Um blog do Travellerspoint

outubro 2019

De volta pra casa

sunny 16 °C
Visualizar 2019 Atacama e Uyuni no mapa de viagens de Akemi Nomura.

Acordei cedo, pra variar, e quando deu 5h30 fui direto ver o salar da janela do hotel. Sério, eu super curti a experiência de dormir em um hotel de sal dentro do salar, praticamente. O hotel Luna Salada é considerado um dos melhores hotéis da região, se não for o melhor. O atendimento é impecável, os quartos confortáveis, a calefação funciona, rs, tipo, gostei de tudo. A comida talvez seja o calcanhar de Aquiles mas, na boa? Tá tudo bem! Foi uma ótima noite numa altitude mais confortável. Aqui estamos em torno de 3600m, ou seja, 1000m a menos que a noite anterior.

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Hoje a saída era às 8h. Pra não ter correria combinei com as meninas de tomar café às 7h. Hoje Rosana não acordou bem de novo. Esse negócio de altitude é muito individual mesmo. Ela não estava tão mal quanto anteontem, mas dava pra perceber pela fisionomia dela que ela não estava legal. Descemos pra tomar café e curtir aquele restaurante muito doido. Já falei sobre isso ontem mas vale repetir: tudo de sal... A vista? O Salar! Fui enganada por algo que achei que era uma empanada e era algo massudo e doce. Mas tinha ovo no café da manhã então eu não precisava de mais nada. O Sorochji acabou então hoje o remédio contra a altitude era café e chá de coca. Além de folha de coca pra quem quisesse mascar e balinha pra quem não tiver coragem de mascar a folha.

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Deu 8h e pouquinho o Wladimir e a Karen chegaram pra pegar a gente. Enchemos as garrafas de água e partimos pra última jornada no deserto. Fomos pra última parada turística pouco depois da cidade de Uyuni: o cemitério de trens. Eu não sei como explicar em palavras esse lugar. Parece estranho dizer que um monte de trens abandonados possam se tornar uma obra de arte no deserto? É mais ou menos isso o que eu vejo aqui. A ferrovia foi construída no auge da exploração de minérios da região. Assim toda riqueza era levada para Antofagasta que, na época, era a saída da Bolívia para o Pacífico. O fim das atividades da ferrovia se deu por uma junção de vários fatores entre os anos de 1920 e 1930. Criou-se assim um lugar sui generis no meio do deserto que significa uma história do apogeu ao esquecimento. Mas que rendem boas fotos.... rs.

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Agora nosso rumo seriam 3h de viagem deserto abaixo até a parada para o almoço. Mas antes fizemos um pit stop em San Cristóban. A ideia era dar uma paradinha numa farmácia mas pelo horário as coisas não funcionavam ainda. Mas já que estávamos lá fomos no banheiro. Assim, não vou mentir, o banheiro era bem "disgusting". Ainda pagava 1 boliviano. Mas a necessidade faz a gente esquecer certos nojinhos, hehe. A regra do deserto é nunca perder uma oportunidade de ir ao banheiro e nunca encostar em nada. Depois nada como um banho de alcool no carro! Nessa parada compramos umas batatinhas pra dar aquele up até a hora do almoço.

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Seguimos meio que dormindo, meio que acordadas. Teve uma hora que olhei para trás e estava só a Karen acordada. Fizemos um pedaço de estrada e depois voltamos para o bom e velho deserto. Esse dia era só de retorno mesmo. Até que chegamos numa comunidade que paramos para almoçar. Tinha uma vista bonita dali. A paisagem da janela parecia um quadro. As lhamas que estavam longe até chegaram mais perto pra compor a paisagem. Enquanto o almoço não ficava pronto rolou umas fotinhas. Depois saiu o rango e nos juntamos pra última refeição com nossa dupla Wladimir e Karen. Ah, a aproveitamos a chance de ir ao banheiro sem pagar também, hehe.

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Aí meu amigo, era chão, chão, chão, chão.... Teve hora que dei uma pagada. Saímos 13h30 e a previsão era chegarmos 16h30. Foi tranquila a viagem, saculejava bem menos do que eu imaginava. De Uyuni até a fronteira eram 400km. Logo que avistei o Licancabur sabia que estávamos chegando. Dessa vez a imigração foi rápida porque na saída cada um volta em um horário. Só tinha a gente pra carimbar o passaporte. Depois ficamos no carro porque o transfer não havia chegado. Acho que levou uns 20 minutos até eles aparecerem. Trocamos de carro e fomos pra entrada no Chile. Primeiro chegando lá nos deixaram um bom tempo esperando no carro. Detalhe, só tinha a gente. Aí chamaram a gente pra dar entrada na imigração e quando eu entro na salinha dou de cara com 3 funcionários jogando videogame. Sério! Nem sei que cara eu fiz, só virei e fui pro balcão. Passadinha no banheiro e fomos pra parte de bagagem. O cara olhou bem por cima e pronto. Na mala só perguntou se só tinha roupa e nem abriu. Dessa parte eu nem reclamo porque só tinha isso mesmo. Tudo turista voltando de passeio na Bolívia, nada grave!

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Curti muito essa paisagem!

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Bom, voltando pra van era ladeira abaixo literalmente. A fronteira ali eram 4600m de altitude e San Pedro em torno de 2500m. Voltar pra San Pedro já vai ajudar Rosana, em que pese a umidade caia também. São 45km da fronteira até o hotel. Pronto, lar doce lar. Foram 3 dias bem puxados na Bolívia mas acho que foram na medida. Tem tour de 4 dias também mas acho que ia ser demais. Esse de 3 dias foram o suficiente. O por do sol em Uyuni foi de cair o queixo. Agora era começar a fazer a rota pra casa.

Pegamos outra cabana dessa vez. Eles guardaram nossas malas direitinho aqui. Gente, se você for fazer Uyuni o ideal é ir com menos mala possível porque o espaço no carro é limitado. Como a gente ia voltar e pro mesmo hotel foi só conversar lá com eles que guardaram pra gente. Eu super curti o Cabanas Kirckir. O casal é muito simpático e está disponível para ajudar em qualquer coisa. Eles tem transfer também viu? Fechou a estadia já conversa com eles sobre transfer. O café da manhã era bem gostoso e como os passeios saíam cedo eles preparavam um lanche e entregavam na noite anterior. Se quiser pedir que entregue o café da manhã na noite anterior também pode. O local é uns 10 minutos andando até o centro, nada de outro mundo. Tem uns 3 mercadinhos pro perto que atenderam nossa necessidade. A empanada ali era ótima e foi nossa janta vários dias. O centro de San Pedro é legal mas é pequenininho e não achei que valia a pena ficar lá perto (pagar mais caro ou ficar em lugar apertado). Ah, no Chile, pague em dinheiro e não vai precisar pagar imposto.

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Fomos no mercadinho pra última refeição. Compramos as bebidas, empanadas, batatinha, enfim, o necessário. Não tinha meu refri e da Rosana então entreguei a chave pra Gabi e mamãe e fui com Rosana em outro mercadinho. Lá achamos a Coca Zero e o Trencito. Voltamos pra casa e jantamos naquele papo de fim de dia. Agora era organizar as coisas pra viajar amanhã.

O nosso voo estava programado e o transfer ia passar 11h. O voo era às 17h mas eu preferi deixar o transfer nesse horário pra não ter correria. Acordei cedo no dia seguinte e deixei tudo meio organizado pra receber o café da manhã. Hoje era o dia que dava pra dormir mais um pouco. Mas como eu acordo cedo mesmo. Recebi o café às 8h30 e já fui comer. Aos poucos foi chegando geral pra mesa. Demos aquela geral e estava tudo pronto pra partirmos. Nosso voo não estava na lista dos cancelados hoje. Se fosse ontem.... mas hoje não! Ufa! A van chegou pouco depois das 11h e fomos pro aeroporto depois de passar em vários hotéis.

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O aeroporto de Calama estava tranquilo. Como o check in não estava aberto fomos almoçar e depois descemos pra despachar as malas. Voo Calama x Santiago saindo, minha maior angústia estava resolvida. Se perdêssemos esse voo poderíamos perder o voo internacional. Mas tudo deu certo! Papai do céu cuidou da gente e as manifestações que ocorriam no Chile e na Bolívia não chegaram a nos atingir.

Às 19h chegamos em Santiago. Descendo já me assustei vendo aquelas lojinhas ali no embarque todas fechadas. Fomos pegar nossas malas e ver se dava pra antecipar o voo. Nosso voo era só amanhã. Primeiro na fila do check in uma funcionária da Latam disse que não tinha voo. Não botei fé nela e fomos na loja da Latam. A moça disse que tinha sim para 23h e dava pra antecipar a um custo de US$97 por passageiro. Mas quando ela olhou minha reserva disse que podia antecipar sem custo porque sou Platinum. Bom, o que importa é que antecipou a minha e da mamãe sem cobrar nada. Daí despachamos as malas e nos despedimos das meninas. Detesto essa parte.

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Embarcamos e mamãe foi olhar o vinho. Gente, acredita que me senti meio mal nessa hora. Sei lá, parecia que o coração estava acelerado (mas não estava). Aquela sensação de angústia, de ansiedade... joguei a bolsa e a mochila no chão e tirei o casaco que, mesmo leve, me fazia mal. Nossa, nem quis parar pra olhar chocolate, hehe. Não devia estar bem mesmo. Pagamos o vinho e fomos para sala vip da Latam. Eu fui cheia de expectativa afinal o hub da Latam era em Santiago. Esperava "a sala vip". Uma bosta! Desculpe a expressão mas a sala era bem mequetrefe. Nem cheguei a subir porque meu estado físico não me permitia mas avaliando a parte de baixo.... pouco lugar pra sentar e buffet bem fraco. Enfim, peguei um sanduíche mais ou menos e uns dois pães pra comer com manteiga. Era o que tinha. Não curti! Ano que vem eu devo ser rebaixada mas, honestamente, por essa sala vip não vale muito a pena não.

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Enfim embarcamos! Partiu Brasil e até a próxima Chile!

P.S.: Só pra deixar registrado que o aião arremeteu na chegada em São Paulo. Acho que foi pra acordar a galera....

Publicado por Akemi Nomura 10:09 Arquivado em Chile Comentários (0)

Uyuni

Finalmente o Salar

sunny 11 °C
Visualizar 2019 Atacama e Uyuni no mapa de viagens de Akemi Nomura.

Definitivamente não dormi bem essa noite, acordei várias vezes. Acordar cedo não é problema pra mim mas dormir picadinho assim é terrível. Essa noite fez -8 graus. O aquecedor do quarto é fraco. Foi bem difícil levantar. Eu fui trocar de roupa e a cada peça que eu colocava eu deitava embaixo das cobertas para esquentar e descansar. Estamos a 4600m de altitude e até trocar de roupa é um esforço excessivo. Fui chamar as meninas pra tomar café e Rosana estava com outra cara. Nada como uma sessão extra de oxigênio. Parecia outra pessoa, ontem ela nem falava. Descemos pro café da manhã e pudemos apreciar a vista do deserto. Cara, o hotel é simples, mas se hospedar na meio do deserto do Atacama é uma experiência de vida. Pensa na vista do restaurante...

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Hoje começamos o dia nas lagunas altiplânicas bolivianas. A altitude é de cerca de 4100m. Descemos um pouco pra chegar aqui. Mas ainda estamos muito alto. Fizemos uma primeira parada na laguna Honda. É uma laguna de água salgada e profunda. Primeira coisa que nos chamou a atenção foram os flamingos no meio do lago. A Karen disse que eles estavam juntos e não saíam dali porque o lago congelou. Com o sol subindo o gelo derretia e eles saíam dali. Que dó gente! Eles tem o corpo adaptado pra temperaturas baixissimas. Tinham umas pedrinhas ali que formavam um pequeno portal. Com um jogo de perspectiva o Wladimir tirou uma foto massa.

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A segunda laguna chama laguna Hedionda (fedida). Esse nome se dá por causa do cheiro de enxofre ali. Mas é a laguna com mais flamingo que vimos. Tinha muito flamingo ali. A laguna é rasa e os flamingos são mais acostumados com pessoas. Claro que não interagem mas não fogem se chegarmos próximo. Falamos baixo ali pra não assustar. Tem três espécies de flamingo ali e deu pra tirar umas fotos massa!

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Deixa eu quebrar essas fotos pra não ficarem tudo junto. Não consegui selecionar, como deu pra perceber, hehe.

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A terceira laguna chamava laguna Cañapa. Aqui estamos a 4300m de altitude. Paramos primeiro no banheiro. Nunca perca a oportunidade de ir ao banheiro no deserto. Não pode ter nojinho porque a estrutura é bem simples. Não encoste em nada e um álcool em gel sempre a mão. Ainda temos que pagar 5 bolivianos. Depois descemos até o lago pra tirar fotos. Uma das fotos mais maneiras da viagem foi aqui!

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Fizemos uma parada pra ver um dos vulcões ativos da região. A última explosão foi a milhões de anos atrás. A altitude aqui são 4000m. As pedras vermelhas ali foram resultado de lava vulcânica. Dali a gente via a fumacinha saindo do vulcão.

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Hoje de manhã eu acordei com uma pressãozinha na cabeça. Não sei se foi porque levantei de madrugada pra beber água muito rápido. Mas agora começou uma pequena dor de cabeça e um pouco de enjoo. Sem dar chance pro azar tomei logo o sorocji que não tinha tomado de manhã. Tínhamos umas dias horas até a parada pro almoço. Cochilei uns 40 minutos e acordei revigorada.

No caminho passamos por algumas comunidades no deserto. São pequenas vilas no meio do nada. Foi numa dessas que paramos pra almoçar ontem e hoje paramos em outra dessa, a vila Candelária. Antes de chegar na vila tivemos a primeira visita do Salar. Mas paramos numa pequena hospedagem pra almoçar antes. Ali as paredes eram de sal, os bancos eram de sal, as mesas eram de sal, no chão tinha sal... muito legal. A comida é simples mas gostosa.

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Na hora do almoço a Karen nos disse que teve eleição na Bolívia. Durante a apuração dos votos que era transmitida ao vivo dois candidatos (Evo Morales e o da oposição) estavam empatados. Porém quando mais de 80% dos votos tinham sido apurados a transmissão foi cortada. Quando retornou já tinha 95% apurado e Evo Morales estava liderando com folga. Algumas manifestações começaram a acontecer na cidade e se espalhava pela Bolívia. Parece que onde a gente vai começa uma revolução. Ô louco!

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Chegamos ao ponto alto da viagem, o Salar de Uyuni. Não paga entrada. Pelo que eu entendi tem um tipo de pedágio. Mas não somos nós que pagamos (ou melhor, já deve estar no valor do passeio). Uyuni já foi um lago de água salgada de 150m de profundidade. Mede 150km de leste a oeste e 50km de norte a sul. Hoje o salar tem 110m de profundidade. Tipo, eu sabia que Uyuni era o maior salar do mundo, mas eu não imaginava que fosse tanto. A Karen nos disse que não pode andar em qualquer lugar do Salar porque o carro pode afundar. Também não sabia disso. A parte central é onde é mais compacto. Outra coisa que a Karen disse foi que as montanhas que cercam o Salar são as referências para os motoristas. Quando o tempo está ruim e não é possível ter visibilidade das montanhas não deve-se entrar no Salar pois a pessoa se perde. Ou seja, é bom procurar saber mais ou menos uma época boa. Entramos por uma parte mais escura mas depois nos dirigimos a parte central. O que dizer dessa primeira vista? Uauuu!!!!

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Existem 26 ilhas no meio do salar. Essas “ilhas” foram montanhas cobertas pelo sal ficando hoje só o topo. Uma dessas ilhas fica bem central. Chama ilha Incauhasi. Da entrada até a ilha são 45km dentro do salar. Ali a gente pode subir pra ter uma visão de 360 graus do salar. Tem que pagar entrada de 30 bolivianos. Mas antes de subir não tem como não falar dos cactos: enormes! Esses cactos crescem um centímetro por ano. O maior atualmente tem 8 metros, ou seja, 800 anos. A ilha já teve um cacto de 12 metros. Já imaginou?

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Bom, o sol estava quente, o frio da manhã já tinha ido embora. Estava uma temperatura fresca, digamos assim. Em situação normal seria um pouco frio mas ali se tornou até um pouco quente. Começamos a subir a ilha. Assim, não era uma subida por escada, eram pedras. Eu e meu medo de altura e queda.... aiai. Paramos para umas fotos e continuamos devagar e fazendo paradas na sombra para recuperação. Mais fotos.... deixava o povo que vinha atrás me passar porque eu odeio pressão, hehe. Ainda não podia olhar pra trás senão a altura me travava. Pra ajudar estávamos a 3660m de altitude. O gente, é muito desafio pra um ser tão limitado como eu! Chegou uma hora que eu tinha decidido voltar. Não por cansaço mas por medo. Não era difícil mas eu sou limitada mesmo... hehe. Rosana que estava bem cansada por conta da altitude ia voltar pra não passar mal como ontem mas decidiu continuar. Ela me estimulou a continuar porque o caminho era largo (não parecia de onde eu estava). Chegou num ponto pra mim que a dificuldade não era a subida, o esforço, a falta de ar da altitude, era o medo! Faltava acho que uns 15% e Rosana desistiu. Eu fiquei na dúvida. Tava com medo da descida. Gabi foi. Mamãe queria ir. Bom, já cheguei até aqui então fui. Preferi não pensar em como ia ser a descida. Cheguei! Uau!!!!!

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Gente, eu já falei isso mas vou repetir. Eu não tinha ideia da imensidão do salar. É deslumbrante aquele deserto branquinho a perder de vista. Você para e fica olhando pra cada canto, cada pedacinho. Lá de cima você vê os carros pequenininhos indo e vindo. Estávamos lá tirando foto e Rosana me aparece. A nega subiu!!!!! Pronto, grupo completo, missão cumprida!

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Aí veio o meu maior medo, a descida. Usei o que eu tinha de melhor em mim que era força nas pernas. Era como fazer passada sem barra nas costas e sempre olhando pra baixo onde eu ia pisar. Confesso que desci com medo mas foi só um pedaço. Depois ficou fácil. Se fosse pra descer pelo lado que a gente subiu seria tenso. Era muito mais difícil. Mas por ali foi de boas. Cheguei lá embaixo e a Karen disse que eu superei meu medo: alto lá índia andina! Eu enfrentei o medo agora superar ainda falta um bocado, hehe.

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Pausa pra ir pro banheiro porque nunca se perde uma oportunidade de ir ao banheiro quando se está no deserto. Ainda mais quando já está incluso na entrada. Lembrando que estamos em altitude e a subida foi um esforço enorme. Algumas pessoas não sobem por não ter condições físicas. Outras por preguiça mesmo. Nós subimos! Nós somos demais!

Partimos pelo Salar afora. Sem ideia de qual direção estávamos indo. Só fomos! Passamos por uns carros parados e o pessoal tirando foto. Andamos bastante pelo salar ao ponto de não ver mais carro nenhum. Aí paramos pra uma sessão de fotos. A Karen usou toda criatividade e fizemos fotos bem divertidas! Aproveitamos para literalmente experimentar o sal direto do salar. Experiência, digamos, diferente. Tiramos mais fotos já que a sensação é que o salar era só nosso. As formas hexagonais chamavam a atenção para obra de arte esculpida pela mãe natureza. Coisa mais linda!

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Terminadas as fotos clássicas no salar fomos em direção ao hotel Playa Blanca. Era um hostel desativado dentro do salar. Esse foi o primeiro hotel de sal do mundo. Teve um problema grave de saneamento o que causou um problema ambiental. A má gestão levou ao seu fechamento. Na frente tem uma “praça das bandeiras” onde turistas do mundo inteiro levam a bandeira de seus respectivos países ou mesmo de times de futebol.

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Partiu por do sol! Se tem algo que eu curto nessas viagens é desfrutar de ao menos um por do sol. Já foram tantos por aí. Partimos em busca do local ideal no salar. Em época de chuva quando o salar fica com uma pequena camada de água é possível fazer aquela famosa foto do reflexo. Mas hoje tinha pouca água. Mas tudo bem, deu pra tirar umas fotos bacanas e brindar o por do sol, brindar a amizade, brindar a vida!

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Eu nem gosto de por do sol, rs.

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Depois de encarar o frio e o vento pra ver um por do sol espetaular as cores mudavam ao fundo. O branco do salar parece ter ficado mais branco. Parecia neve!

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Depois de um dia bem aproveitado fomos pro hotel. O hotel fica praticamente dentro do Salar. É um dos melhores hotéis da região (se não for o melhor). Mais um que não é só uma estadia, é uma experiência. É um hotel todo feito de sal. É sal do chão ao teto. Mesas, poltronas, decoração.... Dessa vez não tinham restrições quanto à energia. Banho quente em qualquer horário, sinal de wifi bom, sem horário pra desligar as tomadas... Super legal! Primeira coisa ao chegar no quarto foi correr pra janela e ver o fim do por do sol.

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Estava bem frio lá fora mas a gente não ia sair mesmo. Tomei um bom banho quente e aproveitei pra lavar o cabelo. Depois fomos jantar. Todas as refeições estavam inclusas no passeio. Era uma comida diferente mas estava ok. Depois ficamos de bobeira num dos ambientes comuns do hotel mas por pouco tempo. Depois era hora de curtir o aquecedor do quarto!

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Publicado por Akemi Nomura 03:52 Arquivado em Bolívia Comentários (0)

Uyuni

Parque Eduardo Avaroa

sunny 10 °C
Visualizar 2019 Atacama e Uyuni no mapa de viagens de Akemi Nomura.

Pra variar acordei antes das 5h. Mas de boa com isso. Levantei, tomei uma ducha num frio de rachar, deixei tudo pronto e deitei para esperar as meninas acordarem. Comecei a arrumar a mesa do café devagar e mamãe estava trocando de roupa. Assim que elas acordaram, começaram a se arrumar e tomamos café ali no quarto.

Às 8h a van veio nos buscar. Éramos só nós quatro. O motorista explicou que ia nos levar até a fronteira e lá íamos trocar de carro. Na Bolívia só é permitido guia boliviano a acho que agência boliviana. Chegamos no controle de fronteira do lado chileno. O dia estava muito bonito. O pano de fundk na janela era o Licancabur. Levamos 1h parados ali pra carimbar a saída no passaporte. Ali eu senti um pouco de falta de ar. Na imigração Rosana perguntou pro funcionário ali que disse que estávamos a 4600! 4600! Novo recorde de altitude. Uma ida ao banheiro ali me sugou um absurdo de energia. Voltei pro carro bufando. Mas aqui não é uma questão de soroche e sim de ar rarefeito mesmo. Cansa muito qualquer esforço.

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Quando chegamos logo antes da entrada do lado boliviano nós descemos da van e fomos pro carro que nos aguardava. Eram vários carros ali, todo mundo saindo da van do lado chileno e indo para os 4x4 da Bolívia. A nossa guia nos aguardava com os papéis de imigração. Fazia muito frio ali. Eu estava com 2 calças, 3 blusas e um casaco grande e morria de frio. Pra se ter uma ideia eu não conseguia preencher o formulário de imigração, a Karen (guia) que preencheu pra mim. Ainda tínhamos que ficar numa fila na imigração naquele frio. A entrada ali tem uma estrutura bem precária. Mas, como diria minha irmã, está tudo bem! Passaporte carimbado e prontas pra aventura.

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Você entende o porque do carro 4x4 quando entra na Bolívia. Diferente do Chile que tinha estrada pavimentada, ali era tour raiz. Literalmente no deserto. Um pouco mais a frente descemos pra preencher os papéis de aduana. Agora sim, bem vindas a Bolívia.

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Logo de cara paramos no Reserva Natural de Fauna Andina Eduardo Avaroa (nome do herói boliviano na guerra do Pacífico). A entrada custa 150 bolivianos. O banheiro ali custava 500 pesos chilenos (não lembro quanto em boliviano). É isso aí, banheiro por aqui é praticamente tudo pago. Separa o dinheiro aí, pode colocar 5 bolivianos por cada parada.

A primeira parada foi na Laguna Blanca. Essa laguna tem uma alta concentração de minerais que causam a cor branca. O legal hoje é que, como fez muito frio na noite anterior, criou-se uma camada de gelo fina. Com o sol nascendo essa camada começou a “trincar” e o vento empurrava o gelo da superfície para as bordas e os pedaços começavam a subir um sobre o outro como se estivessem saindo da água. Não sei explicar direito o que eu vi mas eu curti! Saindo da laguna blanca vimos alguns flamingos.

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Logo ao lado estava a laguna verde. A cor se dá pela alta concentração de minerais mas não me perguntem qual, nunca fui boa em química, rs. Essa laguna nós vimos do alto. Além do céu azul e do Licancabur no fundo, o tom verde da água era lindo. Só não era lindo o vento!

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No caminho cruzamos com uma raposinha. No Chile vimos de relance mas aqui ela veio pertinho do carro. Ela até parou bem do nosso lado.

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A Cordilheira desce única do norte e quando chega na Bolívia ela se “abre” em suas partes e no Chile ela se une de novo. Pra chegar no nosso “alvo” a gente atravessa a Cordilheira oeste e chega na parte “plana”. Dirigimos literalmente no meio do deserto e muitas vezes sem estrada (e de terra), era passando em cima de pedra, dentro de lago, enfim, doidera. Eu achei muito louco como esses caras se orientam no meio do nada. O nosso motorista nasceu em uma comunidade do deserto e deve conhecer esse lugar na palma da mão.

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No caminho uma coisa que me chamou a atenção foram as pedras enormes espalhadas. São pedras piroplásticas fruto de uma explosão de vulcão ocorrida milhares de anos atrás. Elas compõem a paisagem. Uma paisagem fruto dessas explosões vulcânicas foram algumas pedras no meio de algo que parecia uma duna de areia. O dia estava lindo e a imagem parecia uma pintura. A Karen, nossa guia, disse que os turistas apelidaram de Deserto de Dalí pois parecia uma pintura de Salvador Dalí.

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Depois de muito saculejos e paisagens maravilhosas chegamos às termas de Polques. Muitos carros parados ali por conta da piscina termal. Gente, não está só frio, está ventando, e muito. A água quente (entre 30 e 35 graus) é por conta da proximidade de vulcões. Dizem ter muitos minerais que fazem bem à saúde. Mas tá muito frio então não, obrigada! Aqui fizemos a pausa para o almoço. Era um lugarzinho simples, comida simples, mas muito agradável.

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Eu não lembro se já falei isso mas os carros das agências de turismo que fazem esse tour na Bolívia tem permissão pra carregar combustível por motivos óbvios. Ninguém vai querer ficar parado no meio do deserto sem uma alma viva por perto e sem um posto Ipiranga. Saindo do almoço tinha um carro “abastecendo”.

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Eu não lembro se já escrevi sobre o soroche. Agora na hora do almoço Rosana se sentiu mal. Já estava se sentindo mal mas piorou aqui. Claramente a altitude faz muito mal pra ela. Esse mal estar dela é o que chamam de soroche ou mal da montanha. Lá em San Pedro ela já tinha sentido esse mal estar mas aqui como é mais alto atingiu ela pra valer. E é diferente do cansaço pelo ar rarefeito (isso atinge todo mundo). A pessoa pode ter tonteira, enjoo, dor de cabeça, várias coisas que vão além do cansaço físico. E não tem regra, nem sempre é com o mais idoso, nem sempre é com o sedentário, pode ser com qualquer um. Aprendi no Peru a fazer esse processo de aclimatação. Nós fizemos aqui também, descansamos na chegada, tomamos chá de coca, sorochji pill, andamos e respiramos bem devagar, esforço mínimo, mas mesmo assim o mal da montanha pode atingir. Eu imagino a força que ela tá tendo pra aguentar até o fim do dia.

Continuamos o caminho pois estávamos no meio do deserto, não tinha como levar ela pro hotel. Paramos numa região conhecida como Sol da manhã que fica a 4800m de altitude. Sol da manhã já foi um vulcão e hoje é uma extensa cratera vulcânica repleta de gêiseres e fumarolas. Ali podemos ver a lava vulcânica fervendo literalmente. É um lugar perigoso e tem que ir com guia. Caiu ali, meu filho, morreu. É uma coisa muito doida ver o planeta que a gente não vê. O cheiro de enxofre é forte mas suportável.

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Fizemos uma parada que pra mim foi especial. O lugar não era um ponto de visitação propriamente dito, era apenas o ponto mais alto do nosso tour: 5000m. Não imaginei chegar nessa altitude sem passar mal. Era meio que um desafio que eu não podia controlar afinal cada corpo reage de uma forma à altitude. Mas fiquei feliz de estar ali.

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Estamos nós sozinhos no deserto e de repente aparece uma nuvem de poeira lá longe. Era outro carro indo de um canto ao outro e logo sumiu de novo. Muito louco isso!

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Mais uma parada na lagoa colorada. Meu amigo, você não tem ideia do vento que fazia naquele lugar. Eu me desequilibrava fácil. Bom, tá certo que já sou meio desequilibrada, hehe, mas com o vento colaborando ficou difícil. Aqui descemos eu e Gabi. Mamãe ficou no carro com Rosana. A laguna colorada é um lago salgado enorme. Quando a laguna seca um pouco dá pra ver as partes de sal. E essa parte branquinha contrasta com o vermelho da laguna. A água é vermelha devido a uma alga rica em betacaroteno. Quando o sol bate a água fica assim. Ali tem muito flamingo das 3 espécies sendo o que mais tem é o flamingo de James.

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Depois de andar e nos distrair com a paisagem tivemos que subir pra chegar na banheiro. Era uma subida que dava pra cansar ao nível do mar, na altitude então... fomos bem devagar e deu certo, sobrevivemos. Uma lição aprendida no deserto foi de nunca perder a oportunidade de ir al banheiro, haha. Lá de cima dava pra ter outra visão do lago. A gente até ia voltar por cima mas não tava dando. O vento não deixou. Sério mesmo, não dava. A Karen que é pequenininha parecia que ia voar. Descemos e voltamos por baixo que ventava também mas dava pra andar. O engraçado é que na ida a gente estava distraída com a paisagem e não percebeu a distância que andamos. Mas na volta.... não chegava nunca. O vento parecia ter congelado minha boca, haha.

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Achei muito legal esse lance de andar no meio do deserto. Tinha lugar que aparecia uma estradinha, tinha lugar que eram só as marcas dos pneus na terra, tipo, referência zero. Tinha hora que a gente olhava em volta e só tinha a gente. De repente a gente via uma poeira levantada e aparecia um carro indo pra outro canto. Parece que não tem um caminho x a seguir, sabe? Teve uma hora que ele virou e começou a subir umas pedras e eu fiquei me perguntando como ele sabia que era pra virar ali, rs. Esse cara deve conhecer o deserto na palma da mão.

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Passamos então pelo deserto Siloli. Fizemos ali uma última parada na árvore de pedra. As pedras ali pareciam uma escultura. O céu azul compunha a paisagem. Destacada as rochas maiores ficava uma parecida com uma árvore. Foi esculpida pelo vento ao longo dos anos. Uma obra de arte feita pela mãe natureza.

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Saímos do parque finalmente. Dia corrido, né? Pra você ver, eu fechei os passeios todos tanto do Atacama quanto da Bolívia e não tinha ideia de como ia ser. Achei que a gente ia chegar aqui e ia direto pro hotel. Aliás eu nem sabia qual era o hotel que a gente ia ficar. Só lá no começo do tour a Karen explicou que seriam dois hotéis. Dirigimos um bom pedaço no meio do deserto até que bem longe dava pra ver uma construção. Gente, a Karen tinha dito que era no deserto mas não sei porque imaginava outra coisa. Na minha cabeça eu via uma estrada e um hotel e mais nada perto. Sabe quando a gente chama um lugar de deserto? Aqui era no sentido literal da palavra.

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Chegamos no hotel da rede Tayka. Esse é um hotel ecológico. Eles usam painel solar e por conta disso tinham restrições em relação ao uso de energia. Tomadas, por exemplo, só funcionam das 18h às 22h. Banho quente? Idem. Wifi? Idem. Cheguei a conectar no wifi mas desisti. Era bem ruim. Também não podia esperar nada no meio do deserto. Mas tudo bem, eu estava tão cansada que desencanei. Fomos tomar banho assim que deu 18h porque às 19h era o jantar.

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Fui chamar as meninas para jantar e a Rosana disse que estava com muito frio. Peguei o termômetro pra ela e, ainda bem, não era febre. Ela foi pro restaurante mas não se sentia nada bem. A Karen saiu com ela para recepção onde deram um remédio e ela foi deitar. Levaram a sopa pra ela e ela fez uns dez minutos de oxigênio pra ver se melhorava.

A gente jantou uma comidinha leve tipo sopa de entrada e frango de prato principal. Depois fomos direto ver ela. A cara não estava boa. Ela disse que depois de comer voltou tudo. A Karen disse pra ela fazer esforço mínimo. Um pouco depois ela ficou mais um pouco no oxigênio e melhorou.

Eu estava tão cansada que não eram 21h eu deitei. Estava quase dormindo quando bateram na porta do quarto. O cara do hotel trouxe bolsa de água quente pra colocar embaixo da coberta. Levantei, peguei a bolsa, coloquei embaixo da colcha da mamãe e ela nem percebeu, já estava apagada. Coloquei uma bolsa embaixo da minha coberta e me enfiei ali. Era tanta coberta que até pesava. Mas dormi rapidinho por volta das 21h.

Publicado por Akemi Nomura 03:16 Arquivado em Bolívia Comentários (0)

Atacama

Dia 4

sunny 10 °C
Visualizar 2019 Atacama e Uyuni no mapa de viagens de Akemi Nomura.

4h24

Bom, vou começar antes falando do Licancabur. A gente consegue ver ele de quase todos os cantos que visitamos. De SPA a gente vê de todo lugar. O Chile tem 2600 vulcões dos quais 160 ainda ativos. O Licancabur chama a atenção na cidade. Ele fica na divisa entre Bolivia e Chile. Ontem perguntaram pro Daniel se podia subir este vulcão (tem passeio com subida em vulcão) e ele disse que sim, só que pelo lado boliviano. O lado chileno ainda tem minas terrestres de um período tenso. Ainda hoje encontram minas lá. Louco, né?

Eu gostei tanto desse vulcão que parti em busca de mais informações. Achei uma lenda sobre ele. Quem chega em SPA identifica esse vulcão facilmente. Do lado dele tem um menor e descabeçado chamado Juriques. No espaço entre eles teria existido um vulcão chamado Quimal e seria uma dama. Juriques era apaixonado por Quimal. Mas foi Licancabur que Quimal escolheu. Juriques ainda tinha que suportar Licancabur ser o favorito do povo e de seu pai Lascar. Assim, tentou “pegar” Quimal a força. Os irmãos vulcões começam uma briga épica bagunçando todo o equilíbrio da região. Alguns desfiladeiros seriam fruto dessa briga. Aí Lascar, o vulcão pai, afastou Quimal dali e cortou a cabeça de Juriques. Outra versão diz que Licancabur teria cortado a cabeça de Juriques e Lascar, o pai, ficou bravo e afastou Quimal dali. A segunda faz mais sentido. Não, nenhuma faz sentido, haha. Vulcão brigando... tiraram de onde isso gente?

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4h24 da manhã. Acho que sonhei que o alarme estava despertando porque eu tinha certeza que acordei com alarme só que quando olhei o celular eram 4h24 da manhã. Terminei meu post de ontem e pronto! Deu umas 5h30 eu levantei e troquei de roupa. Café da manhã garantido e estávamos prontas no horário pois fomos as primeiras todos os dias. Hoje fugiu a regra e fomos a terceira parada. Ainda parou pra pegar mais uma menina e pronto, partiu lagunas altiplanicas.

No caminho fizemos duas pausas. A primeira foi quando avistamos um falcão peregrino. Esse falcão é uma ave de rapina diurna. É considerado o animal mais veloz do mundo podendo atingir 350 km/h. A segunda foi o vizcacha. Eu descreveria como um coelho verde mas parece que ele é da família das chinchilas. E estava lá de boas tomando um solzinho da manhã.

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Quando a gente nos aproximamos da região de Socaire a gente percebe que a paisagem muda. Ali apareciam montanhas ainda com neve. O cenário ali era de cair o queixo. A lagoa, o sol nascendo, as montanhas, tudo lindo. O banheiro era estilo “inca”, ou seja, era no matinho mesmo, haha. Tenso!

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Frio? Temos!

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A primeira parada foi na Laguna Tuyajto. Eram uns 150km de distância mas a estrada é boa. Tirando poucos pedaços de terra era tudo asfaltado. Mas mesmo a parte de terra era bem plana. A primeira dificuldade foi sair da van. Muito frio, ou melhor, muito vento. Essa laguna fica a uns 4100m de altitude. A temperatura era em torno de 12 graus. Mas o vento jogava a sensação térmica lá no chão e além de ficar desconfortável. Mas aguentamos porque a paisagem era magnífica. E aqui mesmo fizemos nosso café da manhã do passeio.

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Umas fotinhas do caminho:

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Seguindo fomos até o Mirante do Salar de Tara, também conhecido como Piedras Rojas. Lá de cima dava pra ver alguns Flamingos se alimentando. Sabe o vento da Laguba Tuyajto? Ali ficou pior. Era uma subida leve porém longa. Já tentaram subir a uma altitude de mais de 4000m? Tenso! Chegando lá em cima o vento estava absurdamente absurdo. O vento me empurrava cara. Eu tive dificuldade de tirar foto do flamingo porque não consegui estabilizar a câmera com zoom total. Também curti essa parada (tirando o vento).

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Depois fomos para o ponto alto (literalmente) do passeio. Estávamos a 4300m de altitude, o mesmo que os gêiseres. O vento ali não incomodava muito. A entrada custa 3000 para adulto e 2500 para idoso. A regra é nunca sair da trilha. Os índios ali não são muito amigáveis. Tive um pequeno entrevero no fila do banheiro. Uma italiana cismou que estava atrás da mamãe na fila só que não estava porque eu tinha chegado junto. E ficou do meu lado meio que forçando a barra. A solução? Entramos eu, Rosana e mamãe juntas. Hahahaha... Nem precisei bater boca com ela pra deixar ela com raiva. Quando saímos eles (a cretina e mais uma mulher e um homem) ficaram reclamando em italiano. Aí eu fofa soltei um “vada a merda, cazzo”. Desculpa pessoal mas eu estava sem paciência pra gente folgada. Enfim, novo parágrafo pra contar do lugar.

Milhões de anos atrás as águas do alto da cordilheira escorriam livremente na frente dos vulcões Miscanti e Miñiques, seguindo para o Salar de Atacama. Só que menos de um milhão de anos (outro dia) o vulcão Miñiques interrompeu o avanço das águas que começaram a estancar ali devido à mudança geomorfológica da região. Surgiam assim as lagunas que levam os nomes dos vulcões. O caminho que fizemos era só descida. Foi bem tranquilo mesmo com a altitude. Acho que foi o cenário mais bonito que vimos até agora. O vulcão com um pouco de neve ainda, o lago de cores claras, as cordilheiras ao redor, acho que foto nenhuma vai conseguir mostrar o que a gente viu aqui.

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Tive uma certa dificuldade de escolher as fotos. Deve ter dado pra perceber:

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Deixa eu separar mais um bloquinho de fotos.

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Depois da caminhada fomos pra van e fomos até a lagoa ao lado. Era a pequena Miñiques. Também produziu fotos lindas.

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Fizemos uma parada na estrada infinita. Era um cenário muito singular. Parecia estrada de filme e no fundo uma montanha que completava o cenário. São fotos clássicas pra quem vem ao Atacama. E essa época está muito bonito pois está um intermediário entre verão e inverno. Ainda estava frio mas já dava pra descer sem luva e cachecol.

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Por fim fomos até a linha do Trópico de Capricórnio. Paramos pra tirar foto na placa e por ali mesmo almoçando. Eu nunca que ia imaginar que um dia iria almoçar no meio do deserto do Atacama. Realmente uma experiência única!

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Fim de festa. A parte do Atacama acaba aqui. A parte contratada com a Araya Atacama não acaba ainda. Os passeios são caros mas até agora a Araya ofereceu um excelente serviço com um bom preço. Como ainda não acabou a parte dela deixa que eu avalio depois.

Voltamos pra casa e ficamos de bobeira batendo papo. A orelha de alguém deve ter ardido porque foi assunto por um bom tempo, hehehe. Daí foi lavar o cabelo, organizar as coisas, acompanhar na TV como andam as coisas em Santiago. Engraçado que quando eu e Gabi fomos trocar mais dinheiro nós vimos um grupo de estudantes gritando algo que não entendemos. Desconfiamos que era algo sobre passagem de ônibus. Gabi ainda falou pra eles não fazerem isso porque isso aconteceu no Brasil em 2013 e pode não ser bom. Não é que aconteceu isso? Começou com preço da passagem do metrô e a coisa desandou. Fecharam até o aeroporto internacional. O aeroporto de Calama já está sofrendo as consequências e cancelando passagens. Então espero que até quinta isso se resolva.

Brinquei um pouquinho com o drone hoje a tarde. Rosana estava assistindo novela, mamãe no celular e Gabi no banho, fui dar uma volta na quadra. Um doguinho me abordou e começou a pular em mim como se quisesse que eu pegasse no colo. Era tipo um poodle branquinho. Gente, era tão lindinho. Queria eu levar pra casa. Fui andando e ele ficou por lá. Ainda fomos no mercadinho comprar água pra viagem e um docinho porque a gente merece. A janta? Empanada do mercadinho (que é gostoso viu?). Deixa eu terminar de arrumar minhas coisas. Até amanhã!

Algumas imagens de SPA por outro ângulo.

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Publicado por Akemi Nomura 01:16 Arquivado em Chile Comentários (0)

San Pedro de Atacama

Dia 3

semi-overcast 1 °C
Visualizar 2019 Atacama e Uyuni no mapa de viagens de Akemi Nomura.

Vida de turista não é fácil. Hoje iam nos buscar às 5h30. Acho que fiquei preocupada com o horário e acordei pouco depois da 1h da manhã. Acho que fiquei acordada umas 2h e voltei a dormir. Deu 4h20 o alarme tocou. Vida de turista não é fácil. Nos arrumamos e às 5h26 a van chegou. O guia era o Daniel de novo. A van foi em outros três lugares e nesse caminho vi várias vans circulando pela cidade. Provavelmente com o mesmo destino. Depois que estavam os dez na van paramos pra pegar o pão e partimos para Geiser del Tatio.

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Aqui em SPA estamos a 2400m de altura. O mesmo que Machu Picchu. Os gêiseres estão a 4300m de altitude. O máximo que eu tinha ido eram 3800m no Peru. Aí entra em cena o soroche que também é conhecido como o mal da montanha. Aí veio a prevenção que aprendemos no Peru. Tomei o Sorochje que compramos no Peru e chá de coca. E ainda levamos bala de coca. Se vai dar certo eu não sei mas torço que sim. Ah, como a Gabi não podia tomar o chá de coca a moça do hotel sugeriu o chachacama. O chá era bem fedido mas acho que vai ajudar ela.

São cerca de 80km e levamos mais ou menos 1h40 pra chegar lá. Todos sonolentos oscilando entre cochilos e momentos acordados. E fomos subindo as montanhas. Não sei se era a subida mas me deu muita sede. Só que eu ia tomando aos poucos, só molhava a boca. Mas isso foi várias vezes. Gabi também fez a mesma coisa. Não sei se foi a altitude ou as curvas da estrada mas cheguei um pouquinho enjoada. Acho que pode ter sido a estrada porque o Miguel passou a maior galera pra sermos os primeiros a chegar nos gêiseres. E deu certo.

Na entrada descemos pra ir ao banheiro. Estava com o casaco grande e cachecol na mão. Desci e vesti rapidinho porque estava bem frio. Fui no banheiro e na hora de lavar a mão naquela água gelada? Senhor! Ali o Daniel foi pagar as entradas. Eram 5mil por pessoa e idoso só tem desconto se for chileno. Voltamos pra van onde o Miguel deixou a gente bem na entrada dos gêiseres.

Eu estava bem preocupada com a temperatura hoje. Estavam falando em torno de -10 graus. Já falei que odeio frio? Eu estava usando meia calça fio 120, mais duas calças, uma camisa de manga longa térmica, uma blusa de lã com gola cacharrel, um casaco pesado, gorro, cachecol grosso e luva. Pra nossa surpresa estava quentinho hoje: 1 grau. O difícil era tirar foto porque de luva não dava sensibilidade no touch. Aí você tira a luva rapidinho e coloca de novo pra não congelar. O legal do Daniel é que ele estava preocupado na gente estar entre os primeiros para o local estar vazio e podermos tirar fotos legais. Tinha só um grupo antes e conseguimos tirar umas fotos legais.

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O Geiser del Tatio é, com certeza, um dos tours mais procurados. Muitas vans estavam por lá. Os rios e lagos do Chile são formados por água que vem da Cordilheira e vão até o Pacífico. Só que na região do Atacama a água se infiltra nas rochas vulcânicas podendo chegar a 30km de profundidade. Lá embaixo passa o magma vulcânico que chega a 650 graus. Daí vem o encontro de água e magma, pressão e temperatura, que faz a água buscar uma saída formando os gêiseres.

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Andamos pelo campo e tiramos bastante foto. O Daniel tirou umas pra gente também. Ele explicou que a gente tinha que madrugar porque, em que pese os gêiseres “funcionem” 24h, os jatos de água e vapor só acontecem quando há um contraste marcante entre a temperatura da água e a temperatura ambiente. Aí o sol começa a subir, a temperatura ambiente aumenta e o show acaba. É o maior campo geotérmico do hemisfério sul e um dos mais altos do mundo.

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O Daniel nos deixou lá uns 15 minutos mais e ficamos tirando mais umas fotos antes de caminhar até a van beeeemmmm devagar.

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Uma coisa eu tinha ficado curiosa. Tinha visto um vlog de um rapaz falando dos gêiseres. Ele mostrou umas pedras vermelhas em torno de cada gêiser que era o limite de segurança, ou seja, era proibido ultrapassar. Como o vídeo era em espanhol eu não tinha certeza o que ele falou mas eu entendi que alguém caiu ali. Aí fui perguntar pro Daniel se já tinha tido algum acidente grave ali. Ele disse que nove pessoas já morreram ali. NOVE PESSOAS. Tudo por causa de uma foto. No começo ele já tinha falado que o hospital mais próximo estava em Calama a duas horas dirigindo. E devido a altitude e o ar rarefeito os helicópteros não chegavam ali. Ou seja, se cair ali morre! Definitivamente pessoas que morrem por dessa forma deve ser o que Darwin chamava de seleção natural. Olha como são as pedrinhas que marcam a linha de segurança (esse é o gêiser que aquece a piscina termal):

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Fizemos uma pausa pro café da manhã. Mesmo que a gente já tenha tomado café, como era distante, achei melhor comer algo. Pouco devido a altitude, não queria dar chance ao soroche. Mas a Rosana foi abatida pelo soroche. Ela já estava com uma cara de que não estava bem. Foi até antes da gente pra van. O Daniel disse que era melhor era comer alguma coisa mas pouco. Senão podia piorar. Achamos que o soroche pegou porque na parada da entrada pra ir ao banheiro ela foi colocar uma meia a mais e teve que trocar as peças que estava usando. O que era pra ser simples na altitude se torna um esforço fisico muito grande. Mas ela desceu da van e foi comer com a gente. Ainda ficamos mais um tempinho ali antes de ir embora. Aí claro, rolaram fotos.

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Não é recomendado ficar muito tempo lá porque a fumaça que sai é tóxica. Inclusive na piscina térmica, que ninguém teve coragem de entrar, recomenda-se ficar no máximo 15 minutos por conta do enxofre. Eu fui no banheiro antes de ir embora. No caminho vinha uma van e eu dei uma corridinha de uns 5m. O pulso foi pra lá de 120. Dei sorte que não peguei fila e na volta eu levei uns 2 minutos pra fazer um caminho que levaria uns 20s no máximo. Devagar e respirando profundo, sai de mim soroche! O Peru me ensinou muito sobre as cordilheiras.

Como estávamos adiantados e todos do grupo estavam lá nós resolvemos sair um pouco antes. O Daniel disse que todo mundo que estava lá ia para os mesmos lugares então fomos logo pra pegar o lugar vazio. Próxima parada foi o Mirante de Putama. Chegamos a tempo de pegar o mirante vazio. O lugar é magnífico.

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Um pouquinho antes ele explicou que o rio serve de atrativo para animais e aves da região. Mas devido aos turistas sem noção que invadiam o espaço dos animais, que acabaram sumindo dali, foi proibido parar sem que seja o mirante. O Miguel, motorista, passou devagarzinho pra gente poder ver as aves que aos poucos estão voltando. Numa voltinha o Miguel identificou um daqueles coelhos verdes, esqueci o nome. Podemos ver grupos de vicunãs, lhamas e aves locais vivendo tranquilamente por lá. Sem contar a linda vista da Cordilheira dos Andes e dos vulcões Putana, Curiquinca, Colorado, Escalante e Sairécabur que cercam a região. O Putana fica na divisa entre o Chile e a Bolívia e é um vulcão em atividade constante, tanto que é possível observar alguma fumaça saindo dele.

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Missão cumprida a nossa próxima parada (e de todos os outros grupos, haha) paramos no povoado do Pueblo Machuca. São 20 casinhas super rústicas. A população é formada por indígenas andinos. O Daniel disse que ali tinha um churrasquinho de Lhama que deveríamos experimentar. Mas antes fomos andar no povoado. O Daniel nos alertou para sermos amáveis com os habitantes. Tinham duas senhoras na rua vendendo souvenirs.

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No final da tinha uma igrejinha tão fofinha mas tinha que subir uma escadaria... já fomos bem devagar andando na rua que achei que seria impossível subir aquela escada. Mas a cara de frustrada da mamãe me deu coragem de subir com ela. E valeu a pena! A beleza está definitivamente na simplicidade. Que paz esse lugar!

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Descendo de lá vi Rosana lá embaixo. Pra ela não era legal subir por conta do esforço. Mesmo subindo devagar dava pra cansar. Fomos até a van não sem antes dar uma paradinha pra experimentar o churrasquinho de lhama. Os doguinhos são uma atração a parte em todo lugar.

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Saindo dali nós paramos num lago pra ver os flamingos! Que lindo! Tinham uns dois carros particulares dos quais saíram pessoas que mais uma vez invadiam o espaço dos animais. Os flamingo que estavam em um lado do lago acabaram atravessando para o outro. E isso deixou o Daniel e o Miguel bem indignados porque eles trabalham pra conscientizar as pessoas a respeitar esse espaço para que os animais não sumam dali. Mas os dois advertiram as pessoas que chegaram muito perto do lago de que era proibido. Os retardados logo fingiram demência dizendo que não sabiam. Detalhe, tinha placa advertindo. Haja paciência! Mas apesar desses sem noção pudemos apreciar os flamingos numa dança matrimonial. Que coisa mais linda! A natureza é perfeita!

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Acabou o tour! Pé no caminho para SPA. Levou um tempinho ainda e por volta das 11h30 chegamos em casa. Já falo “em casa” pois é assim que me sinto aqui no Cabañas Kirckir. Mais pra frente eu falo mais deles.

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Curtimos uma boa preguiça e por volta de 13h e pouco fomos almoçar “na cidade”. Tinha visto o restaurante número um do Tripadvisor. Em geral a gente acerta. Mas estava fechado. Ali na mesma galeria estava o restaurante número quatro. Foi ele mesmo: o Altiro. Eles tinham um cardápio executivo por 6500 pesos. Eu peguei um ceviche de entrada que estava delicioso. O prato principal eu escolhi a chorillana. É um prato típico chileno. A receita muda um pouco em cada lugar do país. Aqui a base era batata frita servida com carne em fatias, ovo frito, linguiça e cebola caramelizada. Estava simplesmente delicioso! Recomendo e depois vou fazer um Tripadvisor dele.

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Saímos ali no centro pra ver se achávamos o doce de leite que serviram no café da manhã hoje. Rodamos algumas lojas mas eu dei a ideia de ir na agência pra ver o nome do hotel na Bolivia pra Rosana e a gente aproveitava e perguntava lá qual era. Eu até pensei em levar mas aí ela disse que era Nestlé então eu desisti. Mas as meninas queriam então fomos no mercadinho que indicaram lá no Araya e compramos.

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Depois voltamos pra casa mas no caminho fizemos uma parada na igrejinha de SPA. Essa igreja foi construída em 1774 pelos jesuítas espanhóis. Foi em torno dessa igreja que foi surgindo o povoado de SPA. Uma curiosidade é o teto feito em madeira de cacto e couro de lhama no lugar de pregos. O uso da madeira de cacto é bem característico dos povos andinos. Parece cenário de filme esse lugar. Mais um lugar de paz!

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Dali voltando pela rua Gustavo Le Paige (nome do arqueologista belga que era apaixonado pelo deserto), descobrimos uma feirinha de artesanato. Seguia um pouco os padrões das lojas do centro e não compramos nada. Então voltamos pra casa.

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Hora de curtir preguiça de novo? Não! Resolvi começar a organizar as malas. Coloquei as roupas que não serão usadas na minha mala e as roupas que vão pra Bolivia na mala da mamãe. Depois que as coisas ficaram encaminhadas sentei na sala pra atualizar o blog até Gabi me chamar pra ir no mercadinho da esquina. Compramos empanadas pra comer mais tarde e depois fiquei assistindo jornal das notícias de Santiago. O bicho tá pegando lá...

Publicado por Akemi Nomura 00:40 Arquivado em Chile Comentários (0)

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