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Havana - dia 03

sunny 27 °C
Visualizar 2022 Cuba no mapa de viagens de Akemi Nomura.

Bom dia! Acordei de madrugada e fiquei inquieta. Não tinha internet e fiquei inquieta. Que agonia! Fiquei jogando mais de uma hora até pegar no sono de novo. Acordei e lá pelas 7h fui abrir a janela. Estava meio que escuro ainda, pouca gente na rua. Estranho!

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O bate papo com a cubana hoje me trouxe informações que eu não sabia: eles não têm queixas do período de Fidel. Foi uma época de abundância, nada faltava, de acordo com ela. O problema é de uns anos pra cá. O povo não tem dinheiro, e mesmo os que tem, não tem o que comprar. Falta de tudo. E quando tem, custa muito caro. Perguntei sobre o que parecia ser uma padaria lá e ela disse que só cubanos podem comprar ali. E mesmo assim só os da região, turista não pode. Aí ela nos mostrou a famigerada caderneta de controle. A quantidade que eles podem comprar por mês é irrisória. Reclamar? Não pode! Eles estão passando pelo que chama de período especial (O que aqui a gente chama de crise). Parece que quando as coisas melhoram a quantidade de coisas que eles podem comprar aumenta também.

A conversa foi demorada e saímos mais tarde do que o previsto. Fomos andando até a Obispo e na primeira loja da Etecsa já tinha uma fila razoável na porta. O suficiente pra gente saber que ia demorar. Tipo, o serviço aqui é meio lento, tá? Como sabia que tinha outra loja, fomos em frente, e valeu o risco. Não tinha fila na porta. Entramos e esperamos uns cinco minutos pra ser atendidas (mas sentadas e no ar condicionado). Eu pensei em comprar o chip, mas se compra on line. Então compramos mais cartão. A venda de cartão é sempre limitada a 3 por pessoa por compra. Acredito que seja pra dificultar o comércio paralelo. Foram mais seis cartões pela bagatela de US$1,24.

No caminho da Plaza Central ainda passamos na frente do supermercado da O´Rilley que é um pouquinho maior mas a fila…. Não dá não…. Depois que ficamos sabendo que o pessoal vai pra fila de madrugada. Pelo que eu entendi, tinha chegado frango no supermercado e o povo fazia fila pra tentar comprar. É assim, a rotina de algumas pessoas é ficar na fila dos mercado esperando pra ver o que chega.

Vamos voltar pra praia? Ontem acabamos voltando mais cedo por conta da chuva. Vamos tentar mais uma vez. Hoje decidimos ficar na última parada. Foi uma ótima escolha. A faixa de areia era mais larga e o mar estava mais bonito que ontem. O dia estava uma delícia. O mar estava um pouco agitado, mas, estava ótimo!

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Resolvemos esticar o dia aqui, estava muito quente pra bater perna em Havana. Vou deixar pra dar um último rolê pela cidade quando
o sol estiver mais baixo. Aproveitamos a praia até umas 15h30 e voltamos pra cidade. Tava com receio de todo mundo ir embora junto e o ônibus ficar cheio. Banho e internet pq eu já estava sofrendo de abstinência.

Depois fomos andar por outro canto da cidade. Passamos pela Basílica de São Francisco e chegamos numa praça lindíssima de mesmo nome. A arquitetura dessa região é linda e está super preservada. Você vai andando pelas ruas e parece um cenário de novela. Tudo limpo, fachadas bem cuidadas. Apaixonada por essa região da cidade.

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Passamos por uma mesquita que me chamou a atenção. A extrema direita no Brasil fala que o "comunismo" vai começar uma perseguição religiosa mas a ilha "comunista", majoritariamente católica, dá abertura para outras religiões. Melhorem seus argumentos, gente doida! Seguimos por locais importantes até chegarmos na Plaza de Armas, a praça mais antiga de Havana. Tava um fim de tarde lindo e um clima muito agradável.

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Em frente à praça tem um templo chamado El Templete. Neste local milhares de pessoas vão todo dia 15 de novembro, véspera da fundação da vila de Havana, pedir boa aventurança e fortuna.

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Atravessamos a rua para ver do outro lado da baía o Cristo de Havana. Bom, não tem nem como comparar com o nosso Cristo Redentor, né? Ao redor, mais belos exemplos da arquitetura da cidade. Depois fomos andando até a praça da Catedral. Coisa linda!

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O que acontece aqui, há muita gente abordando pra restaurantes. Tem gente que pode se incomodar com isso. Eles são um pouco insistentes, é verdade, mas se te incomoda, segue andando e pronto. Eu confesso que esperava que eles fossem mais chatos. Mas na minha lembrança da Colômbia (San Andres e Cartagena) esse tipo de abordagem era muito pior. Um dia eu estava bem mau humorada, cheguei a responder de forma ríspida. Mas no dia seguinte meu humor melhorou, hehe. Eu dei atenção pra duas pessoas que queriam me convencer a jantar no restaurante deles. Tava cedo ainda, falei que mais tarde, mas ouvi deles. O que me chamou foi que a história dos dois foi a mesma: a mãe que cozinhava no restaurante. Será? Fiquei na dúvida se era isso mesmo ou se era apenas apelativo.

Outro tipo de abordagem que percebi foi perto do Capitólio. Três pessoas nos abordaram com a mesma história. Começavam falando que estava calor, depois falavam do show no Havana Club e por fim falavam de um lugar que vendia charuto. Diziam que uma vez por mês o governo autorizava a venda pela metade do preço. E adivinha quando era esse dia? Isso! Naquele dia! Que sorte a minha, não? Se bem que eu não fumo, então perdi essa oportunidade, hahaha.

Estiquei um pouquinho até a famosa Bodeguita del Medio. Famoso local que conta a história do Mojito. Na minha humilde opinião um lugar meio alternativo pro meu perfil. Mas não deixa de ser um ponto turístico a ser visitado.

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Voltamos andando pela Calle Mercaderes, uma das ruas restauradas, é daquelas para turista, sabe? Restaurantes, loja, museus, enfim, aquela combinação clássica. E foi aqui que paramos num “Paladar” para jantar uma autêntica comida cubana com música ao vivo tocando “Guantanamera”. Os cubanos amam as novelas brasileiras. Na novela Vale Tudo, a personagem de Regina Duarte monta um restaurante chamado Paladar. Regra geral são restaurantes montados nas casas do cubanos em cômodos comuns, comida caseira, mais em conta. Porém esse paladar era um restaurante comum, eu diria meio que requintado.

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Por fim, voltamos à gelateria perto de casa. Uma fila enorme, aliás, o conceito de fila do cubano é muito peculiar. O último da fila não necessariamente é o último da fila. Você entra na fila e uma pessoa que está sentada na mesa vai e avisa que ele é o último da fila. Ah tá, aquela fila um atrás do outro serve pra nada não. Você tem que chegar no lugar e perguntar quem é o último da fila. Você é depois dele, não necessariamente atrás dele, entende? Demorei a entender o processo de fila do supermercado, mas é da mesma forma. Outra coisa que observei aqui é que alguns lugares são ruins de serviço. Mas é deles, né? Bora esperar o gelato. Era questão de honra agora.

Voltamos pra casa para arrumar as coisas. Amanhã saímos cedo e não quero correria! Um pouquinho de internet e boa noite!

Publicado por Akemi Nomura 18:37 Arquivado em Cuba

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