre transfer. O café da manhã era bem gostoso e como os passeios saíam cedo eles preparavam um lanche e entregavam na noite anterior. Se quiser pedir que entregue o café da manhã na noite anterior também pode. O local é uns 10 minutos andando até o centro, nada de outro mundo. Tem uns 3 mercadinhos pro perto que atenderam nossa necessidade. A empanada ali era ótima e foi nossa janta vários dias. O centro de San Pedro é legal mas é pequenininho e não achei que valia a pena ficar lá perto (pagar mais caro ou ficar em lugar apertado). Ah, no Chile, pague em dinheiro e não vai precisar pagar imposto.
Fomos no mercadinho pra última refeição. Compramos as bebidas, empanadas, batatinha, enfim, o necessário. Não tinha meu refri e da Rosana então entreguei a chave pra Gabi e mamãe e fui com Rosana em outro mercadinho. Lá achamos a Coca Zero e o Trencito. Voltamos pra casa e jantamos naquele papo de fim de dia. Agora era organizar as coisas pra viajar amanhã.
O nosso voo estava programado e o transfer ia passar 11h. O voo era às 17h mas eu preferi deixar o transfer nesse horário pra não ter correria. Acordei cedo no dia seguinte e deixei tudo meio organizado pra receber o café da manhã. Hoje era o dia que dava pra dormir mais um pouco. Mas como eu acordo cedo mesmo. Recebi o café às 8h30 e já fui comer. Aos poucos foi chegando geral pra mesa. Demos aquela geral e estava tudo pronto pra partirmos. Nosso voo não estava na lista dos cancelados hoje. Se fosse ontem.... mas hoje não! Ufa! A van chegou pouco depois das 11h e fomos pro aeroporto depois de passar em vários hotéis.
O aeroporto de Calama estava tranquilo. Como o check in não estava aberto fomos almoçar e depois descemos pra despachar as malas. Voo Calama x Santiago saindo, minha maior angústia estava resolvida. Se perdêssemos esse voo poderíamos perder o voo internacional. Mas tudo deu certo! Papai do céu cuidou da gente e as manifestações que ocorriam no Chile e na Bolívia não chegaram a nos atingir.
Às 19h chegamos em Santiago. Descendo já me assustei vendo aquelas lojinhas ali no embarque todas fechadas. Fomos pegar nossas malas e ver se dava pra antecipar o voo. Nosso voo era só amanhã. Primeiro na fila do check in uma funcionária da Latam disse que não tinha voo. Não botei fé nela e fomos na loja da Latam. A moça disse que tinha sim para 23h e dava pra antecipar a um custo de US$97 por passageiro. Mas quando ela olhou minha reserva disse que podia antecipar sem custo porque sou Platinum. Bom, o que importa é que antecipou a minha e da mamãe sem cobrar nada. Daí despachamos as malas e nos despedimos das meninas. Detesto essa parte.
Embarcamos e mamãe foi olhar o vinho. Gente, acredita que me senti meio mal nessa hora. Sei lá, parecia que o coração estava acelerado (mas não estava). Aquela sensação de angústia, de ansiedade... joguei a bolsa e a mochila no chão e tirei o casaco que, mesmo leve, me fazia mal. Nossa, nem quis parar pra olhar chocolate, hehe. Não devia estar bem mesmo. Pagamos o vinho e fomos para sala vip da Latam. Eu fui cheia de expectativa afinal o hub da Latam era em Santiago. Esperava "a sala vip". Uma bosta! Desculpe a expressão mas a sala era bem mequetrefe. Nem cheguei a subir porque meu estado físico não me permitia mas avaliando a parte de baixo.... pouco lugar pra sentar e buffet bem fraco. Enfim, peguei um sanduíche mais ou menos e uns dois pães pra comer com manteiga. Era o que tinha. Não curti! Ano que vem eu devo ser rebaixada mas, honestamente, por essa sala vip não vale muito a pena não.
Enfim embarcamos! Partiu Brasil e até a próxima Chile!
P.S.: Só pra deixar registrado que o aião arremeteu na chegada em São Paulo. Acho que foi pra acordar a galera....
Publicado por Akemi Nomura 10:09 Arquivado em Chile