Um blog do Travellerspoint

Jalapão - dia 04

Expedição no cerrado brasileiro

sunny 35 °C
Visualizar 2022 Expedição Jalapão & 2022 República Dominicana no mapa de viagens de Akemi Nomura.

Tomamos café e já saímos pra tentar pegar o fervedouro vazio. O fervedouro se forma pela passagem de um rio subterrâneo que geralmente não tem pressão para água e, em razão da pressão exercida, forma as piscinas naturais. Essa pressão permite que as pessoas flutuem. Agora se a pessoa estiver usando algum objeto que venha a cair, não tem como recuperar porque a profundidade é de cerca de 100m.

O Fervedouro do Encontro das águas tem uma alta pressão na nascente proporcionando a sensação de flutuação de forma intensa. É surreal pq vc tem que lutar para manter a perna baixa senão a pressão joga a perna pra cima. Fomos as primeiras a chegar, abrimos o fervedouro. Foi minha primeira experiência num fervedouro. No começo deu um pouquinho de medo, confesso. Mas depois que você entende o processo a brincadeira fica divertida. Como só pode ficar 15 minutos e tinha gente na fila tivemos que sair.

IMG_7627.JPGIMG_7608.JPGIMG_7603.JPGIMG_7632.JPG

Segunda parada foi no Fervedouro do Ceiça. É o fervedouro aberto ao público a mais tempo no Jalapão. E é um dos mais procurados. O cenário é um pouco mais bonito. Não sei explicar o porquê. O tom da água também é muito bonito. Na parte central da piscina tem a área de pressão que é bem forte. Deu pra ficar um pouquinho mais dos 15 minutos. Mas já tinha gente na fila também.

IMG_7657.JPGIMG_7635.JPG

Paramos na loja da Jane. Ela faz artesanato com capim dourado e vende. Ela tem pouca opção mas é tudo feito com muita qualidade. E tem bons preços.

Dali paramos na comunidade do Mumbuca. É uma comunidade que se originou de quilombolas e indígenas que viviam na região. A base da economia é o artesanato feito com capim dourado. No site do governo do Tocantins conta a história do início do artesanato na região. Vou reproduzir o texto aqui pra não perder em conteúdo:

Guilhermina Pereira Matos, dona Miúda, nasceu em 1928, na região do Jalapão no leste do atual estado do Tocantins. Seus pais Silvério Ribeiro Matos e Laurina Pereira Matos vieram da Bahia no começo do século XX, em busca da “bandeira verde”, os gerais – terra com abundância de águas e pastagens naturais. Dona Miúda dizia que a sua avó e sua bisavó eram índias, “caboclas” pegas no laço para se casarem com negros baianos. A família de D. Miúda encontrou na região do Jalapão, a família dos Beatos, casando seus filhos entre si.
É dessa origem que se formou o povoado do Mumbuca. Para dona Miúda a sobrevivência nessa região tão inóspita e isolada só foi possível graças à inteligência do seu povo, pequenos camponeses que viviam isolados em suas porções de terra e que produziam para a sua subsistência: faziam lavouras de arroz, feijão, mandioca. Plantavam cana. Criavam animais domésticos. Produziam seus próprios utensílios como louças de barro, peças em palha de buriti, confeccionavam seus tecidos no tear.

É da inteligência de dona Laurina, segundo dona Miúda, que o povo do Mumbuca herda a confecção do capim dourado, quando esta descobriu que podia a partir daquele “capim” dá origem a objetos necessários a sua vida cotidiana. Dona Miúda aprendeu a arte da costura do capim dourado com a sua mãe, confeccionando utilitários como cestos e chapéus. Produziam para uso doméstico e só esporadicamente vendiam seus produtos, quando iam às cidades vizinhas como Formosa, na Bahia, Corrente no Piauí, Porto Nacional e Ponte Alta do Tocantins.”

IMG_7671.JPGIMG_7666.JPGIMG_7679.JPGIMG_7677.JPG

Continuamos até o fervedouro Rio Sono. Não tinha ninguém. A água ali era um pouco gelada, mas nada absurdo. A pressão ali era bem fraca. A sensação ao pisar na areia era que ela se abria e ao descer a perna a areia fechava pq quando a gente puxava a perna parecia que agarrava, sabe? Deve ser assim a areia movediça. Mas chegava num ponto que a perna não ia mais. Deve ser por conta da pressão que apesar de não fazer flutuar, não deixava afundar. Ali nós fomos vip, como não tinha ninguém nós ficamos 1h30. Foi bem gostoso!

IMG_7682.JPGIMG_8157.JPGIMG_7699.JPG

Partimos para a último fervedouro do dia, o Fervedouro do Buriti. Achei o mais bonito de todos. Não sei explicar também porque se fosse descrever seria praticamente a mesma coisa dos demais, haha. Tem um pedaço com alta pressão mas a maior parte só afunda o pé mesmo. As fotos subaquáticas ficam lindas!

GOPR0323.JPGGOPR0314.JPGGOPR0347.JPGGOPR0308.JPGGOPR0310.JPGGOPR0338.JPG

Terminamos o dia mais cedo e retornamos para a base. Já organizei minhas coisas para os próximos dias, atualizei meu insta e dormi. Sério! Fui acordar umas 18h e tanto e às 19h40 saímos para jantar. Os restaurantes de Mateiros estavam todos cheios. Comida no papinho, pé no caminho. Bora descansar!

Publicado por Akemi Nomura 16:43 Arquivado em Brasil

Envie por email este textoFacebookStumbleUpon

Índice

Seja o primeiro a incluir um comentário sobre este texto.

Comments on this blog entry are now closed to non-Travellerspoint members. You can still leave a comment if you are a member of Travellerspoint.

Login