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Varadero x Havana x Brasil

O retorno

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Visualizar 2022 Cuba no mapa de viagens de Akemi Nomura.

A saga do retorno.

Hoje, dia 11/11, começa o retorno para Havana. O voo sai amanhã às 7h30 da capital. Podia ter escolhido um voo mais tarde, mas ia chegar no Brasil de madrugada. Esse voo chega às 21h. O ônibus sai às 12h55 do Terminal de Varadero, então temos tempo de curtir um pouquinho a manhã.

O dia amanheceu lindo. Eu podia lamentar estar indo embora hoje mas estou feliz de ter desfrutado dos dias aqui. Só um dia que não colaborou mas eu aproveitei do jeito que dava. Acordei cedo e às 7h estávamos tomando café. Sem delongas, fomos para a praia. O mar tinha hora que parecia menos agitado que nos dias anteriores, depois pareceu mais agitado. Fomos caminhar e curtir um pouco da praia.

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Na volta, resolvi tomar um sol com o pé na areia. Não tínhamos muito tempo. Depois das 9h fomos fazer mais uma caminhada. Na volta, tinha um ponto que o mar estava mais calmo. Resolvi dar um mergulho. Mergulhei de verdade dessa vez, molhei a cabeça e tive a sensação de alma lavada. Agora sim podia ir embora feliz de Cuba. Deixamos umas compras que fizemos para o Sr Humberto, que trabalha na praia, e nos despedimos. Ele chegou a enxugar umas lágrimas. Disse para levarmos a informação pro Brasil de que os cubanos tem muita estima pelo nosso povo. E que estaremos sempre nas orações dele. Enquanto a gente subia para o hotel ele ficou esperando e quando a gente já estava lá em cima, olhando pra praia, ele estava acenando se despedindo.

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Fomos na área de piscina devolver as toalhas. Perguntei pra moça se tinham muitos brasileiros no hotel porque não encontramos com nenhum. Ela disse que não e depois completou: “somos cubanos”. Achei forte, como se a impressão deles era de que os brasileiros não gostavam dos cubanos. Doeu, viu!

Fomos no restaurante de novo. A ideia era comer alguma coisa porque a gente não ia almoçar. Chegando lá encontramos com a Lázara, que trabalha lá. Perguntei se tinha problema entrar com roupa de praia e ela disse que não. Disse à ela que a gente queria comer alguma coisa porque não iríamos almoçar e ela falou pra gente montar uns sanduíches que ela dava uns guardanapos. Não recusei. Montei o sanduíche e peguei mais uns negocinhos. Não estava com a mínima fome, então vai ser bom ter algo pra levar. Uma outra garçonete simpática guardou o adoçante que eu tinha esquecido. Esse pessoal aqui é muito gente boa.

Fomos pro quarto terminar de arrumar as coisas, tomar um banho e tomar um rumo. Já estava tudo encaminhado desde ontem à noite, então era só recolher o restante e pronto. Fizemos o check out 11h e ficamos na recepção uns vinte minutos.

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Chamamos um táxi e fomos pro Terminal da Via Azul. Dessa vez chegamos com mais de 1h de antecedência, ou seja, sem bronca. O sistema aqui é roots, então é melhor chegar cedo e fazer as coisas com tranquilidade. Dessa vez saiu com uns 20 minutos de atraso. Posso dar uma bronca neles? Kkkkkkk.

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No final não teve parada para banheiro. Só fomos comer algo lá pelas 15h30. Comi metade do sanduíche que fiz no hotel. Nem tava com tanta fome, foi mais o psicológico de ter tomado café às 7h e não ter almoçado. E por volta das 16h15 chegamos no Terminal da Via Azul. Na saída do terminal já ficam vários taxistas oferecendo serviço. Só que dessa vez estávamos indo pra uma região perto do aeroporto. Era um pouco longe e complexo pra eu explicar. Mas o motorista ligou pra proprietária da casa que deu as coordenadas. No caminho mamãe ficava observando tudo. Eu achei interessante o contraste de um carro novo com o velho. Cuba não é só velharia não gente.

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Chegamos por volta de 17h10. Foi bom ter vindo nesse horário. Chegamos tranquilas. Já pedi o jantar na casa porque a região aqui não tem nada. Já fechei com o proprietário para nos levar amanhã bem cedo no aeroporto. A casa parece um sitio. Tem até vaca mugindo. O ambiente tem a casa do casal. A casa da filha e a casa do filho. O terreno é grande, então eles construíram quartos para alugar. Fizeram um lugar agradável para servir o jantar, uma gracinha.

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Acabou mais uma viagem! Foram dias incríveis em Cuba. Havana me surpreendeu positivamente. Tem seus problemas, claro. As ruas tem uma bela arquitetura em que pese algumas quadras muito degradadas. A comida é gostosa porém não diria que é o forte. O forte é o povo, sem dúvida. Caloro, receptivo e adora os brasileiros. Varadero é veraneio. É praia, calor, descanso. É muita salsa e muito merengue. É mojito e piña colada. É mar azul e paz.

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No que se refere ao turismo em Cuba, tinha ouvido falar algumas coisas que vale a pena comentar. Outras são apenas vivências.
1) Falaram que lá pessoas na rua pediam até papel higiênico pros turistas. Não vi nada disso. Apenas em duas situações fui abordada na rua de gente pedindo dinheiro. E vamos combinar que no Brasil isso é mais que normal. Mas eu sei que lá eles tem difícil acesso a muitas coisas devido aos embargos. Mas, salvo em dois momentos, não fui abordada por pessoas pedindo nada.
2) Falaram que lá tem muita abordagem na rua, querendo vender coisas, levar pra restaurante, coisa que tem em todo lugar no mundo, mas, em Cuba seriam especialmente chatos. Olha, já tenho uma bagagem pra dizer que eles não incomodam tanto assim não. Já passei por lugares com abordagens muito mais chatas, mas bota muito nisso. Talvez tenha ajudado eu já ir esperando isso, mas, quando eu lembro as abordagens de Cartagena, eu acho os cubanos bem tranquilinhos.
3) Táxi: confirme o preço antes com o motorista. Por exemplo, o proprietário da casa perguntou se eu queria táxi do aeroporto. Falei que sim. Ele me disse que o preço era US$30. Fechei! Era só pagar pro motorista. Quando chegamos no lugar o motorista queria cobrar US$35. Em Varadero foi a mesma coisa. Tinham cobrado US$10 do Terminal até o hotel e na volta foi US$15. Nesse caso eu não cheguei a perguntar o preço então nem posso reclamar.
4) Restaurante: quando for fazer um pedido, tire uma foto do cardápio. Pode acontecer de nada hora de pagar o valor do prato na conta estar mais alto e você nem perceber. Não chega a ser uma diferença exorbitante, até porque comida é barata em Cuba e você fica até com pena. Mas não deixa de ser má fé, né? Só um dos lugares que aconteceu isso, então não vou generalizar. Mas o senhor da casa onde ficamos nos alertou dessa possibilidade.

Agora, quanto à viagem:

Nunca quis entrar nessa discussão de comunismo, socialismo, sei lá o quê. Vim com o coração aberto pra entender o ser humano, acima de tudo. Sei que vi um povo passando por extrema dificuldade agora. Um povo que precisa que o mundo estenda a mão, e não vire a cara. A quantidade de gente que olhou torto quando eu disse que vinha pra cá não tá escrito. Esse delírio coletivo que acontece hoje no Brasil me assusta. Abrir os coração, entender o outro, ter empatia, isso te faz ser humano.

Por fim: Viva Cuba!

Publicado por Akemi Nomura 18:42 Arquivado em Cuba

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