Um blog do Travellerspoint

Espanha

Santiago de Compostela

Um bate e volta na Espanha

semi-overcast 23 °C

Que noite bem dormida! O dia amanheceu friozinho e com uma chuvinha aqui no norte de Portugal. Pra refrescar um pouco do calor da capital. Vou aproveitar a cesta de frutas aqui pro café da manhã.

O traçado hoje é até Santiago de Compostela. Essa cidade do noroeste espanhol fica a pouco mais de 200km daqui. Vai saber quando eu vou voltar, então... Sei que mamãe e papai querem muito conhecer. A chance é agora!

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Santiago é um dos maiores centros de peregrinação do mundo, só perde pra Roma e Jerusalém. No Santuário de fachada barroca está o túmulo de Tiago, um dos apóstolos de Cristo. A chegada aqui marca o fim dos vários caminhos conhecidos como Caminhos de Santiago. A história da peregrinação pode ser assim descrita:

"Tiago foi um pescador que vivia às margens do lago Tiberíades; filho de Zebedeo e Salomé, e irmão de João O Evangelista. Segundo a tradição, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, Tiago foi pregar o evangelho na província romana da Galícia, extremo oeste espanhol. De volta a Jerusalém, o apóstolo foi perseguido, preso e decapitado a mando de Herodes no ano 44. Seus restos foram lançados para fora das muralhas da cidade. Os discípulos Teodoro e Atanásio recolheram seu corpo e levaram-no de volta para o Ocidente, aportando na costa espanhola, na cidade de Iria Flavia.

O corpo do apóstolo foi sepultado secretamente num bosque chamado Libredón. Assim, o local permaneceu oculto durante oito séculos. Uma certa noite, o ermitão Pelayo observou um fenômeno que ocorria neste bosque: uma chuva de estrelas se derramava sobre um mesmo ponto do Libredón, proporcionando uma luminosidade intensa. Tomando conhecimento das ocorrências, o bispo de Iria Flavia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local. Assim, no dia 25 de Julho de (provavelmente) 813, foi encontrada uma arca de mármore com os restos do apóstolo Tiago Maior.

A notícia se espalhou rapidamente, e o local passou a ser visitado por andarilhos de toda a Europa a fim de conhecer o sepulcro do Santo. A quantidade de peregrinos aumentava intensamente a cada ano. Nobres e camponeses dirigiam-se em caravanas, caminhando ou cavalgando em busca de bênçãos, cura para as enfermidades, cumprir promessas ou apenas aventuravam-se em terras distantes.

O rei Afonso II ordenou que no local da descoberta fosse erigida uma capela em honra a São Tiago, proclamando-o guardião e padroeiro de todo o seu reino. Em pouco tempo, uma cidade foi erguida em torno daquele bosque, e denominada Compostela. A origem etimológica do nome remete ao latim: Campus Stellae, ou Campo das Estrelas, e assim a junção final: Compostela."
Fonte: Blog de Curiosidades

Conhecia essa história? Não? Nem eu! Sempre via reportagens de Santiago, aquela catedral monstro, aquelas paradas espirituais, coisa e tals. Logo que a gente chegou, paramos o carro num estacionamento na parte alta e fomos andando, seguindo a multidão. Não teve erro. Aí vem aquela configuração básica de cidadezinha européia. Aquela ruazinha principal cheia de restaurantes, lojinhas e coisas fofas, e aquelas ruelas transversais cheias de restaurantes, lojinhas e coisas fofas, rs. Tipo assim, curto muito tudo isso. E fomos indo, anda um pouquinho, para um pouquinho... Vamos almoçar?

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Paramos num restaurante com menu básico: entrada, prato principal, sobremesa, pão e bebida, tudo por €10. Achei barato, lá em Toledo era €15. Claro que saímos rolando de lá. E seguimos pra Catedral, entre peregrinos indo e vindo. Acho que podemos ser considerados peregrinos, já que existem vários Caminhos de Santiago, e a gente percorreu o caminho saindo de Lisboa. De carro! Hahahaha... Somos peregrinos modernos, oras! Vimos peregrinos de todas as idades, de todas as línguas, muitos fizeram o caminho em grupos, pareciam felizes de andar aquela lonjura. É muita fé ou muito pecado hein... Rs. Brincadeirinha! Eu sei que tem o lance espiritual e tals, mas tem coisas que não combinam comigo, tipo, trilha e acampamento em Machu Pichu, escalar o Himalaia e fazer a Caminho de Santiago, rsrs.

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No fim da rua, estava a universidade. Santiago também é conhecida por ser uma cidade universitária. Chegamos na Catedral, ou melhor, na praça em frente à Catedral. A fachada estava em obras de restauração. Ao mesmo tempo que eu acho bom estarem cuidando, eu odeio pois estraga minhas fotos, rs. Mas, tá valendo! Cheguei em Santiago de Compostela!

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Já achei a informação do acesso para cadeira de rodas. Entramos pela porta lateral, foi fácil. Confesso que fiquei bem feliz de entrar na Catedral. Parecia um sonho aquela imagem interna. Essas catedrais são parecidas e ao mesmo tempo muito distintas. É difícil explicar, só vendo. Cada uma é uma sensação diferente. E eu não sigo os conselhos que eu ouço por aí, eu nunca entro num templo religioso pra pedir nada. Entro apenas pra agradecer! Agradecer a oportunidade de estar ali, chegar com minha próprias pernas, meus esforços. Agradecer por estar viva, e poder vivenciar isso tudo.

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Depois do que eu li a respeito, fui direto no túmulo de Tiago. Ficava atrás do altar maior. Nem tinha fila nem nada. Lá estava a arca prateada, bem no fundo. O local da chuva de estrelas, o objetivo final da peregrinação. Pronto, falem o que quiser, mas eu já fiz o Caminho de Santiago, hehe...

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Missão cumprida! Saímos em ritmo lento, dando uma geral nas lojinhas antes de ir embora. E curtindo essas ruelas que estavam mega movimentadas. Última passada nas lojinhas...

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Adorei vir à Santiago, mas já eram mais de 15h (horário de Portugal), 16h (horário da Espanha). Hora de fazer uma visita a um amigo do papai que mora aqui no norte de Portugal. E fomos nós para Vila Nova de Famalicão.

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Rolou um perdido porque a retardada aqui escreveu o nome da rua errado no gps. Coisa de amador. Mais um telefonema e pronto, chegamos. O Luiz e o Alexandre já nos aguardavam na entrada do condomínio. Daí pra frente, era um reencontro de amigos. Alguns assuntos para por em dia. Terminamos jantando todos juntos em Trofa, no restaurante chamado Julinha. Sugestão do Luiz e da Tania, excelente por sinal! Ótima opção terminar a noite cercados por pessoas queridas!

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Publicado por Akemi Nomura 00:59 Arquivado em Espanha Comentários (0)

Barcelona - dia 4

Take me to the place I love

sunny 22 °C

Olha eu de férias acordando às 6h15. Hoje é meu último post. Já tinha deixado tudo esquematizado, então às 6h30 eu já estava pronta. Ainda enrolei uns 15 minutos antes de fazer o check out. Por €40 por dia, dá sim pra ficar no Hostel Ivor. Só a localização dele facilita muito a vida. Dá pra fazer quase tudo a pé. Tem o lance do barulho e de ter que tocar a campainha pra entrar. Tudo bem, nada grave!

Saí às 6h50. Já estava claro, e as ruas estavam tomadas da galera voltando da balada. Os lugares para tomar café todos tinham fila. Resolvi ir até Puerta do Sol e pegar o metrô. Dessa vez, achei todos os elevadores pra descer até a plataforma. Foram 3 no total. E o último com um mal cheiro de xixi, arghhh....

Rapidinho eu estava em Atocha Renfe. Já localizei a saída do trem, e fui tomar café. Foram dias puxados em Madri e região. Mas dentro do possível, eu fiz meu melhor. Ah, uma dica, mala grande e viagem de trem não combinam. Tudo bem que eu já fiz isso em várias ocasiões, mas no trem espanhol pode dar trabalho, a menos que chegue cedo e seja um dos primeiros a entrar. Ainda bem que consegui viajar com uma média. Coube no maleteiro, mas, se não coubesse, caberia em cima. O público do trem mudou, por ser domingo, não tinha executivos. Até pensei em pegar minha malinha e descer em Zaragoza, passear, e seguir depois pra Barcelona. Mas não, né? Tô com preguiça só de pensar na ideia de descer, subir e descer de novo. E tem mais, eu apaguei no trem. Acordei faltando 15 minutos para chegar.

Cheguei em Sants meio com receio. Tiveram várias manifestações esses dias por aqui, com a participação dos "blocos negros". Essa praga tem em qualquer lugar. Fui direto pra estação de metrô, comprei minha passagem com cartão, porque só tinha uma nota de €100 que a máquina não aceitava. A passagem unitária custa €2,15, cruzes. O bom é comprar o cartão com dez, acho que sai €10. Mas como eu não vou usar isso tudo. O metrô de Barcelona é bem velhinho, hein. E eu andei, como eu andei lá embaixo pra chegar na linha 3, sentido Trinitat qualquer coisa. Usei todos os elevadores possíveis até chegar na La Rambla. Desculpem quem discorda, mas em todo lugar está escrito no singular, rs.

A La Rambla estava, como sempre, bombando. Dessa vez desci só um quarteirão. Reservei um hotel mais perto da Catalunya, pra pegar o ônibus amanhã. Dessa vez um hotel. O hotel Catalunya. É simples, mas já dá pra notar a diferença de um hotel para um hostel. A começar pela chave, rs. É uma região movimentada, portanto, ouve-se barulho também. Mas é diferente da Carrer Ferran, lá é barulho de bêbado, o que irrita mais.

Depois de colocar meus posts em dia, ontem não tinha condição, desci para almoçar. Depois de alguns dias comendo qualquer porcaria pra não perder tempo, dessa vez me dei o luxo de escolher um restaurante na Plaça Reial (onque tinha mais garçons, rs, não quero esperar, foooome), peguei uma mesinha no sol e escolhi o menu. E aproveitei pra relaxar!

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Não quero compromisso aqui em Barcelona agora. Quero só sair por aí sem rumo. Sem preocupação. Fui em embrenhando nessas ruelas. Fugindo do meu instinto de ir pra onde eu já fui, onde eu me sentia segura. Tirando foto por tirar, sem me preocupar com o que seja.

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Atravessei as Ramblas del Mar e fui até o Maremagnum. Poxa, aquilo é um shopping! Tá bom, o lugar é legal, mas bater perna num shopping também não, né? Mas até que a foto ficou legal. Onde está Wally?

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Subi La Rambla e reparei como tem artista de rua aqui. As estátuas vivas são algo fantástico! E tem vááááárias... Tem as bancas de folhes, as bancas de souvenirs, as bancas de doces locais caaaaaaras, tem os restaurantes...

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Mas eu precisava trocar o sapato e descansar um pouco, brincando, já tem 2h que eu estou andando. Fui pro hotel e lá fiquei uns 40 minutos. Foi bom que eu localizei a única coisa que eu queria ver e não tinha visto, o Muhba (Museu da História de Barcelona).

Adivinha? No primeiro domingo de cada mês é de graça! A visita tem três partes, praticamente. A primeira conta a história de Barcelona do Império Romano, ou seja, a história de Barcino. Impressionante a força que eles tiveram um dia. No subsolo estão escavações da antiga cidade. Eu só não entendo porque eles fazem aquelas pontes de vidro pra gente passar. Tá certo que não era muito alto, no máximo uns 3m, mas era o suficiente pra me desestabilizar, oras... Hahaha... Odeio essa minha fobia!

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Dali, saí pra capela, que fazia parte do Palácio. Como tem igreja com esses blocos cinza por aqui, hein. Fica um tom meio sombrio lá dentro. Mas, sério, já devo ter dito isso antes, parece cenário de filme. E as abóbadas? Sim, eram góticas.

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Da capela dava pra ir num salão em que faziam cerimônias no Palácio. Eu já falei em outro post, mas, foi aqui que os reis católicos Fernando e Isabel receberam Colombo no retorno de sua viagem as Américas. Super mega power me empolgo nesses lugares com importância histórica. Cara, o tal do Colombo andou por aqui.... Acho massa!!!! Nasci no continente errado, com certeza! Precisa falar que eu ficava imaginando a rainha com aquele vestidão e o rei com aquela roupa esquisita andando por aqui? Rs

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Ok! Hora de... Caminhar. Comprei algo para beber perto da minha antiga casa, o Hostel Fernando, e entrei na igreja que tem na frente. Essa igrejinha segue o estilo do Palácio com blocos cinza escuro mas, o mais importante, ela tem banco! Ali sentei e descansei, rsrs.

Saí dali e tomei o capuccino mais caro da minha vida. Fui bancar a descolada da Rambla... Ahahahaha... Fiz outra pausa no hotel antes de finalizar Barcelona e Espanha. Aliás, falando em hotel, é uma boa hora para avaliá-lo. Escolhi ficar aqui pois é mais perto da Plaça Catalunya, de onde sai o ônibus pro aeroporto. Ok, de dia é bem movimentada a rua, só que de noite não. Pra dormir é melhor, só que, pra quem chega mais tarde é meio vazio. Tem gente andando, mas é pouco comparado com a Carrer Ferran. Outra coisa que eu achei o fim, pra ver TV tem que pagar. Oi? Isso mesmo, €6,50 por 24h ou €9,90 por 48h. Se eu fosse escolher entre os dois, fico com o Hostal Fernando, que, apesar de pequeno, é melhor localizado, mais barato, tem café da manhã e não cobra pra ver televisão.

Onde mais poderia ser o lugar certo pra terminar bem da mesma forma que começou? A matemática perfeita, ou seja, tupelos mais boa música é igual a...

Como não consegui fazer o upload da banda de hoje (que estava boa), vai da de domingo passado mesmo, que, diga-se de passagem, estava melhor... Até a próxima!

P.S.: minha dentista vai gostar de saber que eu aprendi a sorrir... Rsrsrs...

Publicado por Akemi Nomura 15:44 Arquivado em Espanha Comentários (0)

Avila

Show!!!!

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Visualizar 2014 Espanha no mapa de viagens de Akemi Nomura.

Oi! Se vc estava lendo o post anterior, sabe que eu estava vindo do centro de Madri para estação de Chamartín. Se você não estava lendo, não faz a menor diferença porque eu já falei o que aconteceu, hehe. Cheguei em Chamartín às 14h40. Como eu procurei em vários blogs e nenhum me detalhou como comprar a passagem na maquininha, vou explicar da forma mais lusitana possível. Antes, uma foto pra ter ideia do destino.

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Primeiro, me dirigi às várias máquinas da Renfe que tinham lado a lado na estação. Sempre coloco a máquina em inglês, acho mais fácil. Fui seguindo os passos lusitanos, e selecionei Madrid-Avila. Porém, só apareciam horários à noite. Não entendi o que eu estava errando. Repeti o processo e deu a mesma coisa. Como não estava a fim de errar de novo, já ia pra fila pra comprar o ingresso com um "humano", quando virei e me deparei com umas máquinas vermelhas (essas eu já sabia que era do trem de cercanías) e tinham duas máquinas da Renfe que estava escrito "média-distância". Ahhhh, será? Bom, fui lá tentar e consegui! Ueba! Ticket para às 15h45, tenho tempo pra comer dessa vez.

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O trem é bem parecido com os de alta velocidade AVE e Avant, só que não é de alta velocidade, snif, snif. E não tem o esquema raio x e controle de passagem que nem os de alta velocidade. É o tradicional carinha conferindo as passagens e fazendo aquele furinho. Se fosse trem de alta velocidade, dava pra fazer em meia hora, mas esse trem vai ser em 1h30. Mas por €9,60 cada trecho, tá bom, né? Eu imagino que tem gente que deve pensar: "o que essa louca está indo fazer em Avila tão tarde?". Ávila, ao contrário de Toledo, é minúscula. E esses dias só escurece depois das 22h, então, tenho certeza de que vai dar tempo para ver tudo.

O trem apesar de não ser rápido, só tinha uma parada antes de chegar à Ávila. Dos trens lentos que eu já peguei, esse com certeza foi o melhor. Olha só, eu não gostei muito da paisagem da Espanha vista de nenhum dos trens. Já vi tantas paisagens bonitas, por exemplo, entre Inglaterra e Escócia, ou na Toscana, ou entre Áustria e Alemanha. Aqui não achei nada de especial. Quer ver?

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Ávila, assim como Segovia, fica no "reino" de Castela e Leão. Sabe o que me trouxe à Ávila? História! Se o diferencial de Segovia era o Aqueduto, o diferencial de Avila é sua muralha. É considerada uma das mais bem preservadas da Europa. Será? Veremos! Ávila também é conhecida como uma das cidades com o maior número de igreja por habitante na Espanha. A sua antiga cidade medieval, assim como Segovia, foi declarada Patrimônio Mundial pela Unesco em 1985.

Fui seca pela ideia de conhecer as muralhas. Aí você pensa, "toda cidade medieval tem sua muralha, oras". Mas a de Ávila é diferente, é completa, é visível. A cidade não "grudou" em seus muros. Dizem que ver as muralhas iluminadas é um espetáculo a parte. Sim, deve ser. O problema é que só escurece depois das 22h e o último trem pra Madri sai antes desse horário.

Ok! Tenho que confessar que apanhei na chegada em Ávila. As pessoas podiam explicar melhor em seus blogs, né? Hahahahaha. Achei que fosse seguir alguém, como em Toledo, ou ter Informação ao Turista, como em Segovia. Só que não foi uma coisa nem outra. Não tinha gente com cara de turista descendo ali. Tentei andar um pouquinho, pra ver se via algum sinal da muralha e nada! Um vento frio cortava o rosto, caracas! Não teve jeito, voltei para estação e peguei um táxi até a Catedral. Essa não tinha erro, toda cidade medieval tem uma Catedral, rs. O táxi até lá saiu por €5,60.

Na entrada das "Carnicerías" já tinha um centro de informação ao turista, e já peguei um mapa. Ali mesmo já subi as escadas para as muralhas. A entrada custa €5 com áudio guia. E áudio guia espertinho, não precisa apertar botão nenhum, ele reconhece onde você está e já conta a história. A subida é fácil. Não é alto, a última escada é que é meio irregular, tem uns degraus bem altos, mas nada grave.

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Uau! Realmente, valeu vir à Ávila. A vista dali, com a Catedral e suas paredes escurecidas dá um tom um pouco "sombrio", mas, especial. Viagem no tempo total. Super mega master top ultra gostei daqui. O que quase acabou comigo não foi a caminhada, foi o vento frio. E bota frio nisso. E bota vento nisso. Não estava preparada para isso. Mas resisti até onde deu! Olha os cabelinhos ao vento...

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Durante a caminhada, você ouve algumas histórias. Teve um episódio interessante. Uma vez, o exército de defesa não estava na cidade. Com a cidade desguarnecida, um exército inimigo se aproximou para tentar conquistá-la. Sabendo da ameaça e sem tempo para pedir ajuda, D. Jimena Blázquez, esposa do prefeito, convocou as mulheres da cidade a se vestirem como homens, subirem nas muralhas com tochas e fazerem barulho, muito barulho. Dessa forma, enganaram o exército inimigo e a cidade estava a salvo.

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A caminhada completa na muralha não tem nem tem 3km. O percurso do turista é metade. É fácil, nem meu medo de altura foi problema. Só que, como meu tempo era curto, depois de uns 800m eu voltei pela muralha mesmo, pois a parte final não tinha tanta graça, a cidade era muito "moderna". E era uma puta descida, hehe. Eu sei que descer é fácil, mas eu ia ter que subir depois, rs.

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A muralha foi construída no século XII, em "apenas" nove anos, um recorde para a época. Sua função em primeiro lugar era defesa, claro. Porém, servia também como cordão sanitário, fronteira fiscal e suporte de outras edificações. Os pobrinhos? Ah, esses não moravam dentro das muralhas não... Lá das torres você vê onde eles moravam. As muralhas tem 9 portas, sendo as de San Vicente, Carnicerías e Alcazar mais sensíveis à ataques, pois saíam para planícies.

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Desci pela mesma porta que eu cheguei e entrei na cidade onde estava a Catedral. É a mais antiga catedral gótica da Espanha e está incorporada à muralha. Deixei pra entrar na volta. Optei por dar uma volta na cidade primeiro. E como o tempo é curto, meu trem de volta partia às 19h58, a ideia foi degustar Ávila sem legenda, simplesmente andando.

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Fiz um caminho por dentro da cidade passando pela "Plaza del Mercado Chico", onde estava o Ajutamiento e vários lugares bacaninhas. Segui por uma rua que deve ser mega movimentada, mas, por talvez ser sábado às 19h e pouco, tinha muita coisa fechada. Parei na igreja de San Isidro. Mesmo esquema, arquitetura gótica e tals, mas o que me chamou a atenção foram suas paredes escuras.

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Mas um lugar eu acho que é imprescindível visitar. De ontem pra hoje, lendo alguns posts sobre Ávila, eu descobri que foi aqui que nasceu Santa Teresa de Jesus, fundadora da Ordem das Carmelitas Descalças. Entrelaçando os caminhos das ruelas da cidade velha, cheguei no Convento. Dizem que foi aqui que sua família viveu e, dentro da igreja, tem uma capelinha linda, linda, linda, que seria o ligar em que ela nasceu.

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Aí vão dizer que era perseguição, mas o que havia dentro da capelinha quando eu cheguei? Uma excursão! E o lugar era minúsculo. Ok, missão de paz, cheguei depois, vou esperar. Quando eles saíram, entrei eu e mais uma família gringa, falante de inglês. Curti a capelinha do meu jeito e.... Esqueci da hora! Eram 19h40 e meu trem saía às 19h58, lembram? Não foi culpa de Santa Teresa ou da excursão, foi porque eu enfiei na cabeça que o trem era às oito e meia, só que oito e meia era o trem de amanhã. Aí, tentei ver se teria chance de pegar o trem.

Saí em disparada, atropelei a excursão que saía lentamente da igreja, e fui, fui, fui.... me perder!!!!! Ahahahaha.... Com a panturrilha dura, só me restou rir da situação! E quer saber mais? Ainda saí em outra porta que eu nem fazia ideia onde estava. Depois, olhando o mapa, eu vi que estava na Porta del Alcazar, que junto a Carnicerías e San Vicente, eram as principais da cidade. Na frente, a Igreja de Pedro, o Apóstolo.

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Ok! Uma vantagem de ter errado é que eu saí em frente a um ponto de táxi, coisa que eu não tinha visto na outra entrada. Aí veio a dúvida, desencano e fico mais um pouco ou volto pra estação aproveitando o único táxi que estava no ponto? Opção B. Foi um momento de fraqueza, eu sei. Era receio desse táxi sair e, naquela cidade minúscula, eu não conseguir outro meio fácil para ir pra estação. Além do mais, eu estava congelando... Foi um fator decisivo.

Cheguei na estação às 20h05. Isso mesmo, 7 minutos depois. Fui pras maquininhas e vi que tinha o trem de cercanías às 20h15. Ok, vai ele mesmo. A diferença do trem que eu vim para Avila? É um pouco mais simples e para muito. O que levou o percurso a ser mais de 2h. Mas tudo bem, mais uma sensação de dever cumprido. Às 20h15 do dia, como podem ver, o trem partiu de volta para Madri.

Acho que eu falhei com Ávila! A cidade merecia mais da minha atenção. Subestimei o valor do lugar e o tempo que eu tinha. Se eu fosse recomendar um bate e volta aqui, eu recomendaria um dia inteiro pra fazer sem correria. Não seria tão intenso quanto Toledo, seria mais como Segovia. Degustar cada lugar sem pressa. E não adianta chegar antes das 10h. Tá tudo fechado. Não saio frustrada porque fui nas muralhas (isso me deixou feliz), mas saio com gostinho de "podia mais". Foi mal Ávila!

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Publicado por Akemi Nomura 04:16 Arquivado em Espanha Comentários (1)

Madri - dia 2

sunny 22 °C
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Ontem à noite, depois que eu saí do meu casulo de observação das vias de Madri, me dirigi à Plaza Mayor. Meu, mega super power top gostei do movimento ali. Estava uma noite agradável, a praça é bonita, aquele esquema de praça seca, sabe? Sem árvores, cercada por prédios. Mas estava bombando. Estava uma noite agradável, fria, é verdade, mas agradável. Era divertido ver o esquema "para quedas" dos camelôs nas ruas. Vinha o rapa, pronto, em 5 segundos eles estavam longe. Tinha também aquele povo com aquele negócio que faz barulho parecendo gato, criança, sei lá. Na 25 de março tem aos montes. Tem artista de rua e tem turista perdido também.

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Fiquei surpresa com a quantidade de gente andando nos arredores, Calle Mayor, Arenal, Plaza de Opera, Puerta del Sol. Tinha um milhão, quatrocentos e setenta e cinco mil, seiscentos e trinta e três pessoas. Muita gente mesmo andando pra cima e pra baixo no centro. Confesso que não fiquei 100% a vontade. Era bolsa pra frente e segurando por cima o tempo todo. No Starbucks já tinha um aviso de "carteiristas profissionais", e ainda o Lerário falou pra tomar cuidado ali, já viu, liguei o alerta. Mesmo assim ainda caminhei bastante, foi bom não voltar cedo pro casulo. Cheguei no hotel já era quase meia noite, antes da carruagem virar abóbora...

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Achei que a noite ia ser terrível, pelo movimento nas ruas, ia ter bêbado até tarde na minha janela. Mas não, foi super tranquilo. Era sexta feira, deve ter tido mais opções. E não é que essa noite a Maria Luisa nasceu? Bem vinda Malu! Tem um mundo enorme e lindo te esperando. Manhã de sábado daquele jeito. As ruas estavam mortas. Aquelas quatrocentos e setenta e nove mil pessoas estavam dormindo o sono dos justos. Mas, confesso que acho engraçado o centro da cidade tão morto às 9h da manhã. Não só aqui, deixando, claro.

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Meu destino? Museu do Prado. Optei por ir caminhando, ver a cidade por baixo não tem graça. No caminho: o "Monasterio Descalzas Reales", o Ateneu, a Câmara dos Deputados e a Praça "Canóvas del Castillo".

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Cheguei no Museu e, surpresa! Estava fechado ainda. Eram 9h50. Tinha uma fila aguardando a bilheteria abrir, mas, como não estava bombando, resolvi dar uma volta. Segui o guia da Folha e logo em frente estava o Hotel Ritz. Dizem que é o hotel mais extravagante da Espanha. Foi Alfonso XIII que mandou construir em 1906 para o seu casamento. Olha só, pode ser que seja extravagante por dentro, mas por fora, não vi nada demais. Mas, com certeza, como todo Ritz, é caro pra caramba.

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Logo em volta também estava a Igreja dos Jerônimos. Claro, estava fechada. Mas a vida começa às 10h, foi só uns minutinhos de paciência e pronto, entrei pela porta da frente. Já deu pra perceber que teto gótico é meio padrão aqui. E nas laterais tem umas janelinhas meio arabescas. É bonitinha e bom pra dar um tempinho pra absorverem a fila do Museu.

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Sabe de nada, inocente! Existem dispositivos e ferramentas no mundo moderno que são para serem usadas. Por exemplo? Tablets, smartphones, wifi... Se vc sabe que vai na principal atração da cidade no dia seguinte, porque não comprar o ingresso online? Afinal, a possibilidade de pegar fila é grande. Adivinha onde eu estou?

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Rabugisse minha, a fila andou rápido. Parece que depois das 18h o valor da entrada é reduzido. Balancei, confesso! Mas já estava aqui, por €14, melhor ir logo. Afinal, nem sei quanto vale €14 mais mesmo, ahahaha. Ok! Entrei! O Museu do Prado é imenso. Tem uma das maiores coleções do mundo. Eu já visitei os dois maiores, Louvre (em Paris) e Hermitage (em São Petersburgo). Confesso que, como leiga, esses são mais legais. Mas, confesso também que nunca olhei um quadro como aqui no Prado. Cheguei bem de pertinho, achei até que ia levar bronca do segurança, rs. Não que nos outros museus não deu pra fazer isso, mas teve um quadro de um tal de Callet (nunca tinha ouvido falar antes), que chamou minha atenção. Tinha um efeito meio 3D, manja. Já tinha visto isso na Capela Sistina e em vários lugares na Itália, coisas do mestre Michelangelo (meu favorito, sem dúvida). Mas não tão de perto. Ficou muito show. E o museu do Prado me revelou mais um artista que e gosto na minha parca lista de uma mera leiga: Velazquez! Os quadros das rainhas são fenomenais, todos os detalhes do vestido, os símbolos da Casa dos Borbóns, tudo meticulosamente bem feito. E por fim, o famoso quadro "As Meninas". Não conhece? Vixi, se não conhece tá pior que eu hein....

Depois de 1h de museu, aproveitei para tomar um café e dar uma descansada. Claro que aproveitei o wifi do lugar e andei avaliando alguns lugares que tinha ido. Não sabia, mas cada atração avaliada são 10 pontos no multiplus. Eu sabia que a cada 4 avaliações, sendo ao menos uma hotel, ganhava 300 pontos, com limite de 1200 por mês. Acho que mudou o esquema. Nossa, quando voltar pro Brasil tenho muita coisa pra avaliar, ahahaha. Cheguei numa hora boa, logo logo o café começou a bombar.

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Ok! Mais 1h de museu e pra mim tá ótimo. Na parte de trás do Museu está o Jardim Botânico Real. Foi construído na época de Carlos III, em 1781. A entrada custa €3. É um recinto com interesse histórico-artístico, além de funcionar como um centro de estudos de "plant life" (como traduz isso?). Francamente? Achei bege! É, isso mesmo, sem graça. Mas já que eu paguei, essas foram as melhores fotos que eu tirei...

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Saí dos Jardins e fui seguindo pelo Paseo del Prado. Esse Paseo foi construído no final do século XVIII. Chegou antes dos museus e é uma região mais agradável do que o tal Jardim Botânico. Só achei que, por estarmos na primavera, as flores estavam meio fraquinhas.

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No final, cheguei na Plaza de Cibeles. É um dos lugares mais conhecidos e mais bonitos de Madri. No centro, a estátua de deusa grega que deu nome à Praça. Ali também estava o Palácio de Cibeles, que eu não faço a menor ideia do que seja, mas vou descobrir.

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Descobri, era tipo um centro de convenções. Tinha umas exposições lá. Mas, sabe quando você não está a fim? Pois é, não entrei. Ah, como é bom não ter compromisso com nada. Subi a avenida na direção da Puerta de Alcala. Esse monumento foi construído na época de Carlos III em 1769. Já foi o marco do limite leste da cidade, hoje, é o centro da Plaza Independência.

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Dali, paguei a Calle del Alcala. Essa região tem muito prédio bacana. Uns importantes, outros nem tanto. E o movimento do centro às 14h, ou seja, várias coisas fechadas. Passei por um cara tirando som de panelas como bateria, muito legal. Só voltam lá pelas 17h/18h. Isso é que é um povo que gosta de dormir... Cheguei de novo na Puerta del Sol, me esquivando dos ambulantes. Por enquanto, está bom de Madri, bora pra mais um bate e volta? Antes, mais um pouquinho de Madri.

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Link para o post de Avila

Voltei Madri! Depois dos problemas com o trem que eu tive, eu só cheguei em Madri às 22h20. O bom é que o trem parava na estação de Puerta del Sol, ou seja, perto de casa. Na verdade eu acho que tinha que descer em Chamartín, mas eu acabei descendo em Sol. Achei que eu ia me dar mal, porque na saída vi todo mundo colocando o bilhete na catraca, mas o meu bilhete era grande, não ia dar. Perguntei pra moça que trabalhava ali, e ela liberou minha passagem. Ufa! Aconteceu um episódio engraçado, dois gringos que falavam inglês desceram pra fumar em uma estação, acharam que ia demorar. Mas a porta do trem fechou e eles ficaram pra trás. Sorte que a mulher e outro cara que os acompanhavam ficaram com as bolsas deles, senão, rsrs.

A Puerta do Sol estava cheia, mas não como a sexta-feira. Aí começou uma chuvinha chata, tive que abrir guarda chuva. Depois de quase congelar à tarde, precisava comer algo para esquentar. Segui na direção da Plaza Mayor que não estava tão legal. Bati um sanduba de frango com alface e tomate mesmo, e tentei fazer um walk tour noturno. Cheguei até o Palácio, mas começou a chover. Ok, entre vento, frio e chuva ou banho quente, cama e wifi, adivinha o que eu escolhi? Não sem antes parar numa loja pra comprar umas lembrancinhas. Esse hostel tem umas coisas estranhas, quando eu cheguei, toquei a campainha, como de costume. Demorou horrores para abrir. Pelo menos eu não estava sozinha ali. O lado interessante é que as pessoas que ficam hospedadas ali me surpreenderam. Achei que fosse uma "gente diferenciada", mas não, é "gente normal" mesmo. Tic tac, meia noite! Tchau Madrid! Hasta la vista, baby!

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Publicado por Akemi Nomura 04:15 Arquivado em Espanha Comentários (1)

Segovia

Me encanta!

sunny
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Ok! Hoje me dei uma chance de estar de férias. Acordei sem alarme. Tudo bem que foi às 7h30. Mas enrolei até às 8h30. Levantei, me arrumei com bastante calma, e fui tomar café. Tinha decidido meu destino do dia: Segóvia. Parei pra tomar café pela bagatela de €2,90. Depois, peguei o metrô em Puerta del Sol com destino a Chamartín. Ah, só uma coisa, existe uma estação chamada Pinar de Chamartín. Eu peguei o metrô crente que era pra lá que eu ia. Não é essa, são duas estações antes. Eu percebi já dentro do metrô. Sorte que era mesma linha. Repetindo, Chamartín, e não Atocha, ok?

Duas coisas sobre o metrô de Madri. Primeiro, comprei o bilhete na maquininha. Aqui, você seleciona a estação que você vai. Quanto mais longe, mais caro. Aí você pergunta se dá pra "dar um migué" e colocar uma estação perto indo pra longe, afinal, poderia ter fiscalização ou ter que colocar o bilhete na catraca pra sair (em Paris e Londres tem). Não vi uma coisa nem outra, mas, não é legal fazer essas coisas, né? Paguei direitinho, até Chamartín €1,90. Segundo, gostei do trocadilho que está escrito no metrô: "O que acontece em Lisboa, fica em Madri". Só os fortes entenderão, rsrsrs.

Cheguei em Chamartín e subi, subi, subi. A estação de trem fica bem no alto. Vá direto para a maquininha da Renfe. Comprei Madrid-Segovia-Madri por €10,30 cada trecho. Comprei ida e volta, sai mais barato, hehehe. Só me frustrei com o horário, eram 10h e o trem só saía 11h30. Paciência! Não ser overplanning dá nosso. Segovia é bem menor que Toledo, não vai dar problema. Só me restou ficar sentadinha, acompanhando o painel esperando sair a plataforma do meu trem.

A viagem durou 30 minutos. O trem comum leva 2h. Não tem nem dúvida quanto a que trem pegar, né? São 3h de percurso perdidas no trem comum, que, se for igual da Itália, é péssimo. Esse trem é o mesmo de Toledo, é o Avant. É um trem de alta velocidade, mas não é como o AVE. O Avant chega a 250 km/h, o AVE chega a 300 km/h. Descendo na estação, segui o fluxo. Primeiro desafio, como chegar no centro. É longe, já sabia que não dava pra tentar ir na raça. Eu já tinha lido nuns blogs sobre isso. Peraí, deixa eu procurar...

Achei! Ônibus 11 ou 12, vai mó galera pra lá, não tem erro. Eu ia no 11, mas todo mundo vai pra ele, estava cheio já. Aí saí da fila e fui no 12. Os horários coincidem com os trens. A passagem custa €1,03, e o último ponto dos 4 pontos da linha é o Aqueduto, rsrs. Como eu fui no 12, andei uns 100m até o Aqueduto. O Aqueduto é mesmo imponente. Mas não se empolgue, procure o centro de informação ao turista primeiro, pegue um mapa e umas dicas. Vai facilitar muito a vida. A menos que você seja um overplanning, aí não precisa. Eu bobeei, a galera pegou mapa na estação. Eu estava tão obcecada com o ônibus e nem vi.

Diz o guia que Segóvia fica numa região fantástica. Claro que a cidade antiga fica num pico, ou seja, já viu como vai ser o dia né. Aqui, como Toledo, existe uma mistura de judaísmo, cristianismo e islamismo. Dizem que a cidade, que é banhada por dois rios, é como um navio onde o Alcazar é a proa, as torres da Catedral os mastros e o Aqueduto o timão. Que viagem, hahahaha...

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Mapa na mão, aí sim, dei a atenção que o Aqueduto merecia. O Aqueduto foi construído no final do século 1º, depois de Cristo, e usado até o final do século XIX. É o grande marco de Segovia e da força que outrora teve o Império Romano. Para a visão dessa humilde engenheira que vos escreve é um espetáculo! Todas essas obras de engenharia romana são uns espetáculos. Isso tudo foi feito que nem lego, encaixando pedras. Sem cimento, sem cola, sem nada. Parece fácil, né? Só que não... Física pura! Newton nem era nascido e os romanos já sabiam que toda ação corresponde a uma reação de mesma intensidade e sentidos opostos, rs. Cara, é isso, tudo um esquema de contrapesos. E essas águas vinham de uma distância de 15km. Lá em São Paulo ia ser uma boa com a Cantareira secando. Imagino como eram as "faculdades de engenharia" daquela época, e sem HP... Como pode?

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Ok, do lado do aqueduto tinha uma escada, tinha uma escada do lado do aqueduto. E o que eu faço quando vejo uma escada? Subo, oras! De um lado, a oponente vista do aqueduto, do outro, ele passa a ser aterrado. E até onde vai essa água? O antigo Palácio, claro! Antes de seguir, umas fotinhas de lá.

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Passei pela mega power top igreja, chamada San Martín. Mas, estava fechada. #xatiei. Do lado estava o Cárcere Real. #meda. Segui pela Calle de Juan Bravo. É "A" rua da Segovia turística. Lojas, restaurantes, quinquilharias pra turistas. Olho essas lojas hoje e acho engraçado. Tem gente que compra cada coisa. Eu já comprei bagulho nessas lojas de souvenir, admito. Mas hoje, nem consigo entrar, rs. Mas é gostoso caminhar por aqui. Tem o clima das ruas da Toscana. E não é tão cheio quanto Toledo, mas tem aqueles carros que insistem em passar naquelas ruas estreitas.

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Enfim, segui em frente e saí na Plaza Mayor. É a praça principal de Segovia. E como toda praça principal nessas cidadezinhas européias, um lugar mega agradável pra descansar. Ali tem vários prédios mega bonitinhos. Aliás, uma coisa que eu super gostei aqui foram as paredes, as fachadas das casas. Não é uma coisa mega fofa?

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Da praça, achei a igreja de São Miguel. De fechada simples, mas com uma grande história. Originalmente, esse igreja ficava no centro da Playa Mayor. Ali, Isabel foi proclamada rainha de Castela e Leão em 1474, e se tornou conhecida como a rainha católica. Em 1523 a igreja caiu, resultado das revoltas das cidades de Castela, e em 1525 começou a construção da Catedral. Nesse meio tempo, decidiram transladar os restos da antiga igreja para uma lateral da Plaza Mayor, e reproduziram fielmente com as pedras que sobraram, a fachada original da igreja. A igreja hoje é um misto de barroco, gótico e renascentista e alguns itens fizeram parte da igreja original. Créditos da explicação para senhora que ficava lá recolhendo donativos e explicou isso pra mim. Se tiver um erro histórico, é porque eu não entendo espanhol, rsrsrs.

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Um dos pontos altos de Segovia, sem dúvida, é a Catedral. A entrada custa €3. As abóbadas no teto são góticas, isso eu aprendi. O pé direito é gigante. No centro, onde fica o coral, tem uns livros que pareciam com as partituras antigas que eu não entendi (eu sei ler partitura, pra quem não sabe, rs). A Catedral original ficava de frente ao Alcazár, e foi incendiada em 1521, na Guerra das Comunidades. Sob ordens do rei Carlos V, foi dado inicio a construção do novo templo, que hoje mantém elementos da antiga Catedral como o coro, o claustro, a pia batismal, entre outros.

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Embrenhada nas ruelas, começou a descida. A caminho do Alcazar, passei pela Igreja de San Andres. Também herança do Império romano, também estava fechada! Aí lembrei que cheguei na cidade meio dia, tinha tomado café às 9h, sei lá que horas eram e eu precisava comer. Mas quem disse que eu achava um lugar "legal" pra isso? Fui indo, enquanto a pressão não caísse, estava bom.

Só que aí eu cheguei no mega super power Alcazar. Fui correndo comprar o ingresso na salinha que eu tinha desprezado. O ticket, custou €5 euros o Alcazar e €2 a torre. É, isso mesmo, a torre. Do lado tinha um café. E no café tinha wifi. Tentei não ser psicopata com a internet, comprei uma bobeira pra comer (definitivamente não tô ligando muito pra gastronomia local) e fui para o Alcazar.

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Mais um dos pontos altos de Segovia, o Alcazar desperta meus sonhos de menina. Tem todos os elementos que formam a imagem perfeita de um castelo de conto de fadas. Sem dúvida é o castelo que mais se aproximou do que eu imaginava de um castelo de conto de fadas. Ele passou por uma reconstrução depois de um incêndio em 1862. Como todo castelo, tem uma casa de armas e salões lindíssimamente decorados. Mas, se o conjunto é um sonho, os detalhes devem ser observados com calma.

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Com paredes todas trabalhadas, as janelas tem um "que" arabesco. Nas pontas das muralhas, torres de defesa com telhados pontiagudos. E a entrada, com aquele fosso enorme? O interior é mega medieval. Lembra o ambiente dos filmes do rei Arthur. A decoração até do teto é coisa de doido. A torre central no meio é, sei lá, como descreve isso?

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Super mega power amei esse lugar. São três os locais imprescindíveis de visitar: Aqueduto, Catedral e Alcazar. Por €20,30 de passagem no trem de alta velocidade, vale muito, mas muito a pena. Saí do Alcazar e voltei pela muralha sul. Dali, dá pra perceber como a cidade fica num ponto alto. O Vale dos Clamores (meio assustador esse nome, né?) cerca a cidade. Dava pra ter subido na muralha, mas dois medos me impediram, altura e horário. Logo na saída do Alcazar, dá pra ter uma geral da cidade também, se destacando as torres da Catedral e da igreja de San Andres.

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Segovia é menos movimentada que Toledo. Mas não quer dizer que uma visita seja dispensada. Ao contrário, Segovia é autêntica, merece uma visita. Mesmo chegando um pouco tarde, a cidade estava tranquila. Na volta do Alcazar, quando cheguei na Plaza Mayor, estava bombando. Acho que as excursões chegam mais tarde. Devem estar vindo de outra cidade. Mas, eu já tô de saída.

Voltei pela Calle de Juan Bravo. Estava super vazia, era a siesta. Muita coisa fechada. Engraçado isso, uma cidade minúscula, que precisa tanto do turismo... Enfim! Passei por mais um mirante e a Casa de los Picos. Fiquei pensando o porque uma cada teria esse nome, e, ao passar por lá, entendi.

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Cheguei na Plaza de Azoguejo, onde tudo começou. Era um bom momento pra comprar um sorvetinho, afinal, está fazendo 18 °C, sentar pra praça, no sol, de preferência, e ficar babando no Aqueduto. O ônibus 11 saía bem dali perto, segui para lá num horário mais próximo pra esperar menos na estação. Hoje foi um dia bom, gastei pouquinho e ganhei muuuuuuuito! Valeu Segovia!

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Voltei pra Madri e terminei meu dia sentada num lugarzinho bem bacana no centro, perto da Plaza Mayor, vendo o movimento. É engraçado, tem um certo período que a cidade está morta, agora, já são quase 22h, o centro está bombando. Também, olha esse céu azul, dá pra acreditar que está tão tarde?

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Publicado por Akemi Nomura 12:32 Arquivado em Espanha Comentários (0)

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